Análise: Sony Xperia Z1 – A Jóia da Coroa da Sony

A Sony está a começar a apostar forte na sua série de smartphones Xperia. Após ter apresentado no início deste ano a linha Xperia Z, tem apostado no lançamento de equipamentos de excelente qualidade: Z Ultra, ZR, ZL e agora com o Z1.

É impressionante esta mudança radical da Sony em trazer para o mercado equipamentos super completos em todos os aspectos, apesar do design não diferir muito entre os equipamentos.

O Pplware tem o Xperia Z1 em testes há alguns dias e chegou a altura de apresentar a análise.

O Z1 surgiu como uma clara evolução do seu antecessor inicial, o Xperia Z, que se tratou do primeiro equipamento do novo rumo que a Sony vai seguir daqui para a frente.

Ficou mais que provado que o novo objectivo da Sony é procurar o sucesso através da apresentação de equipamentos com o “pack” completo e que sirvam para todas as necessidades. O Sony Xperia Z1 foi muito bem recebido e, apesar do seu preço, as suas capacidades de processamento, hardware geral, software, qualidade de construção e suporte, tornaram o equipamento bastante apetecível e procurado.

 

1 – Características Gerais

Este equipamento está equipado com o SoC topo de gama da Qualcomm, Snapdragon 800 MSM8974, Quad-Core Krait 400 e vem à frequência de 2.2 GHz (arredondado – 2.15GHz). O seu GPU é o todo poderoso Adreno 330 e tendo como cereja no topo do bolo 2GB de RAM (1.7GB utilizáveis).

O desempenho deste equipamento é absolutamente fantástico, mas não é só neste aspecto que o Xperia Z1 é a jóia da coroa de todos os equipamentos.

Vem também equipado com o fantástico ecrã Triluminos Display Full HD de 5 polegadas. Consegue luminosidade bastante intensa e permite a visualização de cores reais, mesmo as mais difíceis de produzir. Em comparação com o Super AMOLED do S4, com o Super LCD 3 do HTC One e com o True HD-IPS+ do LG G2, as diferenças não são notórias sem uma análise pormenorizada, até porque a densidade de píxeis entre eles são semelhantes, tendo este 441ppp. O HTC One tem um pouco mais, justificado pelo facto de ter um ecrã de 4.7″.

Mas há um detalhe, podendo ser importante para muitos: o Triluminos permite uma plena visualização em todos os ângulos, mesmo que exposto ao sol, o que não se verifica nos outros equipamentos. Infelizmente, devido a questões atmosféricas, não consegui tirar um fotografia ao equipamento exposto ao ambiente.

Para além desta tecnologia de cores, tem também o X-Reality. Resumidamente serve para a redução da visualização de ruídos nas imagens, tanto em fotografias, em vídeos como em qualquer outro tipo de imagens, deixando-as mais nítidas (podendo eventualmente parecerem mais desfocadas caso a imagem tenha muitos ruídos).

A protecção do ecrã é resistente a quebras e riscos e o equipamento tem certificação IP58, que o torna resistente à água e a impurezas.

 

1.1 – Câmara

Tem uma câmara de 20,7 Mpx com o sensor CMOS BSI (Back-Side Illuminated Sensor), Exmor RS (versão melhorada em relação à anterior utilização) de 1/2.3 polegadas e uma lente com abertura de f/2.0 de 27mm equivalente à distância de focagem. Inicialmente vem configurado a 8Mpx, o que, para usar os 20.7Mpx, terá de alterar a câmara para modo manual e alterar nas definições.

Tem também incluído o processador de imagem BIONZ que permite a conversão de imagens RAW, processada pelo sensor CMOS, para outro formato, neste caso JPEG. Resumidamente serve para acelerar a captação de fotografias e reduzir aquele pequeno delay entre a foto tirada e a nova captação. Tem também estabilizador de imagem óptico (OIS).

As suas funcionalidades são o Modo Automático, captação de momentos com as definições propostas pela Sony, Modo Manual, permite configurar ao nosso gosto, Info-eye, permite identificar o local onde estamos a tirar a fotografia e dar-nos a conhecer informações sobre esse mesmo sitio, Social live, permite a partilha automática e imediata de fotografias ou vídeos directamente no Facebook, Timeshift burst, tira várias fotografias em sequência para depois escolhermos a que melhor ficou,  Efeito PA, inclui adereços (bonecos e ambientes virtuais) nas fotografias ou vídeos, Efeito de imagem, permite aplicar filtros e o Sweep Panorama, para tirar fotografias panorâmicas.

O sensor do auto-focus está sempre activo e a funcionar, tal como nas máquinas fotográficas.

