A multa que a Comissão Europeia aplicou à Google, pela posição dominante do Android e pelas práticas monopolistas, vai deixar uma marca profunda no seu sistema operativo móvel.
A gigante das pesquisas já tinha alertado que ia começar a cobrar pela utilização das suas apps e agora, de forma não oficial, os valores e a forma de cálculo foram dados a conhecer. Os smartphones Android podem ficar até 35 euros mais caros.
Em conjunto com a multa de 4,3 mil milhões de euros, a Google recebeu também um conjunto de diretrizes bem específicas para abrir o mercado Android a outras apps e a outras fontes destas apps.
A mudança de paradigma da Google para o Android
Para alterar completamente o seu modelo, a Google decidiu esta semana que iria separar o Chrome, a sua app de pesquisa do Android e a Play Store, a sua loja de aplicações, passando a cobrar um valor a todos os fabricantes de smartphones Android pela sua instalação e utilização. Estas apps deixaram também de ser obrigatórias em equipamentos novos.
Ficou na altura a dúvida sobre o valor a cobrar, mas agora foi revelada documentação que tem o valor definido. Este não é fixo e variará com os equipamentos. A Google definiu 3 níveis e a cada um será aplicado um preço, com um máximo de 40 dólares (quase 35 euros) por equipamento.
Os valores que a Google vai cobrar pelas suas apps
Segundo esses documentos confidenciais, o fator de diferenciação será a densidade de pixeis do ecrã. Acima de 500 ppi, o fabricante terá de desembolsar 40 dólares de licença para usar a suite de apps Google Mobile Services.
Caso a densidade de pixeis do ecrã esteja entre 400 e 500ppi, a Google irá cobrar 20 dólares (quase 17,5 euros).
Dispositivos abaixo dos 400 ppi vão pagar 10 dólares (quase 9 euros) $10. Em alguns países, e para smartpphones de gama baixa, a taxa será de apenas 2,5 dólares pode dispositivo.
No caso dos tablets, a Google definiu um valor fixo de 20 dólares. Haverá a possibilidade deste valor ser negociado, mas o mais provável é que a Google não dê muita margem.
Um castigo para quem não instalar as apps Google?
A Google terá também mudado as regras para as empresas que optarem por não pré-instalar o Chrome nos seus dispositivos e colocá-lo no ecrã principal.
Se até agora estas recebiam parte das receitas que a publicidade apresentada no browser, vão deixar de ter acesso, uma vez que decidiram não o usar.
Sabe-se também que a Google estará a procurar formas de reembolsar os fabricantes que decidam instalar as suas apps. Esta poderá vir de um aumento das receitas geradas pela publicidade apresentada pelo Chrome.
Quem pagará este aumento de preço ? Os consumidores?
Não se sabe ainda de forma definitiva se estes vão ser os valores, mas espera-se que estes valores venham alterar o preço final dos smartphones Android.
O mais certo é que os fabricantes incluam este pagamento no preço final dos dispositivos, que assim ficam ainda mais caros.