Com as novas plataformas dedicadas aos motores elétricos, as marcas podem tornar os seus carros mais versáteis. Afinal, a linha de construção aposta no minimalismo, nos materiais leves e na usabilidade extrema. Com isso poderá ser facilitada a inclusão de pessoas com dificuldades motoras neste novo mercado. A Citroën apresentou o Ami for All, um automóvel do futuro que chega para acabar com as limitações.
Um Citroën… mas para todos mesmo!
Carros mais amplos, estruturas facilitadoras com novos materiais, menos componentes, mais eletrónica e automatismos de apoio à condução marcam este novo passo no fabrico do automóvel elétrico. Estes atributos podem derivar num sem número de combinações. O carro pode servir para fins comerciais, familiares, lúdicos e até aumentar fortemente a componente de acessibilidade. A Citroën pensou nisso.
Em 2019, o fabricante francês apresentou no Salão Automóvel de Genebra um pequeno automóvel elétrico que podia ser conduzido sem carta de condução. Um ano depois, a produção começou e, desde então, vimos o encantador Ami em várias formas, incluindo tarefas de entrega e aventuras.
Agora, a empresa revelou um protótipo ainda mais acessível no Salão Autónomo de Paris 2023, concebido para “devolver a autonomia àqueles que a perderam”. Desenvolvido em parceria com o especialista em adaptações PIMAS, o Ami for All pode acomodar uma cadeira de rodas no seu interior e ser conduzido por pessoas que não conseguem utilizar os membros inferiores.
As alterações especificamente destinadas aos condutores com deficiência, provenientes da incubadora de ideias da Citroën, incluem comandos adaptados para colocar a aceleração e a travagem ao nível das mãos. Existe também um botão montado no volante para facilitar a condução com uma só mão.
O ângulo da dobradiça da porta do lado do condutor foi aumentado assim como o ângulo da dobradiça da porta do lado do condutor, localizada na parte traseira. Tudo isto vem facilitar o acesso.
Ami: Adaptado para facilitar o acomodar da cadeira de rodas
Existem agora pontos de montagem no interior do habitáculo para fixar em segurança uma cadeira de rodas desmontada, e está incluída uma prateleira/placa dobrável e correias para ajudar o condutor a transferir-se da cadeira de rodas para o banco.
Na traseira, existe um porta-bagagens em alumínio que pode ser utilizado para fixar uma cadeira de rodas, protegida das intempéries por um oleado. O passageiro que efetua esta tarefa pode então juntar-se ao condutor no interior do veículo.
Tal como as versões anteriores deste citadino compacto, o veículo é classificado como um quadriciclo elétrico na Europa e pode, por isso, ser conduzido sem carta de condução, permitindo mesmo que pessoas com apenas 14 anos se sentem ao volante. Em Portugal, o Ami pode ser conduzido por condutores com idade igual ou superior a 16 anos com carta de condução da categoria B1.
As dimensões não parecem ter mudado, ou seja, o protótipo tem 2,41 m de comprimento, 1,39 m de largura e 1,52 m de altura. Com rodas de 14 polegadas, o motor de 6 kW, com uma velocidade máxima de 45 km/h, torna este compacto acessível ideal para utilização no centro da cidade. No que toca à bateria, esta é de iões de lítio de 5,5 kWh, está localizada no piso, e pode percorrer até 75 km com uma carga de quatro horas numa tomada normal de 220 V (para a Europa).
Por enquanto, o Ami for All é apenas um conceito, mas a Citroën afirma que está a trabalhar para “tornar este projeto viável a curto prazo”. Não foi feita qualquer menção sobre quando é que o protótipo entrará em produção ou quanto é que os condutores terão de pagar, embora a linguagem utilizada nos materiais de imprensa sugira que o preço não será demasiado elevado em comparação com o preço de base de 8.000 euros.