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Análise: Huawei Mate 9, o sucessor da máquina fotográfica?

A Huawei é uma das marcas chinesas com maior prestígio a nível global. Ao longo do último ano, cimentou ainda mais esta posição, muito devido às grandes novidades que apresentou.

Durante as últimas semanas pudemos analisar um dos mais recentes lançamentos desta marca, o Huawei Mate 9, que nos mostrou todo o seu potencial.

Ao longo dos últimos anos, a Huawei tem ganho algum prestígio e tem lutado para encabeçar a lista das principais marcas de smartphones. Depois do sucesso em 2015, especialmente com o P8 Lite, voltou em peso durante este ano e apresentou alguns modelos bem interessantes como o P9, P9 Lite e o Huawei Nova. Para acabar o ano, a marca chinesa reservou ainda um último reforço de peso e lançou, em Novembro, o Huawei Mate 9 que já tivemos a oportunidade de testar.

Este novo modelo mostrou-se um verdadeiro reforço para a Huawei e provou que a marca chinesa tem também um lugar de destaque na gama alta.

1 – Características gerais

O Mate 9 vem equipado com um ecrã de 5,9″ Full HD (1920 x 1080 píxeis) suportado pelo novo SoC Hisilicon Kirin 960, que promete um desempenho idêntico ao processador Qualcomm Snapdragon 820. Está disponível com 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento interno.

Para fotografia traz uma câmara dupla com um sensor RGB de 12 MP e um sensor monocromático de 20 MP, desenvolvidos com o apoio da famosa marca de fotografia, Leica, à semelhança do que aconteceu com o Huawei P9. A câmara frontal é de 8 MP.

Um dos grandes focos da apresentação do novo Mate 9 residiu na bateria, que possui uma capacidade de 4000 mAh com tecnologia de carregamento rápido desenvolvida pela Huawei, permitindo, além do carregamento mais rápido, um carregamento mais seguro.

Este phablet traz ainda conectividade Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac, Bluetooth 4.2 e NFC, um conector USB tipo-C e traz de fábrica o Android 7.0 personalizado com a interface EMUI 5.0.

Especificações completas

  • Ecrã
    • 5.9″ (1980 x 1080 píxeis), densidade ~373 ppi
  • Processador
    • Hisilicon Kirin 960
    • Mali-G71 MP8
  • Rede
    • GSM/HSPA/LTE
  • Sistema operativo
    • Android 7.0 (Nougat) com interface EMUI 5.0
  • Memória
    • 64 GB com expansão por microSD e 4 GB de RAM
  • Câmara
    • Principal (Traseira): Câmara dupla 12 MP + 20 MP com OIS, Zoom óptico 2X, PDAF, foco laser e flash dual-LED
    • Secundária (Frontal): 8 MP
  • Dimensão e peso
    • 156.9 x 78.9 x 7,9 mm, 190 g
  • Conectividade
    • Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac
    • GPS com A-GPS, GLONASS, BDS e GALILEO
    • Bluetooth 4.2 (BLE)
    • USB tipo-C
  • Bateria
    • Li-Ion 4000 mAh não removível
  • Preço: 699€

 

Na caixa

2 – Hardware e design

Ao pegar no Huawei Mate 9 percebe-se todo o cuidado que a marca teve no seu desenvolvimento. Embora seja considerado um autêntico phablet, este modelo tem umas linhas bem cuidadas e elegantes, uma construção bastante robusta e premium, além de possuir um bom encaixe na mão muito, devido à ligeira curvatura que apresenta atrás.

Na frente temos um espantoso ecrã de 5,9″ FHD, uma câmara frontal de 8 MP, os sensores de proximidade e luminosidade, o auscultador e o logótipo da Huawei.

Em baixo encontramos um altifalante, um microfone e uma porta USB tipo-C. No topo situa-se o jack 3,5 mm e o sensor de infravermelhos para controlo remoto.

Na lateral esquerda posicionam-se os botões de controlo de volume e de bloqueio/desbloqueio, enquanto na lateral direita podemos aceder ao slot de cartão nano-sim/microSD.

Por fim, na parte traseira, localiza-se a câmara dupla, o flash LED, o laser focus e o sensor de impressões digitais.

3 – O que diferencia o Huawei Mate 9?

A Huawei aproveitou o lançamento do Mate 9 para incluir algumas novidades bem interessantes tanto nos seus smartphones, como na sua interface Android e nos seus processadores.

