Pplware

Análise Battlefield 1 (Xbox One)

Um dos jogos mais aguardados deste final de 2016 chegou finalmente às lojas. Refiro-me a Battlefield 1 da Electronic Arts,e com o desenvolvimento a cargo pela DICE (também responsável por Star Wars Battlefront que saiu no ano passado).

Após alguns anos de ausência (Hardline foi um pouco “desligado”) aquela que é considerada por muitos como a melhor série de videojogos de guerra regressa e … regressa a casa, o que é o mesmo que dizer que, regressa às suas origens … à guerra.

O Pplware já fez a recruta e já entrou em combate.

Tal como referi acima, Battlefield encontra-se de regresso. Mas mais que isso, encontra-se de regresso e de reencontro com as suas origens … com aquilo que faz melhor … a simulação da guerra.

Após uma “estranha” passagem pelo mundo dos policias e ladrões com Hardline (ver aqui), Battlefield 1 vira a agulha novamente para os grandes conflitos mundiais e em boa hora o faz. É precisamente esse o ADN de Battlefield e que sempre será este o seu porto seguro. A guerra!!

Mas, a guerra convencional, ou seja, a guerra real (seja actual ou não). Battlefield, pelo menos até agora, não entra na febre que abunda o mercado de jogos orientados para shooters futuristas (demasiado futuristas até).

Não, Battlefield não vai por esse caminho e Battlefield 1 surge assim como uma espécie de regresso ao passado centrando a sua história em redor da 1ª Grande Guerra Mundial, um conflito épico que envolveu milhões de soldados de países dos mais variados quadrantes do globo e que surge agora representado em Battlefield 1, também de uma forma épica … memorável.

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Como todos sabemos, a série Battlefield é muito mais elogiada pela sua vertente multiplayer tendo-nos habituado ao longos dos anos a momentos de grande espectacularidade nos mais variados cenários de guerra (épicos e maciços). No entanto, em Battlefield 1 a DICE decidiu investir um pouco mais na vertente offline. Trata-se de uma estratégia importante, especialmente se tivermos em conta que muitos jogadores não podem (ou não gostam) participar nestes modos de jogo.

E convém referir que o próprio modo campanha que a DICE implementou acaba por ser também ele interessante. Isto porque, ao invés de acompanharmos um único soldado, ou uma única situação, Battlefield 1 leva-nos a “vestir a pele” de diversos soldados e em diferentes alturas e locais do conflito. Trata-se de histórias despegadas mas que servem acima de tudo para dois objectivos distintos. Por um lado apresenta ao jogador os diferentes locais, forças em acção e armamentos/equipamentos disponíveis e por outro lado ilustra de uma forma bastante coerente toda a grandeza do conflito.

Estes episódios, todos eles em cenários de guerra distintos transportam para o jogo uma enorme quantidade de informação histórica e factual, enriquecendo assim a experiência de jogar Battlefield 1. Por exemplo, o Episódio ‘Tempestade de Aço’, coloca-nos na pele de um membro do esquadrão Harlem Hellfighters, um regimento completamente constituído por afro-americanos, demonstrando assim o seu papel importantíssimo no conflito. Por outro lado, o episódio ‘Através de Lama e Sangue’ somos um artilheiro num blindado americano que avança por trás linhas inimigas. Nesta missão podemos inclusive “voar” na pele (ou nas penas) de um pombo (não deixa de ser estranho).

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O episódio ‘Amigos nos Lugares Certos’, leva-nos até aos céus de França e aos combates aéreos da 1ª Guerra Mundial. Um aparte para referir que, apesar da curva de aprendizagem do jogo não ser assim tão acentuada, a condução dos veículos, em particular aviões, é bastante complexa. Por um lado temos uma jogabilidade bastante arcade para pilotar as aeronaves e por outro lado temos as próprias características dos aparelhos que os tornam mais difíceis de manusear.

