2019 será um ano fértil em “produtos finais” no que toca aos veículos autónomos. Contudo, 2018 será o ano onde mais destas ofertas serão mostradas. Para lá das provas de conceito, as marcas querem mostrar os veículos que irão comercializar.
A General Motors é uma dessas marcas e já está a planear produzir automóveis autónomos em massa. A empresa quer lançar em 2019 um carro que não possui os controlos tradicionais, como o volante ou os pedais.
A General Motors tem planos para iniciar a produção em massa de automóveis autónomos, mas que desafiam as regras preconcebidas no que toca ao habitáculo. Segundo o protótipo funcional da empresa, o Cruise, desaparecem do interior os pedais, o volante e outros controlos que sempre fizeram parte dos veículos modernos.
Este veículo irá ser o centro das atenções da empresa americana no Detroit Auto Show anual, que terá início na próxima semana e trará as tendências para esta indústria num futuro próximo, isto é já em 2019.
A empresa pretende colocar no mercado uma versão remodelada do Chevrolet Bolt que se chama Cruise AV. Este veículo tem um design normalíssimo por fora, mas quebra todas as regras do design de interiores na indústria automóvel. A empresa não tem um espaço de condutor para o modo de emergência, mas enfrenta dessa forma um novo e desafiante conceito para este mercado. Quer colocar o veículo à venda em 2019 e tem intenções de solicitar a devida autorização e certificação à autoridade reguladora, a FMV, no imediato.
Um veículo “de acessibilidade”
A GM pensou neste veículo para servir qualquer utilizador, até mesmo pessoas com deficiência auditiva ou visual. Isto porque o Cruise AV está preparado para realizar tarefas que facilitam a vida destes passageiros, disponibilizando tecnologias que contornam as limitações dentro de uma veículo convencional.
Também é de ressalvar que nesta nova filosofia de veículo, onde os sensores são o principal ator. Manetes, alavancas, pedais e outros controlos deixam de fazer sentido. Foi neste enquadramento que o presidente da empresa, Dan Ammann, se referiu à audácia de trazer algo jamais que uma prova de conceito: “primeiro veículo pronto para produção, projetado desde o início sem volante, pedais ou outros controlos manuais desnecessários”.
Este anúncio teve o sentido de oportunidade para aproveitar o fim da CES e o preâmbulo do grande certamente automóvel a acontecer em Detroit, o Auto Show Detroit, onde a indústria vai ter em exposição todos os camiões e SUVs que fazem os seus lucros.
A GM faz parte de um grupo de fabricantes que desenvolvem os seus veículos, aproveitando novas tecnologias que surgem no mercado pela mão de start-ups que procuram desenvolver os chamados robô-táxis nos próximos três anos na América do Norte, Europa e Ásia. São empresas que têm mostrado protótipos que tendem a criar um rasto de inovação sem precedentes neste segmento.
Neste campo estão também empresas como a Ford, a Uber e Waymo (da Alphabet, grupo ao qual pertence o Google), todas com o foco nos carros autónomos de transporte de passageiros, os tais serviços comerciais de robô-táxis.
Regras mudaram e estão mais adaptadas a este mercado
As empresas começam a ver a regulamentação apertar, mas há um sinal claro que a tendência está virada para este novo mundo dos veículos autónomos. As autoridades americanas já impõem alterações importantes, tal como fez a GM em 16 regras de segurança de veículos atuais — como, por exemplo, adaptar os airbags a um espaço que, por norma, teria um volante. Estas e outras regras fazem parte da amostra diversificada que hoje é possível encontrar e que as autoridades têm de gerir.
Cruise AV com tecnologia de ponta
O Cruise AV está equipado com a quarta geração de software e hardware autónomo da GM, incluindo 21 radares, 16 câmaras e 5 sensores que usam laser para auxiliar os veículos a detetarem obstáculos e objetos nas proximidades. Existe um modo “sem mãos” contudo, só poderá ser utilizado em áreas urbanas pré-mapeadas.