A câmara frontal é de 2.2 Mpx e consegue gravar vídeo em 1080p@30fps, extremamente útil para quem faz chamadas de vídeo.

    –> Fotografias Full HD: Link

 

1.2 – Resistência à água

Como dito em cima, este equipamento tem resistência à água com certificação IP58. O Pplware fez o teste a esta capacidade e tem algum pontos a referir.

O touch não funciona debaixo de água, o equipamento se estiver com ecrã ligado, ganha alguns comportamos um pouco estranhos, por exemplo se tiver a câmara ligada, começam a ser activadas algumas coisas.

No geral, esta capacidade não é para andarmos a tomar banho com o equipamento ou andar a tirar fotografias de baixo de água.

Nota: O equipamento só é resistente à água doce, até 1 metro e meio e durante 30 minutos.

Os sensores incluídos são os comuns de um smartphone, não tendo nenhum dos sensores extras que o Galaxy S4 tem.

 

1.3 – Coluna

O Sony Xperia Z1 apesar da coluna que tem, reproduz um som bastante baixo.

Este problema não é relativo ao hardware e pode ser facilmente resolvido com uma actualização de software, mas para quem não quer esperar por uma correcção do fabricante, basta que o equipamento tenha ROOT e um custom recovery (TWRP ou CWM).

Este patch vem melhorar o volume da coluna interna e externa, o volume pelos headphones ou auriculares e o volume do auscultador.

Desta forma poderá realmente usufruir do som real que a coluna do equipamento oferece.

Link para o patch e instruções: XDA-Developers.

 

2 – Design

Os smartphones hoje em dia estão numa tendência de ecrãs grandes e a Sony está a ficar uma especialista nessa matéria. O antecessor Xperia Z, embora que também tenha um ecrã enorme, a Sony aproveitou bem os espaços. O Z1 apesar do ecrã de 5″, o tamanho do equipamento é semelhante (alguns milímetros maior), foi reduzido ainda mais os espaços à volta, o que não prejudica a utilização.

A sua moldura é de alumínio tornando o equipamento extremamente elegante e requintado. Dos vários fabricantes Android, a HTC e a Sony são as que estão a apostar forte nesta matéria.

A sua espessura de 8.5mm também é um ponto essencial para melhorar a ergonomia do dispositivo. O peso por sua vez, é que pode não ser muito agradável. As 170g que o Xperia Z1 tem são bem notórias, notado-se claramente que o equipamento é pesado.

Após utilizar o smartphone durante algum tempo seguido (bastam 10-15 minutos de utilização normal) é evidente a subida de temperatura na zona superior. Este aquecimento pode-se agravar com uma utilização mais intensiva, podendo mesmo chegar ao ponto de não conseguirmos segurar no equipamento.

A falta de mecanismo de arrefecimento levam a que as fabricantes tenham de “arrumar” os chips de forma a que não prejudique a utilização, e o SoC do Z1 está “arrumado” na parte superior do equipamento.

Não tem botões de navegação físicas nem capacitivas, utilizando as conhecidas Soft Keys do Android. Desta forma, a Sony poderia ter aproveitado a margem vazia no fundo para reduzir, talvez, 2-3 milímetros. Não é que eu ache o equipamento muito grande, mas é sempre melhor ser uns “pozinhos” mais pequeno.

Mas talvez esta margem tenha sido deixada para manter a proporção rectangular do equipamento e manter a ergonomia.

Os botões são em plástico à excepção do botão power que é em alumínio. Os botões de controlo de volume e da câmara têm uma pequena folga e com a utilização poderão danificar-se.

A questão dos botões de volume estarem do mesmo lado do botão power, tornam-nas pouco práticas para fazer screenshots, que teremos de usar as duas mãos.

Do lado direito do equipamento temos o slot para o Micro-SD, da porta Micro-USB e um conector para uma dock de carregamento magnético. Do lado esquerdo temos o slot para o cartão Micro-SIM, o botão Power, as teclas de volume, a tecla para a câmara e no canto esquerdo temos um orifício para usar-mos uma fita, possivelmente para usarmos ao pescoço.

Na parte de cima temos o conector de 3.5mm para os auriculares e na parte de baixo temos a coluna stereo.

Todos estas partes estão protegidas contra a água, no caso dos slots que estão tapados com a tampa, por dentro tem um tipo de borracha isoladora, no conector dos auriculares, a protecção é feita internamente tal como a  coluna em baixo, o auscultador em cima e os botões.

