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Países do G7 concordaram em encerrar todas as suas centrais a carvão até 2035

As decisões sobre o carvão ficaram em standby, aquando da COP28, no ano passado. Agora, os ministros dos países do G7 concordaram em encerrar todas as suas centrais até 2035.


A notícia foi avançada por Andrew Bowie, ministro do Departamento de Segurança Energética e Net Zero do Reino Unido: os ministros dos países do G7 concordaram em encerrar todas as suas centrais a carvão até 2035. Deste “Grupo dos 7” fazem parte os Estados Unidos da América, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá, considerados os países mais industrializados do mundo.

Temos um acordo para eliminar gradualmente o carvão na primeira metade da década de 2030. A propósito, este é um acordo histórico, algo que não conseguimos alcançar na COP28, no Dubai, no ano passado.

Portanto, ter os países do G7 reunidos à volta da mesa para enviar este sinal ao mundo – de que nós, as economias avançadas do mundo, estamos empenhadas em eliminar gradualmente o carvão até ao início da década de 2030 – é incrível.

Revelou Bowie, à Class CNBC, em Torino, Itália.

Andrew Bowie, ministro do Departamento de Segurança Energética e Net Zero do Reino Unido

Esta decisão representa um avanço político muito significativo, considerando que estabelecer uma data final para o carvão tem sido um ponto altamente controverso nas negociações internacionais sobre o clima, conforme recordado pela CNN Portugal.

Aliás, segundo o mesmo órgão, o Japão, que obteve 32% da sua eletricidade a partir do carvão em 2023, segundo o grupo de reflexão climática Ember, bloqueou avanços sobre a questão em reuniões anteriores do G7. A par disso, o grupo relatou cerca de 16% da eletricidade do G7 vem do carvão.

Na semana passada, a Agência de Proteção Ambiental norte-americana (EPA) anunciou novas regras que irão exigir que as centrais elétricas alimentadas a carvão capturem quase toda a sua poluição climática ou que encerrem até 2039.

Poucos dias depois de a EPA ter divulgado as novas regras propostas, que levarão essencialmente a um calendário de eliminação gradual acelerado para a maioria das centrais a carvão, este compromisso do G7 é mais uma confirmação dos EUA de que o carvão será eliminado mais cedo ou mais tarde.

Partilhou Katrine Petersen, consultora política do grupo climático E3G, destacando que o compromisso agora revelado é “um grande passo em frente, em particular para o Japão, como o único país do G7 que ainda não se comprometeu a abandonar o carvão”.

Na mesma linha de pensamento está Dave Jones, diretor do programa Global Insights da Ember, considerando que esta decisão é “mais um prego no caixão do carvão” e que “é bom ver os Estados Unidos e especialmente o Japão finalmente serem mais explícitos sobre as suas intenções”.

O diretor alertou, contudo, para o consumo de gás, que continua a ser uma realidade, apesar da queda do carvão: “O carvão pode ser o mais sujo, mas todos os combustíveis fósseis precisam, em última análise, de ser eliminados”.

 

G7 poderá motivar G20 a agir

Esta decisão é importante, também, uma vez que as decisões tomadas pelo G7 motivam o G20 a explorar e inovar as políticas climáticas globais. Este “Grupo dos 20”, que inclui países com emissões significativas e grandes produtores de combustíveis fosseis, estuda, revê e promove a discussão entre os principais países desenvolvidos e os emergentes.

Reúne chefes de Estado, ministros das Finanças e presidentes de Bancos Centrais de 19 países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia; e da União Africana e União Europeia.

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