Após o seu inesperado adiamento (ver aqui), Destruction AllStars, exclusivo Playstation 5, já chegou e recebeu inclusive, honras de ingressar no PlayStation Plus deste mês (onde ficará até 5 de abril).
Tal como temos vindo a acompanhar, trata-se de um jogo de carros que, de condução tem pouco. É, à falta de mais palavras, um jogo de destruição e combate sobre 4 rodas.
Nós já o experimentámos.
Este jogo é, em parte, um risco assumido pelos britânicos da Lucid Games (Star Wars Jedi: Fallen Order e Need for Speed: Payback) e, apesar do adiamento que sofreu, veio-se a revelar um risco bem sucedido.
Umas pitadas de Carmageddon, com pedaços de Overwatch e mais uns pozinhos de Rocket League, é uma possivel receita para Destruction AllStars. O seu grafismo, a sua loucura e ritmo frenético, fazem com que se trate de um jogo simples e divertido e que é capaz de entreter os jogadores de uma forma simples e descomplexada.
Um jogo frenético sobre 4 rodas, onde vinga a lei do mais forte e do mais rápido
Modos de Destruição
O jogo apresenta várias opções de jogo. Por um lado temos o Treino que, tal como o nome indica, permite ao jogador treinar nos diferentes modos de jogo e várias personagens.
Por outro lado, existe ainda a opção Desafios que, poderia estar mais explorada. Esta opção apreenta vários desafios que quando completados permite adquirir dinheiro do jogo ou itens de personalização.
Por fim, a opção Arcade permite jogar os modos todos com as regras da competição.
A insanidade está presente em todos os modos de jogo disponíveis. É o Caos!
Em relação aos modos de jogo, existem quatro, alterando ligeiramente a jogabilidade entre cada:
- Carnado, faz com que os jogadores batam nos seus adversários para lhes roubar peças. Essas peças terão depois de ser depositadas num Tornado que existe no centro da pista e que desfaz o nosso veículo, tendo de procurar outro de seguida. Ganha quem depositar mais peças no Carnado.
- Stockpile, onde os jogadores têm de atacar os adversários para ganhar peças com os choques e depois terão de as ir depositar nos bancos. Ganha a equipa que controlar mais bancos no final do tempo.
- GridFall, que é uma espécie de Last Man Standing e que convida o jogador a lutar para ser o último na Arena. Cada jogador tem um número finito de vidas.
- Mayhem, ou Caos é o derradeiro Destruction AllStars e o mais insano. Aqui o que conta é apenas adquirir pontos, ou seja, destruir o maior número de adversários. Ganha quem fizer mais pontos, claro.
Consoante a prestação nas competições online, adquirem-se pontos de experiência que nos permitem subir no ranking. Além disso, ganhamos ainda alguns items de personalização que poderemos equipar em qualquer das personagens disponíveis.
No entanto, não podemos deixar de verificar que, apesar de todos estes modos de jogo, a jogabilidade é muito (talvez demasiado) semelhante. O que difere são as regras, mas a jogabilidade é praticamente idêntica em todos eles.
Controlar as feras das Arenas
Seja em que modo for, a ação decorre dentro de arenas grandes o suficiente e bastante diversificadas na sua forma e efeitos.
A dimensão das Arenas acaba por ser bem equilibrada, pois, tanto permite alturas de puro caos com carros a virem de todas as direções e ação non-stop, como também permite que em certas ocasiões possamos encontrar um canto mais sossegado e reavaliar a nossa estratégia.
São vários os obstáculos que cada arena lança contra os jogadores, como ventoinhas gigantes, espigões que se elevam do chão, plataformas que desaparecem… e isso ajuda a criar uma constante sensação de frenesim e de adrenalina.
A condução dos carros é simples. Além de acelerar e travar (R2 e L2), podemos ainda dar um pequeno boost em frente ou lateralmente (usando o analógico direito). É esse boost que faz os Golpes nos adversários e são simples: pressionar para a frente provoca um golpe em frente e para os lados, provoca golpes laterais.
Cada herói tem o seu Veículo Herói que pode ser invocado no decorrer de uma corrida
Quando preenchemos a barra de ataque Destruidor, então podemos usar o R1 para libertar a habilidade especial do nosso veículo, que tanto pode passar por largar fogo dos pneus, ou fixar um inimigo,…
A jogabilidade é bastante simples, sendo que após o primeiro par de horas, já dominamos as feras que estão disponíveis.
