A gigante norte-americana baniu um popular programador chinês da Google Play Store. Perante a violação comprovada das regras de publicidade da plataforma, a CooTek vê se assim barrada da loja oficial de apps para Android, além de perder o acesso às plataformas de anúncio da Google.
Entre as aplicações mais populares deste grupo tínhamos o teclado TouchPal, agora banido.
A violação das regras de conduta no que à apresentação de publicidades diz respeito, motivou a remoção do grupo chinês da Google Play Store. Note-se que a CooTek é um grupo bem conhecido, sendo inclusive listado na NYSE. No entanto, perante o abuso comprovado, foi agora bloqueado.
Más práticas nas plataformas de publicidade da Google
A justificação foi avançada primeiramente pela imprensa internacional. Por sua vez, toda a situação se desenrolou a partir de uma investigação levada a cabo pela agência Lookout. Aí foram detetadas centenas de apps da CooTek a utilizar plugins nefastos de adware que injetavam publicidade.
Aliás, trata-se do já conhecido método BeiTaAd. Isto é, um plugin que, segundo consta, envia publicidades agressivas e invasivas para os smartphones das vítimas. Em boa verdade, até mesmo quando o dispositivo não está a ser utilizado, o adware obriga o mesmo a apresentar o conteúdo.
Uma ameaça grave que, de acordo com a investigadora Kristina Balaam, da Lookout, podem tornar os dispositivos móveis completamente inutilizáveis. Isto dá-se perante a agressividade do plugin que torna quase ininterrupta a apresentação de publicidade, mesmo sem interação do utilizador.
Remoção completa da Google Play Store
Esta medida radical não foi feita sem antes a CooTek ter sido avisada. Veja-se, antes de mais, que a investigação da Lookout data de 4 de junho. Entretanto, a empresa chinesa foi alertada também pela Google com o intuito de lhe dar uma hipótese de remissão. Algo que esta afirma ter feito.
No entanto, foi descoberto que o código malicioso continuava presente nas suas apps para Android, mesmo após a CooTek ter pedido desculpa e dito que as aplicações foram atualizadas. Perante tal status quo a Google baniu todas as suas apps da Google Play Store.
Last month, security company @Lookout exposed major Android developer CooTek for using adware to bombard users with ads. Cootek apologized, updated its apps.
But we found it then snuck in new code to keep the malicous activity going. So Google banned it: https://t.co/TX4q3ecYXN
— Craig Silverman (@CraigSilverman) July 17, 2019
A investigação subsequente da Lookout descobriu o mesmo esquema, mas mais enraizado no código das apps para Android. Por outras palavras, a atualização tentou esconder o plugin malicioso. Ora, o adware continuava lá, à espera de infetar os dispositivos Android mais incautos.
Não houve reincidência na apresentação de publicidade detetada pela Lookout, em nenhuma das apps que atualizamos. Afirmações de Mina Luo, porta-voz da CooTek em jeito de resposta à BuzzFeed.
As conclusões da Lookout, desta vez, são desprovidas de provas pelo que a lógica não é convincente, acrescenta.
BeiTaAd, o adware de publicidade para apps Android
Ainda que a empresa refute as conclusões da Lookout, a Google ficou convencida. “As regras da Google Play Store proíbem estritamente qualquer subterfúgio ou comportamento malicioso, ou não declarado, tal como a apresentação de publicidades intrusivas”, afirmou um porta-voz da Google.
Em síntese, trata-se de mais um caso de abuso na apresentação de publicidade. Aliás, já em abril último a DO Global foi banida da loja de apps Android por práticas similares. De igual modo, vimos vários outros estúdios e empresas dedicadas à programação de apps a incorrer na mesma violação.
Desde jogos com anúncios pornográficos, até à apresentação de publicidade em massa. A única satisfação que daqui podemos retirar é a postura mais expedita da Google na tomada de ação ao detetar uma destas ocorrências.
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