2024 está a chegar ao seu fim. Nunca mais regressa mas, as memórias que nele foram criadas perduram para sempre. E muitas dessas memórias podem bem ter sido criadas num PC ou consola com um dos muitos e bons jogos lançados no decorrer do ano. Alguns deles francamente bons e que estiveram a concurso para Game of the Year (Jogo do Ano) nos The Game Awards 2024 que na semana passada foram revelados.
Todos os anos, são lançados dezenas (centenas) de jogos novos no mercado. Desde produções AAA das grandes software houses a títulos mais modestos de pequenos estúdios indie, o mercado está em constante ebulição e como a imaginação humana não tem limites, pode-se mesmo dizer que o futuro dos videojogos está garantido.
O final do ano costuma ser uma altura de retrospectivas e análises ao que se passou nos 365 dias que antecederam o 31 de Dezembro e, dessa forma, todos os anos existem vários jogos que se afiguram como os principais candidatos a Game of the Year. Este ano não é excepção e os The Game Awards 2024 já foram anunciados. Muitos (e bons) jogos estavam no pelotão da frente da corrida para o Jogo do Ano de 2024.
Deixamos-vos com os principais jogos a concurso de Jogo do Ano e gostaríamos de vos perguntar qual o jogo (pode não estar na lista) que na vossa opinião merecia ser o GOTY (Game of the Year) 2024.
Astro Bot (vencedor do Game of the Year de 2024 entre outras Categorias)
Quando a Playstation 5 foi lançada em 2020, trouxe consigo um pequeno e simpático personagem (velho conhecido das consolas Sony Playstation) que ajudou muitos jogadores a descobrirem algumas das novas capacidades e features da consola da Sony. Refiro-me ao pequeno Astro e do jogo Astro’s Playroom que vinha de raiz na consola.
Trata-se de um pequeno e multifacetado robot que, num jogo descontraído e descomplexado apresentou o fantástico poderio da consola.
Agora, passados 4 anos, e mesmo a tempo de celebrar o trigésimo aniversário da Playstation, Astro regressa com Astro Bot. O jogo, que corresponde à natural evolução de Astro’s Playroom convida os jogadores a percorrerem vários mundos espalhados pela Galáxia na procura de Space Bully Nebulax, o vilão do jogo e de resgatar a sua tripulação de robots entretanto perdidos no Cosmos.
Na sua essência, e tal como no titulo original, Astro Bot é um jogo de plataformas 3D no qual o jogador controla o robot numa dinâmica de missões multifacetadas nas quais terá de usar os recursos que o controlador DualSense e a própria Playstation disponibilizam.
O conjunto principal de movimentos de Astro é idêntico aos lançamentos anteriores, mantendo sua habilidade de pular, pairar, socar e nadar. Astro Bot tem ainda a capacidade de combater sem grande violência associada.
Black Myth Wukong (Melhor Jogo de Ação)
Jogo de estreia dos estúdios GameScience, Black Myth: Wukong é um RPG de ação altamente focado na rica e mística mitologia chinesa e na obra “Saga ao Ocidente”.
Sun Wukong, também conhecido como Rei Macaco, é um macaco que nasceu da pedra e possui poderes mágicos. A lenda do Rei Macaco explica como ele ajudou a proteger Xuan Zang, um monge, na sua viagem para o Ocidente, rumo à Índia, com o objetivo de trazer de volta livros sagrados budistas para a China.
Na pele do Destined One, o jogador encetará essa perigosa aventura e pelo caminho muitos combates o esperarão, com alguns dos inúmeros bosses criados para o jogo. Aliás, um dos aspetos mais fortes de Black Myth Wukong é a grande variedade de inimigos, cada um com os seus pontos fortes únicos.
Mas o nosso personagem não se encontra desprovido de armas e defesas e, além do seu fiel bastão (com o qual poderá aprender várias técnicas de combate) poderá ainda empregar feitiços, transformações e usar artefatos mágicos. Tratam-se de magias e elementos de combate icónicos na mitologia chinesa.
O jogo é bastante diversificado, apresentando uma tremenda disponibilidade de manuseamento de magias, artefatos e equipamento, incentivando os jogadores a encontrarem os seus próprios estilos de combate.
Elden Ring + DLC Shadow of the Erdtree
Elden Ring Shadow of the Erdtree passa-se num mundo de fantasia negra localizado em Land of Shadow, que é uma espécie de submundo à terra de Lands Between onde se localiza o mundo de Elden Ring (o jogo original).
Trata-se de um mundo governado pelo caos, um pouco como o seu jogo base porém, com um ambiente mais negro, caótico e perturbador.
Este DLC mantêm as mecânicas do jogo base adicionando novos arquétipos de armas que dão uma nova vida ao combate a longo alcance com a adição de throwing daggers, e também adicionando mais opções de armas de curto alcance com a adição de Light Greatswords e Reverse-hand swords.
