Após 17 anos de construção e 12 anos de atraso, o reator mais potente de França foi ligado à rede elétrica francesa. Embora quisesse uma redução do peso da energia nuclear, o Presidente Emmanuel Macron acredita que este passo “reforça a nossa competitividade e protege o clima”.
O reator nuclear mais potente de França, o EPR (sigla de European Pressurized Reactor) de Flamanville, foi ligado à rede elétrica francesa, conforme anunciado pela empresa pública francesa EDF. No fim de semana, o reator foi conectado à rede elétrica francesa e começou a produzir os primeiros elétrons.
Apesar das polémicas que rodearam este novo reator nuclear, a ser construído há 17 anos e com 12 anos de atraso, segundo a EDF, com um custo estimado em 13,2 mil milhões de euros (quatro vezes a previsão inicial de 3,3 mil milhões), o Presidente francês considerou que se trata de “um grande momento para o país”.
Um dos reatores nucleares mais poderosos do mundo (…) acaba de ser ligado à rede elétrica. Reindustrializar para produzir energia com baixo teor de carbono é a ecologia francesa. Reforça a nossa competitividade e protege o clima.
Escreveu, numa publicação no LinkedIn.
Para Luc Rémont, presidente executivo da EDF, este “é um evento histórico para toda a indústria nuclear francesa”. Aliás, esta é primeira ligação de um novo reator nuclear, em França, desde 1999.
França acolhe reator nuclear EPR
Este reator é um EPR, e é o quarto reator deste tipo instalado no mundo – dois na China, um na Finlândia e um em construção no Reino Unido – e o 57.º reator (e o mais potente) do parque nuclear francês.
A previsão aponta para que, em plena capacidade, o reator produza 2% a 3% da eletricidade francesa de origem nuclear, capaz de abastecer dois milhões de habitações, segundo a EDF.
Embora apostasse na redução do peso da energia nuclear, em França, onde mais de 70% da eletricidade provém de fontes nucleares, Macron mudou de ideias ao longo do seu mandato e relançou a energia nuclear civil no país com a construção de vários reatores.
Segundo a imprensa, estão já em curso os procedimentos para outros seis reatores do tipo EPR, nos quais a empresa pública de eletricidade EDF espera poder aplicar as aprendizagens de Flamanville para aumentar a eficiência e reduzir os custos.