Parece surreal, mas Portugal está mesmo muito atrasado no que diz respeito ao 5G. É verdade que o processo não está parado, mas começou mal e o leilão para a atribuição de direitos de utilização de frequências nas faixas dos 700 MHz, 900 MHz, 1800 MHz, 2,1 GHz, 2,6 GHz e 3,6 GHz já leva 68 dias!
Sem muita admiração, Portugal está na cauda da Europa no que diz respeito ao 5G.
O 5G em Portugal continua a ser uma página em branco, pelo menos no que diz respeito ao último relatório trimestral do Observatório Europeu do 5G. Tal como Lituânia e Malta, Portugal não tem nenhuma oferta comercial para a rede de comunicações de última geração. O relatório foi publicado a 11 de abril.
Segundo o relatório…
No final de março de 2021, 24 Estados-membros beneficiavam de serviços 5G (Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, Chipre, República Checa, Estónia, Dinamarca, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia, Luxemburgo, Holanda, Polónia, Roménia, Eslováquia, Eslovénia, Espanha e Suécia)
Como referido o 5G irá funcionar em várias gamas de frequências. De acordo com a informação do relatório, apenas três países da UE atribuíram licenças de 5G na gama dos 26 GHz. Esta é a gama de frequências que permitirá tirar todo o potencial desta tecnologia, mas não será para “Internet doméstica”.
O 5G permitirá velocidades 10x mais rápidas que o 4G usando a mesma quantidade de dados. Tal como se tem dito, o 5G não será uma Internet para o utilizador final… mas também. O 5G permitir dar resposta a serviços críticos de emergência, de elevada resiliência, tais como aplicações industriais (Indústria 4.0), viaturas autónomas, cirurgias à distância ou serviços de emergência.
A quinta geração de comunicações móveis vai potenciar uma série de serviços inovadores. Realidade virtual e aumentada, carros conduzidos remotamente ou autónomos, cirurgias à distância, são alguns dos exemplos que poderão ter na base uma rede de comunicações assente no 5G. Como referido, a latência baixará para os 5ms, podendo abrir portas a um novo mundo de possibilidades e cenários.
Em Portugal estamos ainda no processo de atribuição de frequências que, tal como referido, já vai no sexagésimo oitavo dia de licitação. De referir também que a própria ANACOM tem intenções de mudar as regras do leilão.