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Cada vez mais artistas proíbem a entrada de telemóveis nos seus concertos. Faz sentido?

Alguns cartazes de concertos recentes têm vindo com um tipo de mensagem ousada: “Este espetáculo será uma experiência sem telemóveis. Os telemóveis serão guardados em Yondr cases.” Pois bem, o movimento em direção a concertos sem telemóveis, que antes era um “empurrãozinho” dos artistas, evoluiu para uma proibição total. A questão é: faz sentido?


Jack White, Bob Dylan, Tool, e agora Ghost

Jack White foi o pioneiro em 2018 ao proibir os telemóveis nos seus concertos e, desde então, muitos outros artistas abraçaram a ideia. Bob Dylan implementou isso nas suas turnês, assim como os Arctic Monkeys e os Tool. Agora, foram os Ghost que anunciaram uma política semelhante para a sua turnê de 2025.

Os artistas querem que os fãs aproveitem o show ao vivo, em vez de se concentrarem em gravá-lo. A distração das notificações, mensagens e a compulsão para gravar todos os momentos diminui frequentemente a experiência do concerto, tanto para a pessoa como para quem a rodeia.

Embora a filmagem possa parecer apelativa, a realidade é que os vídeos de concertos muitas vezes não conseguem captar a magia da música ao vivo. A má qualidade do som e as imagens tremidas tornam estas gravações mais suscetíveis de serem esquecidas.

Outra vantagem dos concertos sem telemóveis é a preservação do fator surpresa. Quando momentos icónicos ou surpresas durante uma atuação são amplamente partilhados online, a magia pode perder-se. É como evitar spoilers de um filme!

Mas também há um senão na proibição dos telemóveis…

Os críticos da proibição de telemóveis argumentam – e bem – que os fãs de concertos devem ter a liberdade de aproveitar o evento da maneira que preferirem. Ao contrário da escola, onde as restrições aos telemóveis têm como objetivo manter a disciplina, os concertos são experiências opcionais e recreativas.

Dino Cazares, guitarrista dos Fear Factory, captou este sentimento:

Quando compramos um bilhete, devemos poder desfrutar do concerto como quisermos, desde que não prejudiquemos os outros nem violemos as regras do local.

Outra camada deste debate é a implicação legal da gravação de concertos. Os artistas, enquanto intérpretes, têm o direito exclusivo de autorizar gravações das suas atuações, reprodução e distribuição pública. Estes direitos, protegidos pelas leis de propriedade intelectual, dão aos artistas a autoridade para controlar se os seus concertos são gravados ou partilhados.

Para muitos artistas, isto tem menos a ver com controlo e mais com a melhoria da experiência do concerto, assegurando que a sua música e arte continuam a ser o foco central.

 

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