No entanto, e tal como deve ter acontecido na altura, manejar um blindado dá efectivamente um grande sensação de poder e faz realmente a diferença em combate (especialmente quando a equipa que o compõe se encontra completa e sabe o que está a fazer). Em Galipolli por exemplo, sendo um mapa de terreno aberto torna-se mais fácil a um blindado causar grande destruição mas em Amiens, durante os combates rua a rua, os veículos são presa fácil para granadas e rockets.

‘Nada está definido’ leva-nos até à península arábica onde vamos encontrar e lutar juntamente com Lawrence da Arábia contra as forças do Império Otomano enquanto que o episódio ‘O Corredor’ se trata de um mapa super excitante consiste na tentativa de reproduzir um dos maiores desembarques da 1ª Grande Guerra Mundial, a Batalha de Galipoli.

Um dos mapas mais complicados será sem dúvida o do episódio de ‘Avanti Savoia’, que se passa nos Alpes e leva-nos num conjunto de missões com o objectivo de tomar fortificações Austro-Húngaras em zonas altas nas montanhas. Na vertente Offline este mapa apresenta alguns problemas, especialmente na primeira missão com os inimigos a serem demasiadamente estáticos e pouco activos. No entanto, na vertente multiplayer, trata-se de um dos mapas mais exigentes (tanto de um lado como de outro).

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Um pormenor a reter no modo Campanha é que a DICE teve uma particular preocupação em criar cenários que permitissem ao jogador abordagens distintas. Apesar de terem todos o mesmo final, a forma como o jogador encara e termina as missões acaba por ser de livre escolha. Por exemplo, nos Alpes, existe uma altura em que temos de invadir uma fortificação inimiga e que apresenta duas entradas possíveis, ou túneis ou a porta da frente.

O modo campanha mostra-nos também um pouco daquilo que foi a I Grande Guerra, nos seus mais variados aspectos. Guerra de trincheiras, grandes ofensivas, guerra química, superioridade aérea…

Essas histórias, divididas cada uma em episódios distintos acabam por ser também uma espécie de tutorial (apesar do jogo não ter uma curva assim tão grande de aprendizagem) para o que vem a seguir, o multiplayer.

Apesar de toda esta variedade nos episódios e das suas missões tenho de confessar que o Modo Campanha me deixou um ligeiro sabor agridoce na boca acabando por deixar a sensação de facilitismo exagerado. Falta-lhe um pouco mais de “sal” na acção.

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Mas, e tal como é sabido, é no online que Battlefield geralmente brilha. E em Battlefield 1 continua a brilhar. E de que forma. Com cenários até 60 jogadores em simultâneo, Battlefield 1 eleva a guerra virtual até outros níveis, sendo apenas de lamentar uma grande quantidade de jogadores que ignoram (propositadamente ou não) o trabalho de equipa.

Bem, mas esquecendo esse pequeno pormenor, é no online que Battlefield 1 encontra toda a sua grandeza. Existem 5 modos online principais de partidas rápidas, onde se encontram os tradicionais ‘Cada Equipe por Si’, ‘Conquista’, ‘Dominação’ ou ‘Investida’.

No entanto, neste capitulo das partidas rápidas surge um novo modo engraçado, que é o de ‘Pombo de Guerra’ nos quais é lançado um pombo-correio no mapa e a equipa tem de o apanhar e libertar para dar as coordenadas inimigas à artilharia. É uma espécie de ‘Captura de Cápsulas’ de Star Wars Battlefront.

Contudo a cereja em cima do bolo online, pelo menos na minha perspectiva, surge com a forma do novo modo ‘Operações’. Trata-se da recriação de operações militares de grande escala constituídas por várias fases. Por exemplo, a Operação Kaiserschlacht que leva o jogador desde os arredores de Amiens numa primeira fase, até à defesa da própria cidade na derradeira secção dessa Operação.

