As trotinetas elétricas partilhadas não são consensuais, havendo quem as associe a um aumento da sinistralidade. Após chamar os cidadãos a votar, há uns meses, Paris despediu-se, ontem, de todas elas.
Paris resolveu seguir a vontade do povo e, cinco meses após a decisão, a capital francesa começou a ver-se livre de todas as trotinetas elétricas partilhadas. Recorde-se que, no início de abril deste ano, os parisienses foram chamados às urnas para decidir se queriam continuar ou não a ter trotinetas elétricas a pautar a cidade.
Depois de, em 2018, a capital francesa se ter tornado pioneira na introdução deste transporte partilhado, agora, volta a entrar na história, por bani-lo.
Moradores de Paris decidiram contra as trotinetas elétricas partilhadas
A decisão foi tomada após a consulta dos moradores da cidade. O resultado da votação não deixou margem para qualquer dúvida: uma vitória esmagadora de 89%.
Após a vitória da “democracia local”, conforme referiu a presidente da câmara municipal, Anne Hidalgo, na altura, Paris definiu o dia 1 de setembro para a limpeza da cidade das trotinetas elétricas partilhadas. E assim foi.
Os contratos com as três operadoras privadas (Lime, Tier e Dott) que trabalharam, até agora, em Paris, terminaram no dia 31 de agosto e não serão renovados.
De facto, as trotinetas elétricas partilhadas são um serviço de mobilidade apontado como sustentável e importante para a logística urbana.
Contudo, o estudo que abordámos aqui fez uma avaliação socioeconómica deste meio de transporte e concluiu que, apesar dos benefícios, há questões de segurança que custam alguns milhões de euros por ano.
Segundo a câmara municipal de Paris, a rede de transportes públicos será capaz de preencher a lacuna deixada pelas trotinetas, considerando que muitos jovens com menos de 35 anos e estudantes usavam-nas como meio de transporte.
Esses e outros resultados deverão ser estudados a partir de agora, sem trotinetas elétricas partilhadas pelas estradas.