Desde há uns anos para cá que a indústria dos videojogos vem lentamente a sofrer uma transformação. O mito de que o gamer é aquele adolescente do sexo masculino que vive na cave dos pais, rodeado de caixas de pizza e bebidas energéticas está mais que ultrapassado.
Os números relacionados com a indústria global são enormes e a Newzoo prevê que este mercado esteja longe de estagnar, com crescimentos estáveis a rondar os 30% anuais, pelo menos até 2017. E é neste contexto que os dispositivos móveis terão uma posição relevante no futuro.
Neste momento, esta é uma indústria global, a maior do entretenimento, com uma previsão de receitas superiores a 84 milhares de milhões de euros para 2015, sendo também este o ano em que se prevê que pela primeira vez as receitas provenientes dos dispositivos móveis, smartphones e tablets, ultrapassem as das consolas tradicionais com uma fatia de quase 28 milhares de milhões de euros, ficando apenas atrás de PC e Mac. Estes são os números dos analistas da Newzoo, que prevêem ainda que este mercado esteja longe de estagnar, com crescimentos estáveis a rondar os 30% anuais, pelo menos até 2017.
Longe vão os tempos do icónico Snake, que vinha pré-instalado em praticamente todos os dispositivos da Nokia a partir de 1998. Neste momento os aparelhos que transportamos diariamente nos nossos bolsos são máquinas bastante competentes, sendo a plataforma de eleição para milhares de developers independentes e pequenos estúdios, e uma que as grandes distribuidoras não podem simplesmente ignorar.
É já sabido que até a Nintendo, em colaboração com a também japonesa DeNA, vai começar a desenvolver e lançar jogos tanto para IOS como Android, e o que era impensável há uns anos, irá finalmente acontecer, que será vermos Mario e companhia em plataformas que não as da própria Nintendo.
A base de utilizadores, a facilidade de distribuição através da App Store e da Google Play, a possibilidade de designers e programadores independentes terem uma plataforma onde podem dar asas à sua criatividade, a facilidade de jogar em pequenos intervalos de tempo aliada à portabilidade, os preços reduzidos das aplicações e até o modelo free-to-play são algumas das justificações para este enorme crescimento e sucesso.
Não se fique, no entanto, com a sensação de que as consolas e PC irão a algum lado num futuro próximo, os grandes blockbusters continuam e continuarão a bater recordes, sendo exemplo disso a saga Call of Duty, ou a jóia da coroa da Rockstar, o GTA, cuja última entrada bateu os 700 milhões de euros apenas no dia de lançamento.
Os smartphones e tablets não vieram roubar quotas de mercado às grandes consolas e PC, vieram sim explorar um mercado que até aqui não tinha sido explorado e cujo potencial parece estar ainda longe de atingir o seu limite.
Por Mário Santos para Pplware.