Tudo isto acompanhado por uma tremenda liberdade de exploração que o jogo disponibiliza e uma imensa quantidade de items e “segredos” escondidos em sítios inesperados (apesar de neste aspecto ser um pouco mais pobre e menos criativo que o jogo base)
É uma experiência a nível de exploração e liberdade que não se encontra em mais jogo algum e representa o primeiro DLC a solo a ser considerado a sério como candidato a um GOTY. É só por si, um acontecimento histórico, pois nunca tinha acontecido.
Final Fantasy VII Rebirth (Melhor Score e Música entre outras categorias)
Uma das mais consagradas séries de jogos de sempre, com milhares (milhões?!) de fãs em todo o mundo, Final Fantasy da Square Enix “regressou” este ano com Final Fntasy VII Rebirth.
Final Fantasy VII Rebirth é o segundo jogo de uma trilogia (que começou com Final Fantasy VII Remake) que pretende refazer/aumentar a história do jogo original. Rebirth, tal Remake, abordam a história de Final Fantasy VII mas de uma forma mais detalhada, com o objetivo de a poderem explicar mais e melhor, assim como de dar mais tempo de antena e mais conteúdo aos personagens.
Em Rebirth assistimos ao regresso o mercenário Cloud Strife e o seu grupo de companheiros pertencentes á organização eco terrorista AVALANCHE, que se unem e embarcam em uma jornada pelo mundo de FF, para evitar que a megacorporação Shinra explore o Lifestream. Com uma jogabilidade de ação fiel ao ADN da série, os desafios serão imensos e com alguns oponentes de respeito como o ex-soldado de elite Sephiroth, que pretende alcançar um maior poder.
Mantendo-se fiel ao jogo original (e seus antecessor), Rebirth apresenta uma jogabilidade que combina ação em tempo real com elementos estratégicos e role-playing.
Metaphor Refantazio (Melhor narrativa entre outras Categorias)
Dos estúdios Studio Zero (e das mentes criativas por detrás de Persona 5) surgiu em 2024 o jogo Metaphor: ReFantazio. Trata-se de um RPG, publicado pela Atlus no Japão e pela Sega no resto do globo.
A ação de Metaphor Refantazio decorre no Reino Unido de Euchronia, um reino de fantasia com um ambiente medieval que tenta refletir o mundo contemporâneo. A ação tem inicio após o assassinato do antigo rei de Euchronia, sendo que o reino fica sem sucessor. Isto, pois alguns anos antes, numa tentativa de assassinato contra o herdeiro, o príncipe fica amaldiçoado e permaneceu num longo sono mágico.
O protagonista, Will, um garoto órfão da tribo mágica Elda e amigo de infância do Príncipe, parte então numa aventura para acabar com a maldição do príncipe perdido. Acompanhado pela sua fada mágica, Gallica, Will irá enfrenta os seus próprios medos e despertar os poderes de “Archetype” mágicos que se encontram adormecidos no seu coração. Ao despertar um “Archetype”, desbloqueias o poder de controlar e combinar habilidades de classes únicas.
Pelo caminho vai reforçar as suas relações com outros personagens, formando um grupo de companheiros que, enfrentando e derrotando inimigos e desafios que se lhes vão surgindo no caminho, vão também descobrir a verdadeira natureza do reino de Euchronia.
Helldivers 2 (Melhor Jogo Multiplayer entre outras Categorias)
Dos estúdios Arrowhead Game Studios, surgiu este ano a sequela de Helldivers (2015): Helldivers 2.
Trata-se de um shooter cooperativo, com uma perspectiva na terceira pessoa que, tal como vimos aqui, apresenta uma jogabilidade extremamente empolgante, na qual as táticas e equipamentos escolhidos pelos jogadores terá grande influência nos desfechos dos combates.
A história de Helldivers 2, tal como acontece com o seu antecessor, tem inicio com uma invasão (na realidade são várias) da Galáxia e o jogador, sendo um soldado da Super Terra tem como missão, a de impedir as invasões.
O jogo é um shooter cooperativo e, como tal, exige um mínimo de colaboração e estratégia entre os jogadores e, quando isso acontece, torna-se simplesmente delicioso de jogar.
Com inimigos extremamente exigentes, além dos armamentos (desbloqueáveis) que cada soldado equipa, existe ainda um conjunto de apoios extraordinários que cada um poderá invocar fazendo com que cada uma das inúmeras missões para os quais os jogadores são lançados, seja única e igualmente empolgante.
Tekken 8 (Melhor Jogo de Luta)
Tekken, da Bandai Namco é um dos mais antigos e mais valiosos jogos de luta de sempre. Este ano, foi o ano de Tekken 8 e o jogo está simplesmente fantástico.
