A disputa entre Android e iOS acende debates, com ambos os lados a apresentarem fortes argumentos. Relativamente às aplicações oferecidas, um investigador procurou perceber qual dos dois sistemas operativos mais preza a segurança dos utilizadores. Tem algum palpite?
O mercado sabe que a Apple ergue altas barreiras de segurança em torno dos seus produtos. Esta particularidade do sistema agrada aos utilizadores, apesar de estar a levantar questões e a motivar regras assinadas pela União Europeia.
O Android, por sua vez, é um sistema operativo mais permissivo e, portanto, estará mais propenso a irregularidades.
Apesar desta “sabedoria popular” relativamente a ambos os sistemas operativos, Ernestas Naprys, jornalista da Cybernews, decidiu perceber, concretamente, as suas ameaças e vulnerabilidades de cibersegurança.
Entre Android e iOS, venha o utilizador e escolha
Numa publicação, partilhou os resultados de uma experiência de segurança, por via da qual instalou 100 aplicações das lojas de aplicações alemães num iPhone e num smartphone Android novos. Citando a Buildfire, em média, os utilizadores possuem mais de 80 aplicações instaladas nos seus dispositivos e não utilizam um quarto delas, após o download.
Em seguida, deixou os dispositivos inativos e anotou a frequência com que servidores estrangeiros contactaram, bem como a localização desses servidores.
O facto de uma aplicação estabelecer contacto com um servidor externo pode significar que os dados dos utilizadores estão acessíveis às autoridades desses países e, potencialmente, aos seus governos. Também potencialmente, colocando em causa a sua privacidade e segurança.
Conforme relatado, Naprys deixou o smartphone da Apple inativo durante cinco dias e “registou todas as ligações de saída que o iPhone fez para servidores externos”. Este enviou uma média de 3308 pedidos por dia, em comparação com 2323 para o Android.
Curiosamente, apesar de ter enviado mais pedidos, o iPhone foi muito mais criterioso quando o foco passou para onde esses pedidos foram enviados:
- 60% dos pedidos do iOS (portanto, uma grande parte do tráfego de saída) foram para a Apple;
- 24% dos pedidos do Android (portanto, uma pequena parte do tráfego) foram para a Google.
Exemplificando, enquanto o iOS contactou um servidor russo em média uma vez por dia, o dispositivo Android fê-lo 13 vezes mais, num total de 39 vezes em três dias.
Mais, o iPhone nunca contactou nenhum servidor na China, apesar de ter várias aplicações chinesas instaladas. Por sua vez, o smartphone Android contactou os servidores chineses uma média de cinco vezes por dia.
O dispositivo da Apple também teve um melhor desempenho quando se tratou de serviços conhecidos por terem uma abordagem questionável à privacidade do utilizador:
- O iPhone contactou os servidores do Facebook uma média de 20 vezes por dia, em comparação com quase 200 vezes por dia no Android.
- O iPhone contactou o TikTok 36 vezes no total – e, mesmo assim, chegou a um servidor da ByteDance que não estava localizado na China – e o dispositivo Android contactou o TikTok quase 800 vezes.
Segundo Naprys, “todas as aplicações na App Store representavam grandes plataformas por trás delas e eram mais úteis do que lanternas com anúncios, criadores de ‘pranks’ ou visualizadores de PDF dúbios no Google Play”.
Conforme concluiu, “nenhuma aplicação na App Store da Apple pode ser considerada adware flagrante”.
[…] Isso também pode ser devido a políticas mais rígidas da Apple para desenvolvedores no seu ecossistema fechado em relação à privacidade em geral.
Concluindo, nenhum dos sistemas operativos conseguiu um resultado irrepreensível. Porém, Naprys percebeu que um iPhone enviará menos pedidos para locais questionáveis do que um dispositivo Android.