Este modo encontra-se brilhantes na sua concepção. Cada fase (geralmente 3) apresenta-se dividida em várias secções (normalmente 5) e o objectivo dos defesas é ir defendendo essas 5 secções, enquanto que o dos atacantes é de as ir conquistando, uma a uma. Após um sector perdido, os defesas têm de recuar e preparar a defesa do próximo sector e assim sucessivamente até se chegar ao último. O exemplo da cidade de Amiens é brutal, com o combate a desenrolar-se rua a rua, beco a beco e casa a casa. Impressionante.

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Quando jogado de forma séria, este modo Operações transforma-se no melhor cenário de guerra virtual que já tive oportunidade de jogar e com a diversidade de mapas disponíveis (que poderia ser maior), existem cenários e ambientes de guerra para todos os gostos. As ‘Operações’ disponíveis são:

Convém ainda referir que os mapas, tal como a série nos tem habituado, são suficientemente grandes para, não só poderem albergar 60 jogadores em simultâneo, como também para potenciar estratégias e tácticas diferentes que envolvam tanto as forças de infantaria como os apoios de blindados, forças aéreas ou navais.

E por falar em mapas, não posso deixar de referir a beleza dos cenários que a DICE preparou para Battlefield 1. Mas reparem que não me refiro apenas à beleza como também à credibilidade que deles emanam. Por exemplo, na Operação ‘Kaiserschlacht ‘ na qual, supostamente mais de 20.000 peças de artilharia acabaram de bombardear as posições britânicas, o ambiente circundante encontra-se brutal. Crateras de obuses, escombros, destroços … Só falta o cheiro a pólvora no ar.

E por falar em escombros. Em Battlefield 1, não pensem que apenas as balas dos inimigos vos podem matar … é perfeitamente possivel ser aniquilado por atropelamento de um blindado ou simplesmente pela queda de escombros de um edifício bombardeado. Aliás, este pormenor dos cenários serem quase completamente destrutiveis apresenta-se de tal forma que acaba por permitir aos jogadores a criação de novas formas de jogar e de criar novas estratégias (por exemplo, estamos cercados numa casa … talvez uma granada de encontro à parede crie uma saída de emergência).

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Battlefield 1 consegue proporcionar uma experiência de jogo sem par. Imaginem estar em plena cidade de Amiens no meio de uma nuvem intensa de fumo e pó e ouvir as lagartas de um blindado a aproximar-se … ou ouvir passos … e de repente ali está ele … frente a frente … um milésimo de segundo e tudo está decidido.

Aliás, até mesmo os muitos obstáculos que existem nos campos de batalha e nos quais muitas vezes nos escondemos, são possíveis de serem perfurados por balas.

Uma palavra final para a banda sonora introduzida em Battlefield 1. Trata-se de uma orquestração muito bem seleccionada que se assemelha às bandas sonoras de filmes épicos (Regate do Soldado Ryan, Senhor dos Anéis ou Código DaVinci) , e que cria um ambiente perfeito de pré-combate. E já que falamos em som e em combate, não poderia deixar de referir que os efeitos sonoros do jogo se encontram no ponto ajudando portanto a criar um ambiente bélico altamente imersivo, no capitulo sonoro.

Veredicto:

Battlefield 1 corresponde a um regresso muito desejado da série Battlefield e é, pura e simplesmente um jogo fantástico. Tanto na vertente offline (apesar do Modo Campanha ser curto e algo dado a facilitismos) como e principalmente na componente online (onde pontificam os modos Conquista e Dominação e o novo Modo Operações),  Battlefield 1 traz toda a acção frenética e maciça do brutal conflito mundial que foi a 1ª Grande Guerra Mundial.

Battlefield 1 entrega algumas das maiores, melhores e mais entusiasmantes batalhas que já passaram pelas consolas (neste caso Xbox One) e afigura-se certamente como um sério candidato a Melhor Jogo do Ano!

Um jogo imprescindível a todos os amantes do género. Memorável!

Battlefield 1


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