A destruição
Num jogo de destruição, o que queremos ver nós? Destruição. E em Destruction AllStars, a sensação de destruição está muito boa.
Num choque frontal, as peças soltam-se e saltam em todas as direções. Quando pisamos o asfalto a arder (existe um Veículo Herói que larga fogo das rodas), os pneus ardem e desaparecem. As partículas, os capots soltos, os para-lamas pendentes,… a sensação de destruição está bastante boa.
Há, no entanto, algo que deveria estar melhor: os danos nos veículos e o impacto na forma como os carros reagem após as colisões mais violentas, deveriam ser mais penalizadores. Isto, pois após um brutal choque frontal, o carro pode ficar todo partido, mas mesmo assim ainda podemos conduzi-lo e até mesmo golpear outros adversários.
De carro ou a pé
Contrariamente ao que se poderia esperar, andar a pé numa arena deste género até que não é assim tão descabido e acaba por ter certas vantagens.
Por exemplo, para que o nosso personagem possa invocar o seu Veículo Herói, precisa de encher uma barra de energia que se vai enchendo com os golpes e destruições que vamos conseguindo. No entanto, existem espalhadas pelas Arenas, inúmeras gemas que só podem ser apanhadas a pé e que também enchem essa barra.
Ritmo alucinante: uma partida de Destruction AllStars é o equivalente a beber 5 cafés
Por outro lado, se o nosso veículo estiver quase a dar o berro, ou se gostarmos muito de um carro de um adversário, podemos sempre tentar roubá-lo. É um Rodeo em 4 rodas, pois a forma de roubar o carro adversário conta connosco em cima do tejadilho e a ter de pressionar uma sucessão de teclas para o conseguir. Escusado será dizer que se conseguirmos roubar o veículo do adversário, ficamos também com as suas peças.
A vertente pedestre poderia estar melhor explorada
Apesar de os nossos personagens terem habilidades que lhes permitem causar algum tipo de dano aos adversários, quando nos encontramos apeados, creio que essa vertente foi claramente relegado para segundo plano. É pena, pois poderia ser muito engraçado, no meio de todo o Caos, podermos desatar à bofetada.
De mencionar ainda que existem objetivos semanais que nos dão pontos de experiência adicionais. Por exemplo, entrar em 5 corridas com o Blue Fang. Para completar esses desafios, temos de ser rápidos no ecrã de seleção de personagem, pois a sua procura no início de cada jogo passa a ser bastante frenética.
Personagens e carros
São 16, para já, as personagens disponíveis para jogar. Cada uma tem uma habilidade especial enquanto personagem, e tem também um Carro Herói, ou seja, uma viatura especial que por sua vez também tem uma habilidade única.
Tanto as habilidades de cada personagem como as dos seus veículos especiais, são variadas e tanto podem ser ofensivas como defensivas. Acho, no entanto, que algumas são mais fortes que outras, não havendo muito equilíbrio no geral.
Na minha experiência de jogo, tenho de confessar que o comando dos veículos é bastante responsivo. Aliás, não tenho nada a referir no capítulo da estabilidade, pois o jogo corre perfeitamente a 60fps sem quebras nem lag.
De lamentar, não podermos criar (ainda) um personagem só nosso e que pudesse absorver as habilidades e Veículos Heróis de alguns dos restantes.
Uma palavra final para o DualSense que tem aqui um palco para grandes vibrações. Cada colisão e cada aceleração faz com que o comando vibre nas nossas mãos. Por outro lado, os gatilhos de pressão variável são usados para acelerar os carros.
A insanidade e caos de Destruction AllStars são libertadores
Não posso deixar de referir que Destruction AllStars não é um daqueles jogos que nos agarra por horas a fio, com o objetivo de atingir algo. Destruction AllStars, apesar de possuir um sistema de ranking e bastantes items para desbloquear, é uma experiência mais solta e mais imediata.
Veredicto:
Destruction AllStars é um jogo extremamente divertido de se jogar. O frenesim de cada Arena, o caos de cada competição, a insanidade de bater em tudo e todos é viciante e extraordinariamente libertador.
No entanto, à medida que se joga, cresce a sensação que o jogo é um pouco desligado e sem noção de continuidade. Trata-se de uma sucessão de corridas sem um fio condutor.
Quem viver bem com isso, certamente gostará de Destruction AllStars que é um jogo que se propõe, pura e simplesmente, ao caos e destruição em 4 rodas. E isso faz bastante bem!