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Tardes de Cinema…

Por Ricardo Vieira para o Pplware. Esta semana chega às nossas salas mais dois filmes que marcarão presença na próxima gala dos óscares. Um deles marca o regresso do famoso par de Titanic, Leonardo Di Caprio e Kate Winslet e o outro o regresso do polémico realizador Gus Van Sant, apoiado por Sean Penn. São motivos suficientes para marcar presença nas salas de cinema.

O Rapaz do Pijama às Riscas Um rapaz de oito anos, Bruno, é o protegido filho de um agente nazi cuja promoção leva a família a sair da sua confortável casa em Berlim para uma despovoada região onde Bruno não encontra nada para fazer nem ninguém com quem brincar.

 

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Esmagado pelo aborrecimento e traído pela curiosidade, Bruno ignora os constantes avisos da mãe para não explorar o jardim, por detrás da casa e dirige-se à quinta que viu ali perto. Nesse local, Bruno conhece Shmuel, um rapaz da sua idade que vive numa realidade paralela, do outro lado da vedação de arame farpado.

O encontro de Bruno com este rapaz de pijama às riscas vai arrancá-lo da sua inocência e resultar no despontar da sua consciência sobre o mundo adulto que o rodeia. Os repetidos e secretos encontros com Shmuel desaguam numa amizade com consequências inesperadas e devastadoras.

Esta adaptação de um livro do escritor John Boyne tem sido aclamada um pouco por todo o mundo. A história tocante de dois meninos que lidam com o holocausto de uma maneira nada usual, tem despoletado opiniões muito positivas. É interessante referir que as crianças vêm o mundo com “diferentes” olhos.

E é recompensador, por vezes, tentar perceber a sua visão muito própria, várias vezes acertada, sem qualquer tipo de dúvidas, receios ou aflições que assolam a maioria dos adultos. É uma proposta deveras original.

O filme é realizado por Mark Herman, responsável por Hope Springs – Terapia do Amor de 2003 (ganhou uma nomeação nos BIFA por este filme) e conta com actores britânicos nos principais papéis. O destaque vai mesmo para o menino que interpreta a personagem principal da história, Asa Butterfield, que inclusive foi nomeado pelos BIFA como a grande jovem promessa de 2008. Não deixem de dar uma espreitadela a este filme.

A Duquesa Enquanto a sua beleza e carisma lhe trouxeram êxito, os seus gostos extravagantes e apetite por jogos e amor tornaram-na infame. Georgiana Spencer casou jovem com o distante e mais velho Duque de Devonshire, íntimo de ministros e príncipes, e tornou-se um ícone de moda, uma mãe devota, uma astuta figura política e a mulher mais adorada pelo povo. Mas no centro da sua história está uma busca desesperada por amor.

Do caso amoroso condenado à partida com Charles Grey ao complexo ménage à trois com o seu marido e a sua melhor amiga, Lady Bess Foster, A Duquesa é uma história inteiramente contemporânea de fama, notoriedade e busca de amor.

 

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Este filme conta com as interpretações de Keira Knightley, (duquesa), que todos conhecerão da personagem que interpreta nos Piratas das Caraíbas; a amada de Will Turner, Elizabeth. Ralph Fiennes, que recentemente entrou no subvalorizado Em Bruges, também participa.

À partida temos garantidos bons desempenhos a nível interpretativo. Outros aspectos que certamente irão cativar a audiência são a direcção de arte e o guarda-roupa, uma vez que, e pelo que me apercebi, foi algo que foi trabalhado minuciosamente. E, para provar isso mesmo, convém dizer que a academia premiou o filme com a nomeação a dois óscares, por esses mesmos atributos que já referi.

Talvez recomenda este filme, principalmente, a quem é fã de filmes românticos de época, que contém factos verídicos. Também é uma boa oportunidade de ver Keira e o seu desempenho, já que tem sido elogiado.

Second Life Nicholas comemora o seu 40º aniversário na sua casa de campo algures no Alentejo, com Sara, sua mulher há 8 anos na companhia de dois casais amigos e uma jovem e sensual actriz, Raquel. Nicholas tem tudo o que sempre desejou e vive uma vida desafogada.

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Durante a noite do seu aniversário, descobriremos as profissões, os segredos, as paixões, os vícios, as traições e as ambições de cada um dos personagens. Eis que, quando menos se espera, Nicholas surge morto à superfície da piscina. A partir deste momento, assiste-se a duas versões da história desta vida: uma onde Nicholas jaz morto na piscina e a polícia irá desvendar o mistério da sua morte, trazendo à verdade as traições, os segredos, as mentiras, as verdades de todos os personagens e se descobre a natureza da morte de Nicholas; outra onde vemos Nicholas, noutro país, noutra vida, com outra mulher e com filhos, outra actividade, outro comportamento, mas o mesmo aniversário…

Esta longa-metragem é a nova produção da Utopia Filmes, a mesma que produziu “Corrupção”, realizado e posteriormente renegado por João Botelho, e “O crime do Padre Amaro” e contou com apoio financeiro do Instituto do Cinema e Audiovisual e do Fundo de Investimento do Cinema e Audiovisual.