Na parte da frente e tudo na parte superior, temos o LED RGBA (assume várias cores que podem ser configuradas com uma aplicação própria), o auscultador, que está no mesmo sitio que o LED, os sensores de luminosidade e proximidade (não são visíveis) e a câmara frontal.

Na parte traseira, temos a câmara, o flash, o símbolo do NFC e a dizer Sony (ao meio) Xperia (ao fundo) em cinza brilhante.

O Sony Xperia Z1 está disponível em 3 cores, Branco (o que nós temos), Preto e Roxo. Em cada cor a parte metálica é da cor do equipamento, Cinzento para a cor branca, Preta para o Preto e Roxo mais claro para a cor roxa, no entanto, a parte da frente é sempre vidro temperado preto.

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3 – Software e aplicações exclusivas

O Xperia Z1 vem com Android 4.2.2 Jelly Bean com a custom interface da Sony. O sistema está bem optimizado, mas poderia estar bem melhor, irei explicar em baixo porquê.

Recebeu no dia 25 uma actualização, continuando a ser 4.2.2, mas veio trazer melhorias no algoritmo da câmara para melhorar a qualidade das imagens, cores do ecrã foram calibradas, já que vários utilizadores reportaram a visualização de manchas amarelas e cores amareladas (ainda não confirmado se resolveu este problema) e melhorias no consumo energético do equipamento.

Este equipamento não vai receber Android 4.3 mas, segundo rumores, vai ser o primeiro dispositivo Não-Nexus e da linha Xperia a receber a actualização para o Android 4.4 KitKat, e deverá ser disponibilizado pela Sony a 5 de Novembro.

Ao ser verdade, é excelente esta rapidez da Sony em trazer para os seus clientes a última versão do sistema operativo Android. Esperemos que esta rapidez não comprometa a devida optimização do sistema e que deixe de ser necessário a inclusão de mecanismos para fazer boost aos benchmarks. Sim, este equipamento também tem, podem ver mais detalhes em baixo no grupo Benchmarks.

O sistema, ao que parece, está pouco optimizado ao ponto de incluírem mecanismos deste género, mas atenção que a performance real é verdadeiramente muito boa. Comprovei a performance recorrendo a algumas aplicações com processamento pesado, tanto para o GPU como para o CPU.

Esta interface não tem muitas funcionalidades, talvez até seja a mais parecida ao Android AOSP, mas as que tem podem ser bastante úteis.

     

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Funcionalidades:

• Acesso rápido à câmara através do botão câmara e através do lockscreen (Android AOSP).
• Possibilidade de adicionar mais widgets ao lockscreen (Android AOSP).
• Popups de mini aplicações como Notas, Calculadora, Calendário, Câmara frontal (Espelho), Gmail, Gravador, Marcadores, e Temporizador.
• Editar printscreens como cortar, rodar, adicionar adereços,  etc, automaticamente ao usarmos a mini aplicação Active Clip.
• Mecanismos de poupança de energia, Modo Stamina, Modo de bateria fraca e Wi-Fi baseado na localização.
• Aplicação que nos diz o tempo de vida da bateria restante da bateria com a percentagem de energia que o equipamento tenha.

Funcionalidades que não tem e que deveria ter:

• Desactivar o scroll do wallpaper (pelo menos não encontrei a opção para o fazer).
• Ocultar aplicações na lista de aplicações.
• Não dá para activar maximização permanente dos widgets no lockscreen, dá imenso jeito para usar o DashClock por exemplo.

 

3.1 – Aplicações nativas / exclusivas

Este equipamento vem carregado de aplicações várias delas desnecessárias, no entanto, por incrivelmente que pareça, dão para desinstalar sem que o equipamento tenha root.

Lista de aplicações:

• Álbum – galeria de imagens e vídeos
• Calculadora
• Calendário
• Chrome – browser nativo
• Converter – conversor de unidades
• Desenho – aplicação para se fazer desenhos e umas brincadeiras
• Drag & Share – Permite partilhar ficheiros facilmente entre dispositivos através do Bluetooth
• Filmes – galeria de vídeos
• Google+
• Hangouts
• Google Maps
• McAfee Security
• Notas
• OfficeSuite Pro
• Play Music
• PlayStation Mobile – trata-se de uma loja de jogos licenciados pela Sony PlayStation. Quase todos os jogos são pagos.
• Rádio FM
• Smart Connect – permite configurar regras de por exemplo, a que horas deve avisar para ligar o carregador, o que fazer caso estejamos a ouvir musica em movimento ou em casa, etc.
• Socalife – leitor de feeds
• Sony Select – Uma loja de aplicações da Sony, semelhante ao Samsung Apps.
• Tarefas – uma aplicação para adicionar-mos as nossas tarefas e gerirmos-as.
• TrackID – uma aplicação para descobrir musicas, semelhante ao SoundHound.
• TV SideView – Serve para interligar dispositivos às smart TVs da Sony e usar por exemplo como comando.
• Twitter
• Video Unlimited – semelhante ao Play Music, mas neste caso, pagam uma mensalidade para ter acesso a milhares de filmes.
• Walkman – leitor de musica original da Sony.
• Xperia Privilege – loja de promoções da Sony para comprar acessórios, entretimento e aplicações.
• Xperia Lounge – Agregador de vídeos, noticias e outras coisas relacionadas com equipamentos Xperia.
• Youtube
• Box
• Evernote
• File Commander – Gestor de ficheiros.
• Foursquare
• LinkedIn
• Pixlr Express

