Um dos temas que tem vindo a ser notícia nos últimos tempos está relacionado com o 5G e com os aviões. Mas afinal o que é que uma tecnologia de comunicação tem a ver com os aviões? Fácil, a frequência utilizada pelo 5G que também é usada pelos aviões, mais concretamente nos altímetros e isso pode causar interferências.
A “boa” notícia é que aparentemente este não será um problema em Portugal e na Europa. Saiba porquê!
5G: radio-altímetros funcionam nas gamas de frequências de 4,2 e 4,4 GHz
Tal como já informamos, os operadoras de 5G vão atrasar a expansão do serviço por possíveis interferências na aviação. Tal acontece nos Estados Unidos, pois os chefes da Boeing e da Airbus alertaram que o 5G poderá ter um impacto muito negativo na indústria da aviação. Mas porquê?
Nos Estados Unidos, as redes de quinta geração operam na faixa entre 3,7 GHz e 3,98 GHz. Esta gama de frequências é muito próxima da que é usada pelos radio-altímetros nos Estados Unidos que é entre 4,2 e 4,4 GHz.
Em Portugal e na Europa, são usadas, entre outras, frequências na faixa dos 3,6 GHz, entre 3,4 e 3,8 GHz.
Em declarações ao ECO, a ANAC refere que, “de facto”, a proximidade de frequências usadas pelo 5G e pelos aviões “se traduz, do ponto de vista teórico, num risco acrescido para que ocorram interferências, dado o modo de funcionamento de um sistema de rádio-altímetro”. Este instrumento emite um sinal a partir do avião e analisa “o sinal refletido no solo para calcular a distância ao mesmo”. Se a medição ocorrer perto de estações 5G, as leituras de altimetria poderão ser “erradas”, gerando perigo na aterragem.
A ANAC refere que a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) “já desenvolveu um estudo e concluiu que não há interferência das redes europeias 5G nos radio-altímetros, tendo publicado um SIB [Boletim de Informação de Segurança] dirigido aos operadores com Certificado de Operador Aéreo autorizados a voar para os EUA”. Entre esses operadores está a companhia aérea nacional TAP, revela a autoridade.