Os especialistas em segurança dizem que os dispositivos protegidos são os que têm as últimas atualizações do hardware e software. Foi aqui que a Southwest sorriu. A companhia aérea não atualiza o seu Windows há 32 anos e passou-lhe totalmente ao lado o catastrófico problema derivado da ação do software CrowdStrike no sistema operativo da Microsoft.
Se está a funcionar bem, não mexas
O velho mantra diz-nos para atualizar para a versão mais recente do nosso sistema operativo, evitando assim quaisquer falhas de segurança. Sim, o mantra ficou seriamente comprometido após o acidente do CrowdStrike na semana passada. Praticamente todas as companhias aéreas nos EUA foram afetadas, à exceção de uma que se aguentou contra todas as probabilidades. Curiosamente, fê-lo com um sistema operativo com 32 anos.
Na passada sexta-feira, quase todos os voos nos EUA foram interrompidos depois de o sistema CrowdStrike ter caído. Tal como referimos, não foram apenas as companhias aéreas, o efeito borboleta de uma atualização causou o caos em hospitais e pequenas empresas em todo o mundo.
Seja como for, este bug acabou por desvendar e demonstrar as fragilidades dos aeroportos, mesmo que haja uma companhia nos EUA que esteja à parte deste problema, a Southwest Airlines, a quarta maior companhia aérea do país.
Windows com 32 anos sem bug do sistema CrowdStrike
Por vezes falamos em empresas e organizações que ainda usam disquetes, em processos até críticos. Na verdade, o que vemos agora estará melhor, mas não tanto assim. Os aviões desta companhia aérea utilizam o Windows 3.1, uma versão do famoso software da Microsoft de há três décadas (há 32 anos, para ser exato). Sim, a maioria dos sistemas da empresa são baseados no Windows 95 e no Windows 3.1.
A razão que provavelmente levou à utilização segura do Windows 3.1 parece bastante clara. O sistema operativo, lançado em 1992, já não recebe quaisquer atualizações. Por isso, quando a CrowdStrike enviou a atualização defeituosa a todos os seus clientes, a Southwest não foi afetada (porque, no fundo, não recebeu qualquer atualização). É uma situação que tem tanto de cómica como de real e benéfica para a empresa.
Assim, enquanto dezenas de companhias aéreas foram afetadas e tiveram de imobilizar as suas frotas porque muitos dos seus sistemas de base se recusaram a funcionar (sistemas que incluem a programação dos pilotos e da frota, os registos de manutenção, a emissão de bilhetes…), felizmente para a Southwest, a “não atualização” não afetou os seus sistemas, garantindo que tudo no ar permanecesse seguro e sob o controlo dos seus pilotos.
Não, esta não é a única, há mais a utilizar Windows 3.1
É verdade que a Southwest não é a única que não está a utilizar o Windows há “algum tempo”. Outras empresas, como a UPS e a FedEx, também não tiveram problemas com a interrupção do CrowdStrike porque estavam a executar partes essenciais do Windows 3.1.
Não foi só o Windows 3.1 que ficou ao largo dos problemas. Outro exemplo, também dentro da mesma empresa, diz-nos que o Windows 95 também não teve qualquer bug e continuou a suportar o sistema de planeamento de pessoal da Southwest.
Para os mais velhos, seguramente saberão que o Windows 95 é um sistema operativo “mais recente” (cerca de três anos mais velho do que o Windows 3.1), mas antigo em comparação com a tecnologia atual. De facto, muitos funcionários da companhia aérea já se tinham queixado desta situação.
Já foi resolvido o problema do CrowdStrike nos Windows mais recentes?
Segundo reportou a Microsoft, a causa principal do problema foi corrigida. No entanto, pode levar dias até que tudo seja reposto.
O CEO Satya Nadella comentou sobre o problema de rede:
Estamos cientes deste problema e estamos a trabalhar em estreita colaboração com a CrowdStrike e com toda a indústria para fornecer aos clientes orientação técnica e suporte para que os seus sistemas voltem a ficar online com segurança.
Uma coisa parece certa, se a Southwest pensava em atualizar finalmente os seus sistemas para um Windows atual, poderá não ser já. Isto porque a velha e sábia frase “se funciona, não mexas”, parece estar ainda em dia!