Em cada edição e/ou revisão das categorias de Perturbações Mentais, os técnicos e especialistas da área da Saúde Mental tentam adaptar e adicionar novos comportamentos que se desviem da norma, de forma a serem considerados patologias.
Neste sentido, já em 2018, a Organização Mundial de Saúde irá classificar o vício e dependência em videojogos como sendo uma doença mental.
Bem sabemos que os videojogos são viciantes… se é um gamer acérrimo, certamente que já experienciou alguns sintomas característicos de dependência tais como:
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Necessidade de estar sempre a jogar para satisfazer o vício
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Sensação de prazer e alívio quando está a jogar, perdendo mesmo a noção do tempo que passa a jogar
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Necessidade de jogar por períodos mais longos de tempo
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Mal-estar, inquietação e desconforto quando não está/não pode jogar
Já em 2010 alertávamos, aqui no Pplware para esta dependência e, nesse mesmo artigo, deixávamos algumas consequências que essa dependência poderia trazer para a vida dos sujeitos:
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Alteração nas necessidades básicas como sono e/ou alimentação
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Performance e rendimento no trabalho/escola afetados negativamente
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Diminuição do tempo que se dedica a tarefas sociais como sair e estar com amigos
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Baixa autoestima
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Falta da prática de desporto, descurando a imagem e por vezes a higiene
Até aqui, a Dependência em Videojogos, apesar de ser conhecida e de se sinalizarem vários casos, não estava reconhecida, oficialmente, como uma patologia.
Mas essa realidade irá alterar-se já em 2018 uma vez que a OMS (Organização Mundial de Saúde) irá classificar a Dependência em Videojogos como sendo uma Doença Mental e, assim, será mais fácil reconhecer e identificar os sintomas, pois a perturbação será incluída na revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID), assim como fará certamente parte da nova revisão do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM).
Assim sendo, os especialistas da área da saúde mental, terão dados normativos e sintomas oficiais desta perturbação, podendo, assim, criar-se testes psicológicos adequados de forma a se determinar se alguém cumpre os requisitos para ser considerado um diagnóstico de dependência em videojogos e, a verificar-se, pode-se implementar um programa adequado de forma a se trabalhar e tentar tratar essa mesma dependência.
Uma vez que a Dependência em Videojogos só será classificada como doença mental em 2018, os especialistas estão ainda a debater a melhor forma de como esta será incluída nas revisões dos manuais supracitados.
Contudo já são conhecidos alguns dos sintomas ‘oficiais’ desta perturbação:
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A pessoa dá prioridade ao vício nos videojogos, sendo que jogar se torna na tarefa mais importante do seu dia, negligenciando outros interesses e tarefas diárias
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Perder a noção do tempo e frequência que passa a jogar
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Ignorar os aspetos negativos que este vício lhe traz
Basicamente, esta dependência atua como outras dependências (ex. substâncias tóxicas, açúcar, jogo de azar…), uma vez que são emitidos sinais ao cérebro da necessidade crescente de continuar a satisfazer o desejo de ter aquele comportamento.
Em 2018, cá estaremos para dar todas as novidades desta “futura” Doença Mental.