Provavelmente foi um dos proprietários que teve de levar o seu veículo à oficina da marca para substituir o airbag, fabricado pela empresa japonesa Takata. Este foi dos maiores escândalos que explodiu em 2013 e poucos previram que se tornaria a maior recolha por motivos de segurança da história automóvel. Foram obrigados a substituir dezenas de milhões de airbags, só nos EUA foram mais de 67 milhões de veículos recolhidos. Mas a Takata não é o único fabricante de peças a fabricar airbags defeituosos.
Foi recentemente instaurada uma ação judicial em San Francisco, contra a ARC Automotive pela mesma razão. Poderá haver milhões de veículos com um sistema defeituoso.
Airbags que podem matar em vez de salvar
Foi aberto um novo processo judicial depois que pelo menos duas pessoas terem morrido e quatro ficado feridas devido ao insufladores de airbag defeituosos. As três fabricantes automóveis mencionadas no caso são a General Motors, a Ford e a Volkswagen.
De acordo com a NHTSA, que investiga o assunto há quase sete anos sem uma resolução, existem 51 milhões de veículos construídos com insufladores ARC nas estradas dos EUA. Isso equivale a ter entre 10 a 20% de todos os veículos de passageiros.
É impossível determinar se o seu carro está equipado com este material defeituoso. Isto porque as peças internas ostentam as marcas do fabricante do automóvel ou do fabricante do airbag, e não do fabricante do insuflador.
Pode ter uma bomba relógio no colo e não tem forma de saber.
Disse Frank Melton, um advogado da Florida que se encontra entre os que apresentaram o novo processo judicial, ao Detroit News.
Como no recall da Takata, os insufladores de airbag ARC usam nitrato de amónio como propulsor secundário para insuflar os airbags. Quando exposto à humidade, o propelente pode desenvolver fissuras microscópicas, fazendo-o queimar muito rapidamente, criando uma explosão maior.
Este processo pode romper o invólucro de metal externo, projetando os estilhaços para dentro do habitáculo. Foi exatamente o que aconteceu com os airbags da Takata, associados a 28 mortes e centenas de feridos em todo o mundo.
Embora a NHTSA (entidade reguladora) tenha aberto uma investigação sobre o assunto em 2015, ainda não chegou a qualquer conclusão clara. Ainda não foi imposta uma recolha mais ampla, mas houve cinco recolhas limitadas dos insufladores que totalizaram cerca de 5.000 veículos, incluindo três recolhas realizadas pela GM.
Tal como nas fases iniciais da recolha de Takata, muitos insufladores de nitrato de amónio ARC ainda hoje em dia são utilizados.
A ação judicial alega que a ARC sabia dos perigos da utilização do nitrato de amónio. De acordo com o caso, após vários insufladores de ARC terem rebentado em 2019, a marca reconheceu que a sua utilização era inaceitável nos airbags para automóveis.