Actualmente são muitas as linguagens de programação ao dispor dos programadores e curiosos pela “arte” de programar. O desenvolvimento de aplicações está hoje em dia direcionado para a Web e para os dispositivos móveis mas há ainda muito a fazer no que diz respeito à integração de sistemas.
Depois de iniciarmos a nossa rubrica sobre a linguagem de programação Python, hoje iremos começar a explicar alguns elementos/sintaxe que fazem parte desta.
Após as últimas “brincadeiras” com python vamos hoje criar o nosso primeiro programa. Um programa em python é constituído por um ou mais ficheiros de extensão *.py. Os mesmos podem ser criados com qualquer editor de texto. No entanto existem soluções mais orientadas, como o IDLE, muito famoso pelo mundo Linux (embora disponível também noutras plataformas), ou o que eu uso, o IEP (Interactive Editor for Python) disponível também nas 3 grandes plataformas de computador.
Um programa em python bem estruturado deve:
- Estar devidamente comentado para que tanto terceiros, como vocês próprios possam perceber os vossos programas;
- Estar estruturado pela seguinte ordem:
- A importação de módulos deve ser sempre no início. Análogo ao “include” em C;
- Depois de importados os módulos deve sempre seguir-se a definição das funções necessárias. Embora possam não precisar das funções que definem até um momento mais tardio do vosso programa é uma questão de organização muito importante, em particular em programas grandes
- Só depois o corpo do programa propriamente dito. E nunca esquecer de manter sempre o programa devidamente comentado.
Importação de Módulos
Quanto à importação dos módulos há duas formas de o fazer:
import nome_do_modulo from nome_do_modulo import *
Estas duas formas de invocar um módulo tem diferenças substanciais: No caso de usar a sintaxe “import nome_do_modulo” as funções definidas nesse módulo ficam acessíveis com a sintaxe: nome_do_modulo.nome_da_funcao() .
Apesar de ser mais trabalhoso estar sempre a escrever o nome do módulo sempre que se quer usar uma função do módulo, esta sintaxe tem de facto vantagens: no caso de o nosso programa ter uma função com o mesmo nome as duas funcionam de forma independente.
Usando a segunda forma de importação quaisquer função no módulo que tenha o mesmo nome que outra no programa é substituída por esta última. Este princípio é sempre válido mesmo dentro do próprio programa. Se existirem duas funções com o mesmo nome no mesmo programa a que fica executável no fim do programa correr é a ultima a ser escrita.
Comentários
Em python não há comentários multi-linha. Os comentários introduzem-se com um # e é válido desde o ponto onde se insere até ao fim dessa linha.
Funções
As funções em python são criadas com recurso à seguinte sintaxe:
def nome_da_função(argumento1, argumento_opcional=1): “””doc-string aqui””” corpo da função return alguma_coisa
Em python não se usam os símbolos de chaveta. Portanto a indentação é importante em python (ao contrário por exemplo do C onde é puramente visual). Note-se que é importante manter a mesma indentação em todas as linhas no mesmo “nível de execução”. Nomeadamente nas funções, todo o corpo da função tem de ter um nível de indentação em relação ao cabeçalho.
O python permite a adição de uma “doc-string” às suas funções. Esta string especial, introduzida por 3 aspas no início e outras 3 no fim e introduzidas necessariamente imediatamente após o cabeçalho da função define o texto que fica disponível quando se excuta o comando:
>>>help(nome_da_função)
Portanto, este texto embora de carácter não obrigatório é importante porque permite que fique acessível alguma informação sobre as funções definidas. É portanto importante que este texto inclua uma pequena descrição sobre o que a função faz e como a usar.
Depois o corpo da função é a parte onde se manipula os dados da forma necessária. Em futuros tutoriais desenvolveremos técnicas que poderão ser usadas nessa parte do programa.
E por fim todas as funções terminam com o comando return. É este comando que faz com que o computador possa guardar o resultado da função (numa variável por exemplo). Este não deve ser confundido em caso algum com o comando print!
Então aqui se apresenta um pequenino programa de python que resume tudo o que foi dito:
#Isto é um comentário. #Em python não há comentérios multilinha. Todos os comentários começam com o sinal # e prologam-se até ao fim da linha em questão. import random, time #Aqui importam-se os módulos necessários. Nomeadamente aqui são importados os módulos random e time from turtle import * #Outra forma de importar modulos. Aqui é imporato o modulo turtle def uma_funcao(argumento1,argumento_opcional=0): """Isto é uma doc-string. Quando é executado o comando help(nome_da_função) na shell do python aparece esta string. Portanto aqui deve ser incluída a descrição da função e possivelmente de como a usar. Esta deve ser sempre escrita imediatamente abaixo da definição da função.""" variavel=argumento1+argumento_opcional #O corpo da função contém todos as manipulações de dados pretendidas. Neste caso esta função soma o 2 argumentos da função return variavel #As funções terminam todas com o comando return #Após definidas todas as funções segue-se o corpo do programa print("Pplware - Vamos aprender a usar o python!") print("Executando uma_funcao(3,2)") uma_funcao(3,2) print("Executando uma_funcao(78)") uma_funcao(78) print("Executando uma_funcao(54,30), associando o resultado a uma variavél e \"imprimindo\" de seguida o resultado") uma_variavel=uma_funcao(54,30) print(uma_variavel) print("É tudo por hoje. Obrigado!")
Para quem precisar de um bom IDE, deixamos em baixo uma sugestão para o IEP.