Infelizmente esta não é a primeira vez que informamos sobre a separação de uma placa de gelo da plataforma Brunt na Antártida. Desde vez, segundo um comunicado, há um iceberg de cerca de 380 quilómetros quadrados que se separou da plataforma. Desta vez a culpa não foi das alterações climáticas.
Notícias sobre icebergues que se têm soltado de plataformas de gelo têm sido comuns nos últimos tempos. Em 2021 informamos aqui que o maior iceberg do mundo se tinha soltado da plataforma de gelo Roone, no noroeste da Antártida. Em 2023 informamos que um iceberg com um tamanho de 15x de Lisboa também se tinha “soltado” da Antártida.
Denominado de A83, este iceberg tem aproximadamente o tamanho da Ilha de Wight (sul da Inglaterra), é “o terceiro importante naquela região nos últimos quatro anos”. De acordo com a organização científica britânica British Antarctic Survey (BAS), o iceberg de 380 quilómetros quadrados separa-se da plataforma Brunt devido a um processo natural e não associado às alterações climáticas.
Do que se sabe, o iceberg separou-se da plataforma na madrugada desta segunda-feira, depois de uma fenda de 14 quilómetros de espessura ter surgido na plataforma de 150 metros de espessura há algumas semanas, perpendicularmente à existente Halloween Crack, descoberta em 31 de outubro de 2016.
Oliver Marsh, que passou quatro temporadas a trabalhar em Brunt e detetou a atual rutura, utilizando GPS, explicou que “esta separação era esperada desde o Halloween Crack, há oito anos, e reduz a área total da plataforma de gelo ao seu menor nível desde que começou a monitorização”.
A plataforma de gelo Brunt, localizada na Antártida, tem sido o foco de muitos estudos devido aos seus significativos desprendimentos de icebergs. Um dos eventos mais recentes e notáveis foi o desprendimento do iceberg A-81, que tem uma superfície de aproximadamente 1.550 km², o que é equivalente ao dobro do tamanho da Comunidade de Madrid.