 

4 – Autonomia

O Xperia Z1 é fornecido com uma bateria de capacidade “astronómica”. Com 3050mAh, ainda assim, não há milagres para alimentar o enorme ecrã Full HD, o conjunto de 14 sensores, CPU Snapdragon 800 Quad-Core de 2.2GHz e a câmara.

Considerando uma utilização normal, com dados móveis ou Wi-Fi sempre ligados, ler os email, fazer umas chamadas e alguns SMS, alguma navegação na internet e brilho do ecrã em modo automático, é suficiente para durar todo o dia e ficar ainda com bastante %, suficiente para algum imprevisto.

Mas se aplicarem um uso extensivo como, ouvir musica, 1 hora na internet, Facebook ou outra rede social, jogar um pouco, não podem esperar que haja milagres.

No geral, a capacidade da bateria é suficiente para o conjunto do hardware e das aplicações, no entanto, precisa de mais optimizações neste aspecto, pois pode durar ainda mais.

 

5 – Benchmarks

Os benchmarks são sempre bastante relativos. São facilmente influenciados por outros “apetrechos” do dispositivo e, mesmo que não o sejam, existe sempre alguma relatividade entre o resultado final e o desempenho prático revelado pelo dispositivo.

Fiz vários testes com várias aplicações de benchmarks, mas devido ao que aconteceu com o Galaxy S4, Note 3 e com outros equipamentos, efectuei testes à procura se este equipamento fazia ou não “boost” nas frequências. E, talvez muitos não esperariam, incluindo eu, mas este também faz!

Aplicações usadas nos testes:

• 3D Mark
• AnTuTu
• AndEBench
• Basemark X
• GeekBench 3
• GFXBench 2.7
• Vellamo

De todos os testes referido, só em 3 é que faz o “boost” secreto: AnTuTu, AndEBench e Vellamo. No AndEBench não é fixo à frequência máxima, variando entre 1.7GHz e os 2.2GHz, mas são activados os 4 cores.

No AnTuTu o Z1 consegue igualar e mesmo superar por muito pouco o Galaxy Note 3, apesar de este estar a 2.3GHz e ter melhor optimização.

 

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A inclusão destes mecanismos para fazer “boost” nos benchmarks mostram o pouco interesse em optimizar o sistema para aproveitar devidamente o hardware. Não há necessidade nenhuma disto, basta que se dediquem mais à optimização, nem que seja necessário contratar melhores equipas.

 

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Nota: Devido ao equipamento não ter root, não pude efectuar testes com o boost desactivado.

 

6 – Veredicto

A Sony fez um excelente smartphone, de topo para estar no topo. O Xperia Z1 é sem dúvida um smartphone fenomenal e, além de ter novidades a todos os níveis, vem refinar a qualidade de utilização face aos anteriores equipamentos deste fabricante, sendo um produto mais cuidado e interessante… mas também com os seus problemas, principalmente o peso, aquecimento e falta de uma devida optimização no software.

Tem 3 características chave: o poder de processamento, o ecrã e a autonomia. Aliado a isso, uma fantástica câmara, e tem tudo para ser o melhor smartphone disponível no mercado. É claramente superior ao Xperia Z e, aos donos que pretendam fazer um upgrade, pois vão sentir melhorias significativas a todos os níveis, caso o façam.

Não tive, ainda, o prazer de utilizar o LG G2 mas, segundo o que li e de relatos de amigos, consegue dar uma experiência de utilização e de performance equivalente ao Xperia Z1, podendo superar talvez em alguns pontos.

Espero que a actualização para Android 4.4 seja devidamente optimizada e que a Sony deixe de lado estas artimanhas para dar poder aos benchmarks.

 

Prós

 

Contras

O Pplware agradece à Sony a cedência do equipamento para esta análise.

Sony Xperia Z1

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