O planeta está mais quente. As ondas de calor são cada vez mais frequentes e, por todo o mundo, as redes elétricas estão a ser levadas ao limite. A situação é preocupante.
Portugal sob aviso amarelo
A situação é de perigo e piora com o aumento da frequência das ondas de calor. As redes elétricas em todo o mundo estão a ser levadas ao limite para que as pessoas que consigam refrescar.
Os ares condicionados são uma das opções utilizadas e a pressão das redes elétricas poderá resultar em apagões. Este cenário é um dos desafios com os quais os operadores em todo o mundo estão a tentar combater.
Estamos em Portugal a enfrentar uma nova onda de calor, sob aviso amarelo por parte do IPMA para todo o território. Aviso este feito para hoje e amanhã, quando os termómetros nalgumas regiões poderão ultrapassar os 40 ºC.
O mundo em colapso energético?
Por toda a Europa, na China, Estados Unidos, Índia… são feitos alertas para temperaturas extremamente elevadas para a época do ano.
Nos EUA, mais concretamente no estado do Texas, a operadora ERCOT atingiu o seu recorde de procura de eletricidade em junho, na segunda-feira. Esta situação já tinha sido antecipada com a emissão de um “relógio meteorológico” de 15 a 21 de junho a pedir aos residentes que economizassem energia de forma voluntária.
Na terça-feira o Centro Nacional de Controlo de Energia do México também declarou estado de emergência durante um breve período, quando os níveis de fornecimento de energia caíram para os níveis mais baixos desde 2021.
A Índia e a China sofrem com ondas de calor extremas desde abril. A falta de energia na Índia esta semana fez com que as pessoas ficassem sem acesso ao ar-condicionado e a água corrente. Recentemente, o calor matou dezenas de pessoas no norte da Índia, inundando hospitais e morgues. Pequim quebrou um recorde de temperatura de junho de 41 graus Celsius.
As cidades que são potências industriais no sul da China pediram aos residentes e empresas que economizem energia, e a Administração Nacional de Energia do país realizou um exercício de emergência na quinta-feira passada para se preparar para possíveis interrupções neste verão.
Estes exemplos são apenas alguns entre tantos que poderiam ser dados pelo mundo fora e que se estão a tornar cada vez mais frequentes, com as alterações climáticas.
Um estudo feito em mais de 13.000 cidades em todo o mundo concluiu que o número de pessoas expostas a dias extremamente quentes e húmidos num determinado ano triplicou entre 1983 e 2016. As redes elétricas também se tornaram mais vulneráveis; 2020 foi um ano recorde de apagões nos EUA devido principalmente a eventos climáticos extremos e incêndios florestais.