Pplware

Quer ver as estradas livres dos transportes pesados (e lentos)? A Suíça tem a solução

Quantos de nós já não vimos o stress apoderar-se da nossa espinha por termos um transporte pesado de mercadorias a seguir à nossa frente, a entupir o trânsito e a atrasar-nos a vida? Por conhecer a sensação, a Suíça arquitetou uma solução.


O trânsito tira-nos anos de vida, em stress e em horas perdidas. Se não é o seu caso, saiba aqui que tem a sorte de poucos. A par dos veículos ligeiros, estão muitas vezes transportes pesados de mercadorias que, pela velocidade reduzida, entopem as estradas.

A Suíça fez as contas e, em 2040, o fluxo de transporte de mercadorias será 37% superior ao de 2010. Ora, se já é um caos agora, em menos de 20 anos conheceremos saturação das estradas e dos caminhos de ferro, mais tráfego, mais poluição e mais ruído.

 

A solução não passa por acabar com o transporte de mercadorias

Se por um lado a contenção do fluxo do transporte de mercadorias é complicada e prejudicaria, certamente, a economia, por outro, o aumento da capacidade das autoestradas também não é a solução ideal, pelo custo que lhe está associado – económico, social e ambiental.

Depois, resta o transporte aéreo que, embora seja uma opção, não será a mais ambientalmente sustentável, considerando os trajetos curtos e a logística que requer.

 

A Suíça quer desimpedir as estradas através do subsolo

Perante este problema associado ao transporte de mercadorias, a Suíça desenvolveu um projeto que prevê a criação de uma rede subterrânea de 500 km e vários canais entre o Lago Constança e o Lago Genebra (Lago Léman).

Batizado de Cargo Sous Terrain (CST), o projeto está em cima da mesa há algum tempo. Contudo, só agora, após anos de planeamento, parecem estar a ser dados passos importantes.

No final de 2021, o Parlamento da Suíça estabeleceu um quadro jurídico e os responsáveis pelo projeto elaboraram um calendário claro: abrir a primeira secção numa década, em 2031, e ter toda a rede concluída até 2045.

Para isso, em janeiro, o CST começou os seus primeiros trabalhos de campo, com sondagens e medições geofísicas para conhecer melhor o subsolo e, segundo os responsáveis pelo projeto, “finalizar o planeamento do primeiro troço de Härkingen a Zurique”.

O primeiro troço da rede estender-se-á de Härkingen-Niederbipp a Zurique, com uma extensão de cerca de 70 km e dez pontos de ligação. A expansão para outros centros logísticos e de distribuição importantes na Suíça prosseguirá gradualmente.

Até 2045, será criada uma rede total de 500 km de comprimento entre o Lago Constança e Genebra (Lago Léman), com ramificações para Basileia, Lucerna e Thun.

O custo global do primeiro troço, incluindo o software e todas as máquinas, é de cerca de três mil milhões de francos suíços (cerca de três mil milhões de euros à taxa de câmbio).

O total da rede suíça implicará um investimento estimado de cerca de 30 mil milhões de francos suíços (cerca de 30 mil milhões de euros à taxa de câmbio) que, segundo os responsáveis, será assegurado pelo setor privado e pelo próprio mercado.

O CST é uma iniciativa do setor privado. Não são utilizados subsídios para a construção das infraestruturas e para a exploração do túnel.

 

Perceba o CST, um túnel para o transporte de mercadorias

Os responsáveis pelo projeto querem algo muito claro: criar um sistema logístico de transporte de mercadorias, através de túneis que ligam os vários centros de produção aos centros urbanos.

A ideia é que as mercadorias sejam transportadas através de um sistema automatizado composto por veículos elétricos ecológicos, sem condutor, que se deslocam sobre carris, em túneis de três faixas, a cerca de 30 km/h.

100% da energia será proveniente de fontes renováveis.

O projeto prevê o transporte de mercadoria fresca e refrigerada, bem como um sistema à altura do teto do túnel, para movimentar mais rapidamente embalagens mais pequenas e leves.

Exit mobile version