A Apple tem o poder de inovar com tecnologia que nem sabíamos que precisávamos. Fê-lo outrora com os computadores Macintosh; mais tarde, com o iPhone, a partir do qual mudou a nossa forma de comunicar; depois, o iPad trouxe outros hábitos de trabalho e lazer. Agora, a empresa da maça quer voltar a fazer diferente, apostando num headset de “spatial computing”. Sim, os novos óculos de computação espacial custam 3500 dólares, mas estão a “vender como pãezinhos quentes”!
Apple Vision Pro poderão ter rendido já 360 milhões de dólares
Não são um produto para todos, nem serão, por certo, acessíveis a qualquer carteira. Os 3499 dólares de óculos são, aliás, na perspetiva do analista Ming-Chi Kuo, que se baseia nos números, “um produto de nicho”.
De acordo com os cálculos deste analista, baseados no inventário de pré-venda e no tempo de envio, a Apple vendeu entre 160.000 e 180.000 Vision Pro durante este fim de semana.
Este número excede (em muito) os números de produção anteriormente apontados por Kuo, que balizava as vendas entre as 60.000 e as 80.000 unidades no lançamento inicial a 2 de fevereiro. Assim sendo, não surpreende que os Vision Pro tenham esgotado imediatamente após a abertura da pré-venda.
Apesar dos números, Kuo salientou que, como os prazos de entrega se mantiveram inalterados nas primeiras 48 horas, isto pode indicar uma rápida queda na procura, depois de os entusiastas e fãs terem terminado as suas pré-encomendas.
Importa recordar que as encomendas do iPhone “registam um aumento constante nos tempos de envio 24 a 48 horas após a abertura da pré-venda”. De qualquer modo, estamos perante produtos e preços diferentes.
Segundo o analista, o valor inicial de 80.000 unidades representaria apenas cerca de 0,007% dos 1,2 mil milhões de utilizadores ativos da Apple, tornando os Vision Pro “um produto de nicho”.
Resta, entretanto, perceber se este produto será só para um nicho, ou se a Apple irá democratizar o acesso, tornando os Vision Pro numa ferramenta de trabalho que as pessoas nem sabiam que precisavam.