A cadência com que vão sendo lançados novos modelos torna difícil estar sempre a par do que vai acontecendo no mercado automóvel. Mas às vezes é sempre bom ir ao baú e recordar alguns carros que marcaram de forma indelével a sua época. Como o mítico Honda CRX.
CRX era sinónimo de agilidade com motores eficientes e responsivos
O Honda CRX é um dos modelos mais emblemáticos da história da marca japonesa, especialmente apreciado pelos entusiastas de automóveis desportivos compactos. Lançado nos anos 1980, combinava desempenho, eficiência e estilo, tornando-se rapidamente num ícone automóvel que continua a ser celebrado até aos dias de hoje.
O modelo foi lançado em 1983, como uma versão coupé do popular Honda Civic. O objetivo era oferecer um automóvel desportivo, leve e eficiente, sem comprometer a acessibilidade e o conforto. Foi concebido com uma filosofia clara: baixo peso, alta eficiência e excelente manobrabilidade. Estas características fizeram dele um sucesso imediato, especialmente entre os condutores mais jovens.
A primeira geração do CRX (1983-1987), destacava-se pelo seu design compacto e aerodinâmico, com apenas dois lugares, um motor ágil e um comportamento dinâmico impressionante. Na altura, a Honda apostou em motores pequenos, mas extremamente eficientes, como o 1.3 litros e o 1.5 litros, garantindo excelente consumo de combustível, algo bastante inovador para um carro desportivo.
A segunda geração (1988-1991) trouxe um design ainda mais sofisticado e um desempenho melhorado. O CRX passou a ter linhas mais angulares e modernas, além de motores mais potentes, como o lendário motor VTEC 1.6 litros, que proporcionava uma experiência de condução emocionante.
O sistema VTEC (Variable Valve Timing and Lift Electronic Control), introduzido pela Honda, permitia ao motor alternar entre dois perfis de válvulas, garantindo eficiência a baixas rotações e potência em altas rotações.
Eficiência e desempenho
Um dos aspetos mais notáveis do Honda CRX foi a sua capacidade de combinar desempenho desportivo com eficiência de combustível, algo raramente visto na época. A versão HF (High Fuel Efficiency) da primeira geração era capaz de atingir consumos excecionais, ultrapassando os 20 km/l, algo absolutamente impressionante.
Já a versão Si (Sport Injection) tornou-se famosa pelo seu desempenho. Equipado com o motor 1.6 VTEC, o CRX Si debitava cerca de 130 cavalos de potência, um número impressionante considerando o seu baixo peso. Este equilíbrio entre potência e leveza permitia uma agilidade incrível em estradas sinuosas, fazendo dele um verdadeiro “go-kart” para estrada.
Popularidade
O CRX tornou-se um caso sério junto dos consumidores, sendo ainda hoje motivo de reverência sempre que algum exemplar é avistado a rolar pelas estradas. Mas há outras curiosidades deste modelo que explicam um pouco da atração que continua a ter.
- Popularidade no tuning: tornou-se um favorito entre os fãs do tuning e das modificações. O seu design compacto e a possibilidade de personalização mecânica fizeram dele uma tela perfeita para os entusiastas alterarem motores, suspensões e estéticas.
- Carro de corrida acessível: graças ao seu baixo peso e comportamento dinâmico, o CRX foi amplamente utilizado em competições amadoras de corridas e ralis. Era acessível e ao mesmo tempo divertido de conduzir, oferecendo uma performance surpreendente.
- O efeito do VTEC: a introdução do sistema VTEC na segunda geração popularizou o conceito de “kick” nas rotações elevadas, onde o motor revelava um aumento súbito de potência. Esta característica tornou-se uma assinatura dos modelos Honda.
- Um dos primeiros híbridos: teve também uma versão híbrida no Japão, que serviu de inspiração para o lançamento do Honda Insight, um dos primeiros híbridos modernos.
O Honda CRX foi descontinuado em 1991. Atualmente, é um clássico muito valorizado entre colecionadores e entusiastas de automóveis.
Não foi apenas um automóvel desportivo: foi um símbolo de uma época em que o prazer de condução e a eficiência podiam coexistir. Andou em algum? Conte-nos a sua experiência.