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Análise: Crackdown 3 (Xbox One)

Foi uma das grandes surpresas do Reino Microsoft quando foi anunciado e nessa altura, Crackdown 3 tornou-se num autentico símbolo das potencialidades do denominado cloud computing.

Agora, passados mais de 3 anos, eis que o jogo chega à Xbox One.

Será que a espera compensou?


Quando, na Gamescom de 2015, Crackdown 3 foi anunciado por Dave Jones o jogo foi recebido por um gigantesco “Bruahhh”, tais as expectativas que criou em seu redor.

A premissa era simples… utilizar a capacidade de processamento na Cloud (Microsoft Azure) para promover uma experiência Multiplayer (Wrecjing Zone) simplesmente bombástica na qual todo e qualquer componente do cenário poderia ser destruída.

Passados 4 anos sobre o anúncio, eis que Crackdown 3 chega finalmente às consolas Xbox One e a espera terminou.

 

Crackdown 3 na Xbox One

O jogo decorre na fictícia cidade de New Providence, uma metrópole controlada pela Terra Nova Corporation e tendo como líder, a malévola Elizabeth Niemand. Trata-se de uma organização com objetivos bastante obscuros e que, além de escravizar e monopolizar tudo e todos na cidade, também é responsável por ações terroristas em redor do Planeta.

Ações essas que, tal como nos é mostrado no início do jogo, levam a que o personagem principal (Terry Crews) mais uma equipa de Agentes a entrar em ação. Contudo, a missão não corre como previsto e o avião onde seguiam é abatido antes de chegar a New Providence. Contudo Terry (Agente Jaxon) não morre e através do pouco que dele sobrou é criado um super soldado que é enviado de novo para a cidade para derrotar a organização.

E assim começa…

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A metrópole de New Providence abre-se diante dos nossos olhos como uma cidade activa, futurista e repleta de luz e cor (com néons e hologramas em todo o lado).

Mas todo esse brilho esconde uma verdade. Esconde os planos da Terra Nova Corporation pelo domínio e controlo de tudo e todos e é aqui que entramos em acção. A nossa missão, caso a aceitemos, será a de destruir a Terra Nova Corporation e todos os seus vestígios na cidade.

E esses vestígios encontram-se um pouco por todo o lado. Desde o controlo das antenas de publicidade (que temos de sabotar), ao aprisionamento de rebeldes e cidadãos opositores (que temos de libertar), passando pelo controlo da indústria e dos transportes (que temos de destruir), toda a cidade encontra-se sob a mão de Elizabeth Niemand.

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A cidade é extremamente grande e dividida em sectores que vamos ter de ir libertando aos poucos. New Providence encontra-se extremamente interessante, apresentando-se como uma cidade ativa e colorida onde os outdoors futuristas (com hologramas e néons) abundam, dando-lhe o ambiente de ficção cientifica que se esperava.

Contudo, fica um pouco a sensação de alguma aparente falta de nexo nos movimentos e ações dos cidadãos que vagueiam pelas ruas.

Bem, mas seja como for, a cidade está viva e impulsiona o jogador a explorá-la. A liberdade que sentimos é tremenda e tanto podemos simplesmente pegar num carro, como passear pelas ruas ou então, e melhor ainda, explorar a cidade na vertical escalando os enormes arranha-céus existentes.

Esta é a melhor e mais gratificante forma de nos movimentarmos em New Providence, sem dúvida. Tanto por lazer, como para nos deslocarmos ou mesmo a meio de combates, os altos edifícios são sempre super divertidos de escalar e conquistar.

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Aliás, para a evolução do nosso personagem é mesmo imperativo que o façamos já que, espalhados pela cidade (em particular no alto de arranha-céus), encontram-se escondidas orbs de Agilidade que, quando recolhidas, nos permitem evoluir as habilidades do nosso herói. Esta parte da recolha das orbs (esferas) é um dos pontos mais desafiantes do jogo, pois algumas delas encontram-se em zonas bastante complicadas e que obrigam o jogador a pensar um pouco melhor como lá chegar.

