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Análise Honor 9 – O encontro entre a beleza e o desempenho

Numa altura em que os topos de gama estão cada vez mais caros, é sempre refrescante quando é lançado um smartphone que combate essa tendência de preços abusivos.

O Honor 9 desempenha neste momento esse papel, oferecendo um bom desempenho, uma boa câmara e um design irresistível. Nos últimos dias estivemos a analisar este smartphone e contamos-lhe agora a nossa experiência.


Embora comece a ser cada vez mais reconhecida no mercado, ainda existem várias pessoas que não conhecem a marca Honor. Lançada para ser uma marca mais jovem e mais económica, esta marca chinesa é uma sub-marca da Huawei para conseguir chegar a outros públicos e mercados.

No ano passado, a Honor surpreendeu ao lançar aquele que, para mim, é um dos smartphones mais bonitos que tive oportunidade de testar, o Honor 8, que alia um design surpreendente, a uma boa qualidade de construção e um bom desempenho.

Para este ano, a Honor apresentou a renovação do seu topo de gama, o Honor 9, conseguindo manter toda a beleza que o Honor 8 oferece e reforçar ainda mais todos os argumentos do seu antecessor.

1. Características gerais

O Honor 9 traz um ecrã de 5,15″ com resolução FullHD, acompanhado por um processador Kirin 960, também usado no Huawei P10, Huawei P10 Plus e Mate 9, uma GPU Mali-G71 MP8, 4 ou 6 GB de RAM e 64 ou 128 GB de armazenamento interno.

Para fotografia, traz um sistema de câmara dupla, com sensores de 12 e 20 MP, que permite um zoom híbrido até 2x. A câmara frontal é de 8 MP, com abertura f/2.0.

Vem ainda equipado com uma bateria de 3200 mAh, com carregamento rápido, conetor USB tipo-C, 4G Volte,  Bluetooth 4.2, GPS com Glonass, Huawei Pay e jack 3,5mm. O sistema Android é o 7.0 Nougat, personalizado com EMUI 5.1.

Especificações completas

  • Ecrã
    • 5,15″ de resolução 1080 x 1920 píxeis, ~423 ppp
  • Processador
    • CPU: HiSilicon Kirin 960, CPU Octa-core (4×2.4 GHz Cortex-A73 & 4×1.8 GHz Cortex A53)
    • GPU: Mali-G71 MP8
  • Rede
    • Dual-SIM LTE/HSPA+/GSM (dual stand-by)
  • Sistema Operativo
    • Android OS, v7.0 (Nougat)
    • Interface: Emotion UI 5.1
  • Memória
    • Memória RAM: 4 GB
    • Memória interna: 64 GB
    • Memória externa: microSD até 256 GB (abdicando de um cartão SIM)
  • Câmara
    • Principal (traseira): dupla de 20 MP + 12 MP, f/2.2, foco automático a laser, Flash LED de dois tons
    • Secundária (frontal): 8 MP, f/2.0
    • Sensores
      • Acelerómetro, giroscópio, bússola, proximidade, luminosidade, impressões digitais
Dimensões e peso
  • 147.3 x 70.9 x 7.5 mm, 155 g
  • Conectividade
    • Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac, dual-band, Wi-Fi Direct, DLNA, hotspot
    • GPS, GLONASS e BDS
    • Bluetooth 4.2, A2DP, EDR, LE
    • NFC
    • USB Tipo-C
  • Bateria
    • 3200 mAh Li-Ion
  • Cores
    • Sapphire Blue e o Glacier Gray
  • Preço
    • Preço: 459€

2. Hardware e Design

Depois de analisar o Honor 8, considerei que aquele smartphone era o mais elegante em que já tinha pegado. Quando começaram a sair as primeiras notícias sobre o Honor 9 duvidei sempre que conseguissem melhorar o design, opinião esta que foi reforçada com o lançamento do Honor 8 Pro que, embora mais resistente pela sua construção em metal, acabava por ser menos elegante.

No entanto, a Honor conseguiu surpreender-me e este Honor 9 é ainda mais elegante que o anterior. Usando como base o Huawei P10, de onde se percebe claramente a influência, conseguiram tornar o Honor 9 ainda mais bonito que o seu antecessor.

Em relação ao Honor 8, a principal alteração está na colocação do sensor de impressões digitais na parte frontal, abandonando a posição na parte traseira que se via no Honor 8 e no painel traseiro que é agora 2.5D, ou seja, curvo nas extremidades.

Na parte frontal podemos encontrar o ecrã de 5,15″, a câmara secundária de 8 MP, os sensores de luminosidade e proximidade, o auscultador, o sensor de impressões digitais (que pode servir de botão home, retroceder e aplicações recentes em simultâneo) e um botão capacitivo de cada lado do sensor que apenas estão ativos se o utilizador assim o pretender.

Na lateral, do lado direito, estão localizados os botões de ligar/desligar e de controlo de volume e, do lado esquerdo, o slot para dois cartões nano-SIM ou cartão nano-SIM e cartão de memória microSD.