É realizado por Alexandre Valente e conta com a participação de vários actores bem conhecidos nossos, entre os quais, Jose Wallenstein, Lúcia Moniz, Cláudia Vieira, Nicolau Breyner, Paulo Pires, Pedro Lima e a participação especial de Luís Figo.

Second life, que o produtor sintetizou em declarações à Lusa em Agosto como um filme sobre “o que seria se tivéssemos hipótese de viver uma segunda vez”, foi rodado no Algarve, Caldas da Rainha, Óbidos, Lisboa e Itália. É mais um filme que irá ser visto na maioria por jovens, já que na promoção constam imagens explícitas de actrizes em cenas desinibidas e bastante quentes. Se é um facto que no estrangeiro também existem muitas destas cenas, é escusado insistir e promover sempre com este tipo de imagens.

A premissa parece-me bastante interessante até, mas não sei a que ponto o argumento consegue ser credível e conter alguma qualidade. Qualidade essa, que não passa por incluir nos diálogos 70% de palavrões!

Revolutionary Road A história de um jovem casal em busca de uma vida plena numa época marcada pelo conformismo. Aprisionados num mundo de convenções codificadas, eles sonham sem fé, à medida que as mentiras e a ilusão despoletam consequências explosivas.

Este é o filme que junta Kate Winslet e Leonardo Di Caprio uma vez mais, após o estrondoso sucesso de Titanic. Quem não se recorda da história de amor vivida por Jack e Rose a bordo do inafundável transatlântico? Pois eles estão de volta, após terem consolidado a sua carreira, sob a alçada do marido de Kate, Sam Mendes.

 

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A interpretação dos actores tem sido bastante aclamada. Kate Winslet ganhou diversos prémios em festivais com este filme, destacando-se o Globo de Ouro e o prémio BAFTA (óscares britânicos), na categoria de melhore actriz. Leonardo Di Caprio também foi nomeado para o Globo de Ouro na categoria de melhor actor.

Penso que ninguém duvidaria da qualidade deste elenco, por várias vezes premiado. Basta dizer que Kate tem seis nomeações nos óscares e Di Caprio tem 3. A academia, contudo, só premiou este filme nas características mais técnicas. Deixou os principais actores de fora, mas por outro lado premiou Michael Shannon com a nomeação para melhor actor secundário.

Sam Mendes, responsável pelo fabuloso Beleza Americana, será concerteza seguro na sua realização, pelo que é mais um aspecto a elevar a provável qualidade desta fita.

A recepção é muito boa. Como seria de esperar, o público considera o filme melhor que a opinião da crítica em geral. Pessoalmente,é um filme que aguardo ansiosamente! Portanto. recomendo vivamente a sua visualização, principalmente para quem gostar de dramas bem intensos e poderosos.

Milk O aclamado cineasta Gus Van Sant convidou um elenco soberbo, encabeçado pelo incomparável Sean Penn, para contar esta história poderosa e verídica… Cansado de se esconder de si próprio, Harvey abandona o seu bem remunerado emprego em Wall Street e decide “sair do armário”, mudando-se para o distrito Castro em São Francisco com o seu amante de longa data, Scott Smith.

 

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Na comunidade colorida de Castro, pequenas vitórias conduzem a outras maiores e Harvey ao falar abertamente para uma maioria silenciosa, acaba por ser o primeiro politico assumidamente homossexual a ganhar umas eleições. Quando Harvey Milk foi assassinado em 1978, o mundo perdeu um dos seus líderes mais visionários e uma voz que se elevou corajosamente pela igualdade de direitos…

Milk é um dos grandes candidatos aos óscares este ano. Soma 8 nomeações, entre elas as consideradas mais importantes, que são melhor filme, melhor actor e melhor realizador. Gus Van Sant é um realizador polémico que divide a opinião dos cinéfilos.

Uns adoram, mas outros não conseguem suportar. Van Sant é responsável, entre outros, pela realização de filmes como Últimos Dias (Last Days) ou Paranoid Park, deixando sempre bem incutida a sua marca pessoal. Parece-me no entanto que este Milk consegue agradar á grande generalidade da audiência, uma vez que se encontra muito bem cotado, por exemplo, no famoso IMDB.

A crítica também é unanime em considerar o filme como dos melhores da última década. Destaco também a interpretação de Sean Penn, actor que participou em Mystic River de Clin Eastwood. O realizador de O Lado Selvagem, filme que estreou em pouquíssimas salas portugueses mas, e acreditem, é dos melhores exercícios cinematográficos dos últimos anos, é conhecido por ser tímido e muito profissional.

Revela aqui o quão dedicado foi a esta história! A sua interpretação é magnífica. Não esquecer as interpretações de Emile Hirsch, actor principal de O Lado Selvagem, que mais uma vez prova que terá um grande futuro á sua frente, bem como do restante elenco que é bastante competente.

Milk é um filme muito a ter em conta esta semana. Recomendo-o vivamente!

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