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Comunicações quânticas sem-fio realizadas em Portugal

As comunicações sem-fio, por satélite, apesar de incipientes, são atualmente a solução para transmitir mensagens cifradas quanticamente a longa distância.

Em Portugal os investigadores do Instituto de Telecomunicações lideraram a primeira demonstração de comunicações quânticas sem-fio.


A máquina de onde partiriam os fotões e que ocupava uma das bancadas do QuTe Lab – Quantum Technologies Laboratory do Instituto de Telecomunicações havia sido montada de raiz, e muitos dos seus componentes impressos pela própria equipa do Grupo de Física da Informação e Tecnologias Quânticas.

Portugal faz história na área da computação quântica

O objetivo era ligar as duas torres do Técnico, cobrindo uma distância de 180 metros, assumindo-se como algo inédito que abriria as portas de Portugal às futuras comunicações quânticas espaciais.

Tudo se processa de forma aparentemente simples: são enviadas partículas de luz individuais, chamados fotões, que codificam os bits quânticos. São estes bits quânticos ou qubits que transportam a informação permitindo distribuir uma chave que permitirá fazer a comunicação cifrada.

A mensagem propriamente dita foi distribuída a partir de fotões, de forma segura, garantindo que o emissor e o recetor têm a mesma sequência aleatória de zeros e uns.

As tecnologias quânticas permitem distribuir a chave simétrica, permitindo ao emissor e ao recetor da mensagem cifrada usarem a mesma chave para cifrar e decifrar. Às tecnologias quânticas cabe apenas distribuir essa chave de forma privada e segura, a parte da comunicação cifrada propriamente dita, é clássica. “Há uns anos ninguém acreditava que isto seria possível, era pura ficção científica…

Yasser Omar (coordenador do Grupo de Física da Informação e Tecnologias Quânticas do IT)

As propriedades de um qubit não podem ser medidas sem alterar o seu estado, uma vez que é impossível fazer cópias exatas ou “clones” do mesmo. A grande mais-valia disto é que se alguém tentar intercetar essa distribuição de chave é detetado, sendo possível perceber pelos distúrbios causados se alguém está “à escuta”.

O sucesso da experiência fez com que ela fosse repetida na passada quarta-feira, 10 de julho de 2019.

IST

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