Ao longo dos anos, Tekken tem conseguido manter um fio condutor dos seus jogos que fazem com que seja o titulo de luta com o enredo mais longo na história dos videojogos de combate. Tekken 8 mantém essa linha e continua a trágica saga das linhagens Mishima e Kazama, e dos brutais confrontos rancorosos entre pai e filho, 6 meses após o fim do último torneio.
O jogo apresenta visuais das personagens completamente redesenhados, e um grafismo dos cenários (parcialmente destrutíveis) francamente evoluído, adicionando um novo ambiente e atmosfera às batalhas.
Tekken 8 apresenta um novo sistema de batalha, Heat, que potencia a natureza agressiva das batalhas, mantendo a adrenalina e a tática de jogabilidade típicas dos jogos TEKKEN. As Rage Arts vão certamente fascinar!
No Arcade Quest, o novo modo para um jogador, os jogadores podem criar os seus avatares exclusivos e combater uma grande variedade de rivais no estilo de arcada à medida que a história se desenrola, aprendendo a dominar as manobras básicas e as habilidades práticas do Tekken 8. Há ainda muitos itens de personalização para personagens e avatares para desbloquear.
Dragon’s Dogma 2
Dragon’s Dogma 2, da Capcom e que vimos aqui, representa o regresso de um RPG antigo (2012), que deixou saudades apesar de alguns problemas que o assolaram.
Tal como o primeiro jogo, Dragon’s Dogma II é um RPG de ação onde abunda um combate intenso, narrativa intrigante e uma densa teia de intrigas. Os jogadores controlam um personagem altamente personalizável que viaja por um tremendo mundo de Vermund, mundo esse que é gigante e aberto à exploração, enquanto procuram por um dragão que os escolheu como “Arisen”, dividindo o seu coração com ele.
Tudo isto acontece num ambiente de fantasia e na qual disputas politicas proporcionam variedade de missões e de caminhos a traçar.
Uma das principais características de Dragon’s Dogma 2, tal como no jogo original, é a possibilidade de contratarmos Peões (Pawns) para nossos companheiros de aventura. Cada qual tem as suas habilidades próprias e cada qual poderá representar o Peão de um outro jogador de Dragon’s Dogma 2. Adicionalmente, com um novo Sistema de Vocações, Dragon’s Dogma 2 veio-se a revelar um RPG muito interessante.
Like a Dragon: Infinite Wealth
Like a Dragon: Infinite Wealth, da SEGA, é um RPG desenvolvido pelo Ryu Ga Gotoku Studio. Trata-se do nono título principal da série Like a Dragon e uma sequência direta de Yakuza: Like a Dragon, e do jogo derivado Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name.
Infinite Wealth apresenta Ichiban Kasuga, protagonista de Yakuza: Like a Dragon, e Kazuma Kiryu, o protagonista original da série. A história desenrola-se no primeiro cenário internacional da série, no Havaí, e partilha alguns locais familiares no Japão. Juntos, e com a ajuda de alguns velhos conhecidos da série, Kasuga e Kiryu unem forças. Kasuga procura a sua mãe que se encontra no Havaí, enquanto Kiryu se encontra a lutar contra uma doença grave.
O jogo apresenta um sistema de combate, típico da série, ou seja, combate por turnos e cada personagem pode escolher uma variedade de “ocupações”, que funcionam como classes que lhes concedem vantagens e estilos de jogo distintos.
É uma jogabilidade já conhecida dos fãs da série e que torna este jogo ainda mais apetecível e viciante.
Warhammer 40000: Space Marines 2
Warhammer 40.000: Space Marine 2 que também tivemos oportunidade de experimentar aqui, é um frenético e impiedoso shooter hack and slash com perspectiva na terceira pessoa, desenvolvido pela Saber St. Petersburg e publicado pela Focus Entertainment.
O jogo apresenta-nos o regresso da principal estrela, Demetrian Titus, o herói do primeiro jogo e Capitão dos Ultramarines, que esteve afastado por quase dois séculos, preso por corrupção e traição.
Com um sistema de combate corpo-a-corpo visceral com finishes brutalmente fantásticos, Warhammer 40000: Space Marines 2 apresenta-se como um jogo exigente. Apesar dos pequenos inimigos isolados serem acessíveis, os bosses são mais desafiantes. Mas há mais! Foi criado um sistema de horda para os Tyranid, que proporciona a existência de vagas compostas por centenas de insectoides ao mesmo tempo a lançarem-se contra nós. É algo de assombroso de se ver e de desafiante de sobreviver.
O jogo apresenta ainda um modo cooperativo chamado de “Operations”, e modos competitivos multiplayer 6v6 (Annihilation, Seize Ground, e Capture and Control).
O que acham? Estes foram realmente os melhores jogos de 2024?