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IPv6 – a tua tartaruga dança?

Dando continuidade ao artigo de quarta-feira sobre IPv6 (ver aqui), pretende-se com este artigo dar a conhecer formas de testar se já possuem conectividade em IPv6, através de alguns serviços Online, falar sobre processo de compressão de zeros num endereço IPv6 e ainda referir os mecanismos de transição.

Aproveito para tirar a seguinte duvida. Já fui questionado várias vezes sobre o seguinte: “Então se o meu endereço IPv4 é o 192.168.0.1, qual é o correspondente em IPv6?”

Bem, relativamente à resposta é simples, um endereço IPv4 é um endereço IPv4 e um endereço IPv6 é endereço IPv6, não há conversões.

Já tenho IPv6 instalado?

Por omissão, o protocolo IPv6 já vem instalado no Windows Vista/Windows 7 ,Linux e MacOS.

Para testarem podem fazer um ping para ::1 (endereço localhost IPv6)

ping ::1

Já tenho conectividade em IPv6?

Alguns ISP’s já fornecem conectividade IPv6 para o exterior. Para testarem a vossa ligação podem por exemplo aceder ao site do Kame e verificar se a vossa tartaruga dança:

Podem também verificar através do site ipv6.org,  ou ver uma lista de sites IPv6 compatible aqui

No caso de não possuírem conectividade IPv6 podem registar-se no seguinte serviço: http://tunnelbroker.net/ e assim testar IPv6.

Endereçamento IPv6

Como já referimos, a maior vantagem apresentada pelo IPv6 em relação ao seu antecessor IPv4, é o facto do endereçamento ser feito por meio de 128 bits, em oposição aos 32 bits oferecidos pelo IPv4. Isto resolve o grande problema de falta de endereços disponíveis pois, com 128 bits é possível endereçar um total de :

2^128 = 340,282,366,920,938,463,374,607,431,768,211,456 hosts. Isto significa que podemos não nos procurar com a questão de falta de endereços nos próximos (muitos) anos.

Esta grande quantidade de endereços facilita as propriedades de auto configuração oferecida pelo IPv6.

Outra modificação deste protocolo é a possibilidade de atribuição de vários endereços a uma interface, permitindo receber numa única interface informações destinadas a vários endereços.

A notação aconselhada é a representação hexadecimal de blocos de 16 bits, separados por dois pontos, por exemplo:

x:x:x:x:x:x:x:x onde os “x” são números hexadecimais

FEDC:BA98:7654:3210:FEDC:BA98:7654:3210

Compressão de Zeros

Alguns tipos de endereços contêm longas sequências de zeros. Para simplificar  a representação dos endereços IPv6, uma sequência contínua de blocos de 16 bits definida para 0 no formato hexadecimal com dois-pontos pode ser comprimida para :: (conhecido como dois-pontos duplos).

FEDC:0:0:0:FEDC:0:0:3210 = FEDC::::FEDC:::32100 FEDC:0:0:0:0:0:FEDC:3210 = FEDC::FEDC:3210 0:0:0:0:0:0:0:FEDC = ::FEDC 0:0:0:0:0:0:0:0 = ::

Nota: Para determinar o número de zeros que estão representados em “:”, conta-se o número de blocos no endereço comprimido e subtrai-se este número 8.Multiplica-se então o resultado por 16. Exemplo no endereço FF02::2 existem dois blocos (são eles “FF02” e “2”. O número de zeros é representados por “:” é de 96 (já que (8*2)*16=96)).

Como os 32 bits menos significativos são em certas condições usados para transportar endereços IPv4 sugere-se também a possibilidade de representar esses bits na forma IPv4, exemplos:

0:0:0:0:0:0:193.136.68.3 0:0:0:0:0:FFFF:192.144.52.38

Mecanismos de Transição

O IPv6 está a ser implementado gradualmente, de modo que as duas versões do IP, estão neste momento a coexistir, até que  todos os hosts do mundo funcionem de raiz com o IPv6. Esse período prevê-se longo e demorado, por isso foi criado o SIT ( Simple Internet Transition Mechanisms ), que é um conjunto de mecanismos criados para permitir a transição IPv4 para IPv6. Os mecanismos introduzidos pelo SIT asseguram que hosts IPv6 possam operar conjuntamente com hosts IPv4. Com a utilização do SIT há a garantia de que a nova versão do protocolo IP não vai tornar obsoleta a versão actual, protegendo assim o enorme investimento já realizado no IPv4. Os hosts que necessitem apenas de uma ligação limitada, como por exemplo uma impressora, não precisarão de uma actualização para IPv6.

As técnicas introduzidas pelo SIT são:

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