Ecrã de 5,9″

Ao ler as características deste smartphone, o ecrã é algo que pode assustar alguns pela sua dimensão de 5,9″. Na verdade, embora seja grande, aproveita muito bem as margens e consegue ser apenas ligeiramente superior a um smartphone de 5,5″.

Kirin 960

Quem costuma seguir a Huawei sabe que grande parte dos seus smartphones estão equipados com processadores desenvolvidos pela marca chinesa, os HiSilicone Kirin. Embora os modelos anteriores destes processadores não acompanhassem o desempenho oferecido pelos Snapdragon ou Exynos, com o novo Kirin 960, a Huawei aproximou-se finalmente do topo de desempenho e oferece uma experiência de uso sem bloqueios ou qualquer outro tipo de problema de processamento.

EMUI 5.0

Com o lançamento do Huawei Mate 9, a marca chinesa aproveitou também para lançar a nova versão da sua interface com base no Android 7.0. Além das mudanças estéticas bem perceptíveis, que tornam o aspecto desta interface mais clean, foram adicionadas ainda algumas funções e integrações que melhoram a experiência de uso do utilizador.

Câmara dupla

A câmara do Huawei Mate 9, que foi também desenvolvida em conjunto com a Leica, é um dos pontos mais trabalhados neste smartphone, onde podemos encontrar uma câmara dupla com um sensor de 12 MP RGB e outro sensor de 20 MP monocromático que promete 50% mais de detalhe e um zoom óptico de 2x.

4 – Interface e desempenho

A acompanhar o Huawei Mate 9 vem também a versão 5.0 da EMUI, a interface desenvolvida pela Huawei, com base no Android 7.0. Esta nova versão vem com um aspecto renovado, mais branco e limpo, e com um maior foco nas animações e transições. Surgem também algumas novas funções que irão melhorar a experiência de utilização do smartphone. Por enquanto esta versão está apenas restrita ao Mate 9, mas deverá, brevemente, ser lançada para outros modelos.

Conta pessoal

Com a conta pessoal, possível de ser configurada nas definições de utilizadores, podemos criar um espaço acessível apenas por nós para manter os nossos dados mais sensíveis ou que não queremos exibir a outros. Para aceder a este novo espaço, basta configurar uma impressão digital que não estejamos a usar para desbloquear o smartphone e, ao desbloquear com essa mesma impressão, o sistema vai abrir directamente na conta privada.

Aplicações clonadas

Esta é uma função que já podemos encontrar noutros sistemas ou aplicações de terceiros. Com esta função é possível clonar algumas aplicações, como o Facebook, Instagram ou WhatsApp, de forma a ser possível ter duas contas configuradas ao mesmo tempo no mesmo smartphone.

Sistema inteligente

Um dos focos da Huawei na apresentação do Mate 9 foi a inteligência do novo sistema. Em vez de perder desempenho ao longo do tempo, a EMUI 5.0 gere-se a si mesma para se manter sempre rápida e aprende os hábitos do utilizador de forma a priorizar as aplicações mais usadas de forma a oferecer o melhor desempenho possível.

Caixa de aplicações

Quando falamos em interfaces personalizadas, é normal haver utilizadores que adoram e outros que detestam. No caso da EMUI, é uma daquelas interfaces que podemos facilmente apontar algumas parecenças com o iOS, onde se destaca a falta de uma caixa de aplicações.

Com esta nova versão da EMUI, a Huawei introduziu finalmente esta opção, podendo agora o utilizador escolher se quer manter as aplicações todas na homescreen ou se prefere ter as apps agrupadas numa caixa de aplicações.

Carregamento rápido e controlo de temperatura

Com os recentes problemas da Samsung com as baterias, toda a indústria passou a ter um cuidado extra neste elemento. No caso da Huawei não é excepção e criaram alguma tecnologia que evita que surjam problemas associados. Assim, o Mate 9 é agora capaz de monitorizar, em tempo real, a temperatura, a voltagem e a corrente recorrendo a uma tecnologia própria para manter este processo sempre seguro.

Benchmark

Em relação ao desempenho, o Huawei Mate 9 não desilude, mostrando todo o potencial que a marca chinesa depositou no Kirin 960. Em utilização normal, todas as aplicações são corridas sem falhas nem bloqueios, levando a uma utilização sempre fluída.

