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AirTags da Apple usados para vigiar alegado despejo ilegal de bens dos sem-abrigo

Os AirTags são uma ferramenta que pode ser usada para vários cenários. Possivelmente nem a Apple imaginaria tudo o que já se fez com estas etiquetas de localização. Uma das ações mais recentes teve como interveniente um advogado de Portland, EUA, que usou AirTags para monitorizar os pertences dos sem-abrigo, para provar que eles estavam a ser ilegalmente destruídos por empreiteiros da cidade.

O advogado vai usar os dados recolhidos pela rede Encontrar da Apple para provar o crime.


AirTags detetam bens de sem-abrigo despejados sem consentimento

Os AirTags têm sido alvo de inúmeros experiências. Houve já quem enviasse estas etiquetas localizadoras em envelopes para a Coreia do Norte, da Europa para a SpaceX, para a Apple e para os 4 cantos do planeta. O sucesso dos dispositivos está mais que provado, até em ações apenas de entretenimento e curiosidade. Contudo, há quem use a tecnologia para algo bem mais sério.

De acordo com um relatório do Portland Tribune na terça-feira, Michael Fuller anexou dispositivos AirTag a 16 artigos pessoais pertencentes a residentes sem-abrigo acampados no Parque Laurelhurst, uma área que foi varrida pelo empreiteiro da cidade Rapid Response Bio Clean. Membros da comunidade dos sem-abrigo tinham reclamado no passado que a cidade estava a despejar ilegalmente os seus pertences durante tais operações de limpeza.

Após a limpeza, Fuller partilhou num tweet o que parece ser uma imagem de ecrã da aplicação Encontrar (Find My), onde são mostrados alguns dos dispositivos localizadores situados no que parece ser uma estação de transferência de resíduos. Outros foram vistos pela rede Encontrar da Apple em locais aleatórios.

Nos termos da lei do estado do Oregon, a cidade é obrigada a reter bens que sejam “reconhecíveis como pertencentes a uma pessoa e que tenham uma utilização aparente” ao efetuar tais limpezas, diz o relatório. Nas notas de tweet do Fuller tais itens devem ser guardados durante 30 dias.

Os objetos que desapareceram do local não seriam lixo, eram peças que estavam em estado de conservação normal, tinham um dono e um propósito.

Devido à tecnologia de localização, temos provas positivas de que a Rapid Response violou a lei e levou bens que eram perfeitamente limpos e higiénicos, que pertenciam a pessoas sem-abrigo, e levou-os para a lixeira.

Disse Fuller, acrescentando que continuará a alavancar o AirTag e a rede Encontrar da Apple para responsabilizar os funcionários da cidade.

Com as tecnologias inclusas nos AirTags, estes bens podem ser localizados. Não se sabe se foi esse o caso, mas com a localização definida, os bens podem ser recolhidos.

 

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