Por cima, pode-se observar o sensor de infravermelhos e um microfone secundário e, por baixo, a porta USB Tipo-C, o altifalante e o microfone principal.

Por fim, na parte traseira encontra-se a câmara dupla, o flash, o laser focus e o logo da Honor.

O Honor 9 é bastante robusto, com uma excelente qualidade de construção. No entanto, a traseira é bastante escorregadia, pelo que recomendamos o uso de uma capa, que já vem incluída, para reduzir o risco de quedas.

3. O que diferencia o Honor 9?

Tal como no Honor 8, o ponto característico deste smartphone é sem dúvida o seu design, como já referi anteriormente. No entanto, existem outros pontos que podemos destacar:

Sensor de impressões digitais frontal e teclas de navegação

Uma das grandes alterações face ao seu antecessor, é o posicionamento do sensor de impressões digitais na frente do smartphone, seguindo as alterações feitas no P10. Tal como acontece no topo de gama da Huawei, o botão home tem também um comportamento unificador dos botões de navegação, permitindo com um toque simples retroceder, um toque longo voltar à home e com um desliza na lateral abrir as aplicações recentes.

Para quem não gostar deste método pode optar por fazer uso de dois botões capacitivos que o Honor 9 tem, um em cada lado do botão home, apenas visíveis e ativos se o utilizador assim entender.

Neste ponto, o Honor 9 perde apenas uma das funcionalidades que eu mais gostava no Honor 8, o botão clicável no sensor de impressões digitais que permitia abrir aplicações ou, por exemplo, ligar a lanterna. No entanto, podemos configurar gestos no ecrã para substituir este botão.

Câmara dupla

Embora não seja uma câmara desenvolvida com o cunho da Leica, como acontece com o P10, o Honor 9 dispõe também de uma câmara dupla.

De certo que a Huawei transpôs algum do conhecimento e experiência adquirida com a Leica para este smartphone, resultando numa câmara com resultados bastante positivos como poderemos ver mais à frente.

Além disso, a Huawei introduziu a tecnologia 3D nesta câmara, ao estilo do que a Xiaomi e Apple tentaram implementar em tempos sem grande sucesso, permitindo criar um “boneco” de uma pessoa, ou tirar uma foto panorâmica 3D a um objeto.

Kirin 960 e 4 GB de RAM

Embora o Honor 9 tenha saído em duas versões (4/64GB ou 6/128 GB), para Portugal apenas foi lançada a primeira. Esta configuração do Kirin 960 com 4 GB de RAM já é bem conhecida, tendo resultado muito bem nos outros topos de gama da marca (Huawei Mate 9 e P10).

Embora o Kirin 960 não acompanhe em nível de benchmark o Snapdragon 835, em utilização diária poucas diferenças existem. Os jogos e aplicações correm de forma fluída e não se nota nenhum desfasamento de imagem.

4. Interface e desempenho

O Honor 9 traz instalado o Android 7.0, personalizado com a interface EMUI 5.1, a última versão lançada pela Huawei. Esta nova versão, que chegou na versão 5.0 ao Mate 9 e 5.1 ao P10 representou um grande salto face à versão 4.1, quer no aspeto, quer no funcionamento, otimização e experiência de uso. A EMUI 5.1 apresenta um aspeto mais limpo, com os menus simplificados, para tornar o uso mais eficiente. A Huawei apregoa também o uso de machine learning, que promete manter o smartphone sempre fluído como se tivesse sido acabado de ligar pela primeira vez.


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Embora a interface não seja do agrado de todos, especialmente daqueles que preferem um sistema mais “puro” e próximo da experiência base do Android ao estilo dos Nexus e Pixel, tenho-a usado desde o Mate 9 em diversos smartphones e estou bastante satisfeito com o seu funcionamento. Para quem tem acompanhado esta interface desde cedo percebe as evolução significativa que tem havido, assim como a intenção de oferecer ao utilizador o máximo de funções e opções que permitem simplificar o uso do smartphone.

 

Desempenho

Sendo o Honor 9 considerado um topo de gama, é esperado que o desempenho faça jus a esse segmento. Trazendo uma configuração idêntica ao P10, o Honor 9 tem um desempenho exemplar, correndo qualquer jogo ou aplicação sem problemas.

A nível de multitasking, os 4 GB de RAM já permitem ter várias aplicações a correr ao mesmo tempo, permitindo um uso despreocupado e sem desfasamentos. Para o utilizador, e já com algumas apps instaladas, sobram 2.1 GB de RAM livres.

A nível de benchmark, registámos os seguintes valores:

5. Câmaras

O Honor 9 traz uma câmara dupla com sensores de 12 e 20 MP com abertura f/2.2, acompanhada de zoom híbrido até 2x, focagem por laser e um flash duplo LED. A câmara frontal é de 8 MP com abertura f/2.0.