Em benchmark, o Mate 9 totaliza 127136 pontos no Antutu v6.2.7. Este valor é uma clara evolução face ao Kirin 955 que equipa o P9 que fez um resultado a rondar os 90 mil pontos.

Já no Geekbench 4, o Mate 9 perfez 1931 pontos em single-core e 6176 pontos em multi-core.

5 – Câmaras

Chegamos agora a um dos pontos centrais neste smartphone, a sua câmara dupla. Anunciada como a segunda versão da parceria com a Leica, o Mate 9 apresenta-se com um sensor de 12 MP RGB e um sensor de 20 MP monocromático responsável pelas cores a preto e branco e por aumentar o contraste e luminosidade das fotografias normais. A acompanhar esta câmara vem um flash com LED duplo e um laser para focagem.

Na aplicação da câmara podemos encontrar vários modos:

Nas opções principais da aplicação podemos encontrar ainda o modo “Pro”, com várias opções manuais disponíveis e ainda possibilidade de fotografar em Raw, o modo “Grande Abertura” para utilizar as duas câmaras para desfoque, diferentes filtros e um modo de para escolher a intensidade da cor.

É mesmo neste último ponto que vamos pegar. A câmara do Mate 9 traz agora uma opção que permite escolher três intensidades de cor: Padrão, Cores vivas e Cores suaves. A diferença entre os modos prende-se mais na intensidade e saturação das cores como pode ser visto nos exemplos seguintes.

Outra funcionalidade implementada neste novo modelo da Huawei é o Zoom híbrido que permite um zoom óptico de 2x como podemos ver nas imagens. O zoom digital também tem sido trabalhado, tendo passado na última actualização de 4x para 6x. Na próxima actualização, o zoom digital irá passar para 10x.

A nível de fotografia, o Mate 9 apresenta uma qualidade fantástica durante o dia, com as fotos a terem um bom detalhe e boas cores. Já durante a noite ou com pouca luminosidade, as fotografias apresentam uma boa qualidade, embora, pessoalmente, penso que seja um ponto que a Huawei ainda precisa de melhorar.

Deixo-vos alguns exemplos de fotografias com o Huawei Mate 9:

6 – Bateria

O Mate 9 vem equipado com uma bateria de 4000 mAh. Além de prometer uma boa autonomia, a Huawei prometia ainda um carregamento rápido que alcançasse os 100% de carga em pouco mais de uma hora.

Com a experiência de uso é possível afirmar que ambas as situações são reais. Com o brilho no máximo, o Mate 9 atinge um valor entre as 4 e 5 horas de ecrã, enquanto o tempo de carga não foge muito ao tempo prometido, sendo verdadeiramente rápido. Este tempo de carga é também devido ao novo carregador SuperCharge de 5V3A que acompanha este dispositivo.

7 – Veredicto

Com os lançamentos que fez este ano, a Huawei mostrou, uma vez mais, que quer atacar em força o mercado, apostando para isso numa boa gama de produtos.

O Huawei Mate 9 é um claro exemplo dessa mesma aposta. Com um design e uma construção premium, o melhor processador produzido até hoje pela marca chinesa e uma câmara com selo de qualidade Leica, este é sem dúvida um dos melhores smartphones do ano 2016.

A nível de desempenho, o Mate 9 correspondeu totalmente, tendo corrido qualquer aplicação ou jogo sem qualquer problema. A EMUI está agora renovada na sua versão 5.0 e apresenta uma boa estabilidade e boas funções que irão de certo ajudar o utilizador.

A nível de câmara, embora não estejamos perante a melhor do mercado, apresenta uma qualidade bastante boa, especialmente durante o dia. De noite, embora não seja fantástica, capta fotos com boa qualidade.

Outra das grandes promessas da Huawei era na autonomia e tempo de carga, em que o Mate 9 corresponde totalmente e aguenta sem problema nenhum um dia de utilização mais intensiva. Caso isso não chegue, o carregamento da bateria é rápido e permite recuperar grande parte da bateria num curto espaço de tempo.

Resumindo, estamos perante o melhor equipamento da Huawei actualmente, e arriscaria dizer que é também um dos melhores smartphones de 2016.

O preço do Huawei Mate 9 é talvez um dos piores defeitos deste smartphone, dado que tem um custo de 699€.

O Pplware agradece à Huawei a cedência do Huawei Mate 9 para análise.

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