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Jony Ive: a saída da Apple terá sido motivada pela conduta de Tim Cook

Jony Ive deu a saber que abandonaria a Apple para fundar a sua própria empresa, ainda que tenha prometido continuar a trabalhar com a gigante de Cupertino. Assim, um dos pilares da era Jobs, segue um novo rumo e, de acordo com algumas fontes, isto deve-se à falta de entusiasmo de Tim Cook num ponto crucial.

Segundo a nova narrativa, Ive já estava a traçar este rumo há vários anos…


Com efeito, há uma nova narrativa a ser tecida em torno destes dois nomes de peso. De acordo com a mesma, a efeméride noticiada há alguns dias terá sido fruto de uma crescente tensão dentro da Apple. Mais concretamente, o gradual desinteresse no design e foco, sobretudo, nas operações e vendas.

Jony Ive colaborou durante 30 anos com a Apple

O relato é avançado pelo The Wall Street Journal que nos retrata várias das tensões no seio de Cupertino. Em boa verdade, um “drama” que terá começado com a criação e design do iPhone X. O iPhone que comemorou a primeira década do produto mais bem-sucedido da empresa atualmente liderada por Tim Cook.

A maçã com revestimento dourado, mas com problemas perfeitamente humanos. Assim aponta também a Bloomberg, na sua peça, com mais pistas sobre o caso. De acordo com a mesma, a presença de Jony Ive na sede da Apple era cada vez mais rara, fruto de um crescente ressentimento com as decisões de Tim Cook.

 

A saída de Ive causou alguns temores junto dos investidores, não fosse ele um dos pilares e rostos da empresa de Cupertino. No entanto, o caso remonta aos anos de criação do iPhone X, ou até mesmo ao lançamento do Apple Watch em 2015, evento a que Ive não compareceu. Agora, começamos a ver as motivações.

Tim Cook lidera uma empresa focada em resultados

Jony Ive pertencia a uma empresa que primava pela inovação. Entretanto, a mesma passou a ser focada nos resultados (e estes têm aparecido ano após ano). Mesmo assim, o desgaste na motivação de Ive em permanecer na empresa atingiu níveis críticos, sobretudo a partir do lançamento do iPhone X.

Atentando na narrativa do WSJ, vemos 6 motivações principais. Em primeiro lugar, Jony Ive estava desmotivado pela falta de interesse de Tim Cook no processo de design e desenvolvimento do produto. Cook queria resultados e a forma como estes são obtidos é uma nota de rodapé.

Ainda de acordo com a mesma fonte, em algumas instâncias, Cook estaria a olhar pela primeira vez para os produtos após o seu lançamento. Ao propósito temos a foto de topo, no artigo, com o novo computador da tecnológica de Cupertino. Naturalmente, para a motivação do designer, não existe pior incentivo.

Em segundo lugar, Jony Ive ter-se-á sentido cada vez mais frustrado com a mudança no painel de administração da Apple. Aí, estariam presentes mais e mais diretores oriundos de áreas não centrais da empresa, ou não diretamente relacionadas.

Em terceiro lugar, a Apple trabalhará com a nova empresa de Jony Ive. Ao propósito, é referida uma quantia que ascende aos milhões de dólares anuais. Assim, “LoveFrom”, continuará a providenciar as soluções necessárias para a empresa responsável pelo iPhone.

Acessórios de moda, o iPhone e sobretudo o Apple Watch

Seguindo a lista com os principais destaques, Jony Ive terá discordado da colocação do Apple Watch como uma simples extensão do iPhone. Para Ive, o Watch deveria ser um produto de luxo e acessório de moda. E, ainda que fosse atingido um consenso, com a versão base do relógio a ser “a extensão” do iPhone, ao passo que a versão de topo, a Watch Edition, era orientada para o mercado de luxo, a cisão estava feita.

Como resultado, Ive não compareceu na apresentação do produto. Vale apontar que a versão de topo, em parceria com a Hermès, não foi um sucesso de vendas. Ainde de acordo com o WSJ, a visão de Ive não triunfou, com milhares de unidades a ficarem paradas nos armazéns.

Pouco depois, Jony Ive seria promovido a responsável máximo pelo design. Uma promoção que veio reconhecer o seu desejo em afastar-se das tarefas diárias de gestão e administração. De acordo com a fonte, Ive precisava de “tempo e espaço para pensar”. Entretanto, esta tendência foi-se mantendo no seio da Apple.

 

 

Ao mesmo tempo, a equipa de design continua a trabalhar no desenvolvimento dos óculos de RA (realidade aumentada). Um produto que traria cartões visuais, bem como mensagens e até mesmo mapas. Tudo isto num novo produto que continua a ser remetido para o fim da lista de prioridades.

“Tempo e espaço para pensar” após o lançamento do Apple Watch

Por fim, temos o AirPower. O produto da Apple que nunca chegou a carregar um iPhone. Aliás, de acordo com os engenheiros da empresa a base de carregamento limitava-se a aquecer as moedas e outros itens que se colocasse em cima. A energia dissipava-se em calor e não conseguia carregar o iPhone, AirPods, etc.

Em suma, Jony Ive sentia-se desvalorizado na empresa. Fruto de uma inclinação de Tim Cook para os resultados, em detrimento do processo como estes eram obtidos. Agora, cada qual seguirá o seu rumo, ainda que continuem a colaborar.

A narrativa de Jony Ive resume as frustrações do meio artístico, concorda?

 

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