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Dirigível do cofundador da Google recebe licença para voar o Pathfinder 1

Sabia que o cofundador da Google, Sergey Brin, tinha construído um “Zepelim”? Bom, não se chama Zepelim, chama-se Pathfinder 1 e está já autorizado pela FAA, entidade reguladora de transporte do governo dos EUA, a levantar voo.


Pathfinder 1 de Sergey Brin, é um dirigível de 124 metros

Sergey Mihailovich Brin, mais conhecido como Sergey Brin, é um grande conhecido empreendedor da Internet. Ele foi cofundador da Google, com o seu amigo e sócio Larry Page. Brin foi presidente da Alphabet, empresa que gere a Google, até renunciar ao cargo a 3 de dezembro de 2019. Então, o multimilionário, dedicou-se sobretudo ao seu projeto, o Pathfinder 1.

Segundo conta o site IEEE Spectrum, a LTA Research (Lighter Than Air), empresa que Brin fundou em 2015 para desenvolver dirigíveis para transporte humanitário e de carga, recebeu um certificado de aeronavegabilidade especial para o dirigível cheio de hélio no início de setembro.

Este documento permite que a maior aeronave desde o malfadado Hindenburg comece já a efetuar testes de voo em Moffett Field, um aeroporto civil-militar conjunto em Silicon Valley.

O certificado confere à LTA pilotar o Pathfinder 1 dentro dos limites dos espaços aéreos de Moffett Field e do aeroporto vizinho de Palo Alto, a uma altura de até 460 metros. Isto permitir-lhe-á aventurar-se sobre a parte sul da Baía de São Francisco, sem interferir com os aviões que entram ou saem dos aeroportos comerciais de San Jose e San Francisco International.

Poderá este “Zepelim” dos tempos modernos substituir os aviões?

O enorme dirigível será inicialmente ligado a um mastro móvel para testes em terra no exterior, antes de efetuar cerca de 25 voos a baixa altitude, num total de 50 horas de voo.

Embora o seu design rígido remeta para os dirigíveis gigantescos do início do século XX, o Pathfinder 1 é quase completamente diferente de qualquer dirigível de grandes dimensões que tenha voado anteriormente. Crucialmente, os seus 96 cubos de titânio soldados e 288 tubos de polímero reforçado com fibra de carbono são suficientemente leves para que possa utilizar hélio não inflamável em vez de hidrogénio explosivo como gás de elevação.

As estruturas dos dirigíveis da LTA são feitas de titânio leve e fibra de carbono. Crédito: LTA Research and Exploration

Doze motores elétricos distribuídos nas laterais e na cauda do dirigível, e quatro lemes de barbatana, permitem a descolagem e aterragem verticais (VTOL) e velocidades até cerca de 120 quilómetros por hora. Uma camada resistente de material Tedlar laminado contém 13 sacos de hélio de nylon ripstop, que contêm sistemas lidar para monitorizar os níveis de gás no seu interior.

O Pathfinder 1 tem um sistema de propulsão híbrido, com dois geradores a diesel de 150 quilowatts a trabalhar em conjunto com 24 baterias para fornecer energia aos motores elétricos, de acordo com uma apresentação recente do CEO da LTA, Alan Weston.

Segundo o responsável da empresa, a LTA tem planos para utilizar hidrogénio em versões posteriores do dirigível, talvez como combustível para futuras células de combustível ou turbogeradores, e possivelmente até como gás de elevação.

A LTA confirmou que o certificado de aeronavegabilidade foi concedido, mas não forneceu mais pormenores.

 

Aeronave poderá levar carga e passageiros…

Embora o Pathfinder 1 tenha sido concebido para ser operado por um único piloto, possui controlos duplos e, de acordo com a carta da LTA à FAA, terá um segundo piloto a bordo “para os testes de voo iniciais até que a carga de trabalho do piloto possa ser avaliada”. A gôndola que a LTA está a utilizar para o dirigível foi concebida pela famosa empresa Zeppelin na Alemanha e pode acomodar até 14 pessoas, embora não sejam permitidos passageiros supérfluos durante os testes.

Após extensos testes de voo na Califórnia, o Pathfinder 1 transitará para o antigo hangar de dirigíveis da Goodyear Airdock em Akron, Ohio, que a empresa adquiriu para ser o seu futuro local de fabrico. Um dirigível ainda maior, com 180 metros de comprimento, o Pathfinder 3, já está a ser desenvolvido.

Em última análise, a LTA pretende que as suas aeronaves sejam utilizadas em missões humanitárias, transportando carga e pessoal para áreas inacessíveis por estrada. Brin dirige uma organização sem fins lucrativos separada, denominada Global Support and Development, que já levou a cabo tais missões por mar, nas Caraíbas, na América Latina e no Pacífico Sul.

O certificado de aeronavegabilidade do Pathfinder 1 é válido por um ano inteiro, embora a LTA tenha dito à FAA na sua carta de candidatura que espera que o programa de testes esteja concluído dentro de 180 dias.

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