Tal como acontecia no Honor 8, esta nova versão traz uma aplicação da câmara repleta de modos que se adequam às mais diversas situações:

 

A nível de fotografia, embora o Honor 9 não tenha a melhor câmara do mercado, consegue captar bem as cores, perfazendo um bom resultado final. Em certas fotos pode-se notar alguma falta de qualidade quando aproximamos um objeto de fundo, no entanto, é algo que deve ser melhorado no futuro com atualizações. As fotografias noturnas também deixam um pouco a desejar, tendo uma grande presença de ruído. De seguida deixamos algumas fotos tiradas com o Honor 9.

A nível de captação de vídeo, o Honor 9 consegue uma boa adaptação às condições de luz, assim como oferece uma estabilização da imagem razoável.

Modos 3D da câmara

Se o P10 e o Mate 9 se destacam pela parceria com a Leica, a Honor também quis que o seu topo de gama se destacasse no campo da fotografia e apostou no 3D. Para isso, a Honor introduziu dois novos modos de fotografia, o modelo 3D e o panorama 3D.

Modelo 3D

O modelo 3D é um modo da câmara do Honor 9 que permite tirar uma série de fotografias à cara de uma pessoa de forma a criar um boneco 3D. O funcionamento é muito simples. Abre-se a câmara, escolhe-se a opção Modelo 3D, centra-se a cara da pessoa na imagem e, nunca largando o botão para tirar fotografia, mover o Honor 9 conforme é indicado no ecrã, permitindo ao sistema tirar fotografias de várias ângulos da cara.

Depois, o sistema irá analisar as fotografias, identificar os pontos chaves da cara e criar um boneco 3D da pessoa. Posteriormente é possível imprimir o boneco ou mudar diversos pontos da aparência como o penteado, a roupa, as feições da cara ou o movimento. Por fim, pode tirar uma foto, gravar um pequeno vídeo ou captar um GIF e partilhar com os amigos.

Para exemplificar este processo, deixo-vos a demonstração desta função na rubrica “Update digital” no Olá Maria do Porto Canal.

Panorama 3D

Se o modelo 3D é desenvolvido para identificar as feições da cara e criar um boneco, o panorama 3D é mais virado para a captação de imagens 3D de objetos. Para isso, basta abrir a câmara, escolher a opção Panorama 3D, centrar o objeto no centro do ecrã e carregar no botão de captura de imagem. Vai iniciar uma gravação como se fosse vídeo, onde devem, de forma lenta e o mais estabilizada possível, filmar os diversos ângulos do objeto.

No final voltem a carregar no botão de fotografia para parar a gravação e o sistema irá analisar as imagens, reconhecer o objeto e criar uma imagem tridimensional deste que se pode visualizar ao estilo da realidade virtual.

6. Autonomia

Para mim, sendo eu um utilizador intensivo, a autonomia é um daquele pontos-chave em que um smartphone tem de passar.

No caso do Honor 9, para uma utilização despreocupada com jogos, dados 4G sempre ligados, navegação na Internet, vídeos no Youtube, algumas fotografias e sem me preocupar em limpar aplicações de fundo, consigo chegar ao final do dia com uns 10/15% de bateria, aguentando um dia. Para uma utilização mais moderada, o Honor 9 aguenta sem problema um dia e meio.

A nível de carregamento, tal como no Honor 8, estamos perante um dos smartphones mais rápidos a carregar, conseguindo ter a bateria a 100% em pouco mais de uma hora.

7. Veredicto

Com uma aposta mais que assumida no design, o Honor 9 é um dos smartphones mais bonitos do mercado. O seu vidro 2.5D na traseira permite uma reflexão fantástica da luz, que lhe dá um toque premium.

A nível de desempenho, o Honor 9 não tem qualquer problema de se bater de frente com os topos de gama de outras marcas, apresentando um desempenho irrepreensível e sempre pronto a correr qualquer aplicação ou jogo. A nível de multitasking, permite uma boa utilização despreocupada, estando livres para o utilizador mais de 2 GB de RAM.

As câmaras têm um comportamento bastante positivo durante o dia, tanto em fotografia como em vídeo, no entanto, quando a luz é pouca, nota-se algum ruído. A introdução dos modos 3D é um ponto positivo e diferenciador.

Em questão de autonomia, o Honor 9 passou no meu teste e aguentou sempre 1 dia da minha utilização intensiva. Para um utilizador mais moderado deverá durar mais que um dia e meio.

Quanto ao preço, o Honor 9 pode ser adquirido por 459€ com oferta de uma smartband.

Em suma, face ao preço, este é um smartphone bastante apetecível que algumas pessoas até apelidam de “OnePlus 5 Killer”. Seguindo os passos do seu antecessor, para quem procura um smartphone bonito, equilibrado e com uma boa câmara, o Honor 9 é uma excelente hipótese.

O Pplware agradece à Honor a cedência do Honor 9 para análise.

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