Contudo, existem ainda outras habilidades do que podemos melhorar no nosso personagem (Uso de Armas, Força, explosivos e Condução). E neste aspeto o jogo assume uma mecânica de “quanto mais fazes, mais melhoras”. O que quero dizer com isto? Bem, significa que ao se usar determinada arma, ganhamos afinidade e experiência com ela, assim como, ao se conduzir ganhamos experiência ao volante e assim vamos desbloqueando novas perks e ações.

E isso bom pois o nosso personagem assim evolui do zero dando-nos uma sensação de evolução conjunta.

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E por falar em armas, existem para todos os gostos. Mas, atenção, que nem todas dão para derrotar todos os tipos inimigos. Existem algumas que lançam rockets, outras que enviam pulsos elétricos … a escolha +é bastante variada o que poderia incluir no jogo uma maior componente tática, Contudo o que se repara é que a partir de determinado momento já temos um arsenal de tal forma que não é necessário qualquer estratégia.

Em parte, isto origina a que o jogo se torne demasiado simples e fácil, nunca exigindo uma grande destreza (motora e mental) ao jogador. Tirando alguns combates com os bosses (capitães da Terra Nova Corporation) nos quais é necessária persistência e algum cuidado acrescido, a maior parte dos combates é resolvido de peito aberto.

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Neste capitulo perdeu-se ainda uma boa oportunidade de explorar as capacidades aumentadas do nosso Agente, pois a componente de combate corpo a corpo é demasiado simplista. Dadas as augmentations que o Agente recebeu na sua “reconstrução” após o abate do avião inicial, o combate físico poderia ser bem melhor explorado.

Apesar de missões principais relacionadas com a destruição da Terra Nova Corporation, existem ainda bastantes missões paralelas ou objetivos adicionais. Por exemplo, quando o avião cai, os corpos dos restantes Agentes são espalhados pela cidade e cabe-nos encontrar todos eles (e o seu ADN) para os poder voltara reanimar.

Apesar de alguma repetitividade se instalar aqui ou ali em determinadas missões, existe sempre algo a fazer de diferente. Outro exemplo, são as corridas que podemos fazer, tanto de carro, como pelos topos dos edifícios. Existe muito que fazer em New Providence.

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Falemos agora um pouco sobre a Wrecking Zone e componente online do jogo. Esta seria, à partida o principal ponto forte e de inovação que Crackdown 3 apresentava e a verdade é que deixa um pouco de sabor agridoce.

Como já referimos mais acima, um dos chavões de Crackdown 3 é o recurso ao Cloud Computing para processamento de sessões online. Por outras palavras, trata-se de retirar processamento às consolas (clientes) e deixar a parte mais pesada e complexa de processamento em tempo real, para os servidores Azure.

Trata-se de uma ideia extremamente simples, mas assustadora ao mesmo tempo. Isto pois, apesar da simplicidade da coisa, o facto de passar todo o processamento em runtime para a cloud, envolveu enormes desafios tecnológicos e com respetivos riscos e problemas.

Contudo, o efeito final é decente. Tal como apregoado desde o primeiro momento, praticamente tudo o que se vê é destrutível e, verdade seja dita, essa destruição total é extremamente empolgante.

No entanto, fica-se por aí, faltando um pouco mais de audácia por parte da equipa de desenvolvimento que pudesse criar, não só novos modos para o online, como tirar ainda mais partido do jogo.

 

Veredicto:

Crackdown 3 demorou bastante tempo a chegar até nós. Acredito mesmo que demorou demasiado tempo. Isso só por si, não significa que o jogo seja mau, pois não é. Tecnologicamente trata-se de um marco no ramo dos videojogos. Contudo, como um jogo sério, falta-lhe um pouco mais de audácia, tornando-se numa experiência divertida e pouco exigente.

No entanto, quem apreciou os jogos anteriores, terá aqui um must have para a sua coleção.

Crackdown 3

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