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Há limites para a evolução das câmaras dos nossos smartphones

Elegância, espessura mínima e limites da física. Há vários fatores que ajudam a explicar os limites atualmente incontornáveis para a evolução das câmaras fotográficas dos nossos smartphones Android, ou iOS. São afirmações que não suscitam dúvidas, sendo agora proferidas pelo CEO do grupo ZEISS.

No entanto, há uma forma esperançosa de colmatar, ou compensar os limites inerentes ao hardware.


De acordo com Michael Kaschke, presidente e CEO do grupo ZEISS, há limites presentemente intransponíveis para o hardware. Contudo, há ainda espaço para evolução na fotografia computacional, isto é, no software. São declarações realistas, mas ainda assim esperançosas para quem quer melhores resultados no mobile.

Os limites das câmaras fotográficas dos smartphones

O processamento digital das imagens é uma área com bastante potencial. Esta foi o ponto de vista declarado pelo CEO do grupo ZEISS durante uma recente visita à Índia. Aí, o executivo marcou presença num evento dedicado à fotografia e aproveitou também a ocasião para expressar a sua opinião.

O software e processamento digital ajudarão o setor mobile a contornar as barreiras do hardware. Um fenómeno sentido de igual modo no “mundo” Android e iOS, com todos os smartphones a lutarem por entregar melhores câmaras fotográficas aos consumidores. Os desafios, contudo, são cada vez maiores.

Não obstante, temos na Google um perfeito exemplo das capacidades e potencial do software. Isto é, com os atuais smartphones Android da linha Pixel temos resultados finais que desafiam as expectativas. Sobretudo numa agora que a corrida aos megapíxeis foi, parcialmente, substituída pela corrida ao número de câmaras.

Limitações que abrangem os smartphones Android e iOS

Ainda assim, vemos na Google o exemplo perfeito daquilo que o processamento digital pode proporcionar. Por vezes com uma só câmara, ou módulo fotográfico,  o pós-processamento da imagem acaba por ser tão, ou mais, importante do que o material captado pelo sensor. Consulte-se, aliás, o top da DxOMark para esse efeito.

Já, por outro lado, um dos pontos que não melhora necessariamente a qualidade da fotografia final é a quantidade de câmaras fotográficas presentes nos smartphones. Uma tendência que se tem verificado nos últimos anos, tanto na esfera Android como no iOS, com o Nokia 9 PureView a ser o recordista.

 

 

Com um total de 5 câmaras fotográficas na sua traseira, pensar-se-ia que o Nokia 9 PureView pudesse conquistar o topo da DxOMark. No entanto, até este momento o smartphone está longe de ser aclamado como um dos melhores para a fotografia. Algo que se deve à vertente digital da equação fotográfica.

Software + Hardware, a equação fotográfica

Algo que limita o potencial das câmaras fotográficas dos nossos smartphones é precisamente o seu formato compacto. De acordo com o CEO da ZEISS, as limitações físicas impedem a indústria de colocar novos sistemas de lentes, além de as obrigarem a utilizar sensores fotográficos de reduzidas dimensões.

Como resultado, surgem daqui dois entraves à fotografia. O primeiro sendo a foto noturna ou com baixa luminosidade. A segunda é a falta de capacidade de ampliação ótica (zoom ótico) nos smartphones, sejam eles Android, ou iOS.

As câmaras fotográficas dos smartphones podem ter evoluído ao longo dos anos e alterado a nossa perceção da fotografia. Contudo, existe um limite para o seu potencial. Já com a fotografia computacional, há mais software a ter tido em conta e menos hardware. Perante isto estamos a desenvolver novo software para esta nova realidade da fotografia, como única solução para os atuais entraves. Não podemos aumentar demasiado a espessura de um smartphone. Portanto, ao passo que com os smartphones se populariza a fotografia e a entrega às massas, os profissionais utilizarão equipamento e câmaras profissionais.  Declarações de Michael Kaschke, presidente e CEO do grupo ZEISS.

As câmaras fotográficas dos smartphones não substituirão as profissionais

A verdade de “La Palice” que sido alvo de diversas investidas por parte das fabricantes de smartphones Android e iOs ao longo dos últimos anos. No entanto, a realidade é distinta e a física não se dobra às excêntricas leis do marketing. Algo que é agora reafirmado pelo executivo que lidera o grupo ZEISS.

Ainda assim, o CEO acredita que a fotografia comum será dominada pelo smartphone. Um meio nas mãos de milhões de consumidores em todo o mundo, com os seus méritos próprios. Aliás, nunca foi tão fácil tirar uma boa fotografia, ou preservá-la para a posterioridade, sem aqui competir com o setor profissional.

 

 

Tocando já no Nokia 9 PureView que utiliza lentes ZEISS, o executivo afirma que a sua qualidade ótica é uma das melhores disponíveis. No entanto, deu a entender que a conjugação da informação captada pelas cinco câmaras é ainda uma área nos seus primórdios. Isto é, um “reino” do software ainda muito “verde”.

Câmaras fotográficas com 64 MP? 40 MP já é mais que suficiente!

Completamente overkillAliás, para o executivo até mesmo uma câmara de 40 MP já “mais que suficiente” para os smartphones. Justificando esta afirmação, aponta que, na prática estão só a dividir um sensor, já de si pequeno, em píxeis (células individuais) cada vez mais pequenas e, como tal, suscetíveis ao ruído digital.

A qualidade ótica no Nokia 9 PureView é provavelmente uma das melhores disponíveis. Mas, como disse antes, as óticas, o smartphone e o software têm que funcionar em perfeita sincronia. Vejo na imagem computacional uma promessa, mas esta está ainda nos seus primórdios. Sobretudo na conjugação e utilização de vários módulos de câmaras fotográficas num só smartphone. A harmonização dessa informação precisa ainda de muito trabalho. Mais píxeis não é necessariamente melhor. Porquê? Se pegarmos num sensor full-frame e o dividirmos em mais e mais píxeis, cada pixel individual torna-se gradualmente menor e cria-se assim o problema do ruído digital (grão) nas fotos.

Acredito que para a maioria das aplicações, bem como as mais sérias e profissionais, uma imagem de 40 MP é mais que suficiente, afirma Michael Kaschke, presidente e CEO do grupo ZEISS.

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