Numa altura em que tanto se fala de vírus, vacinas e anticorpos devido à pandemia de Covid-19, eis um projeto em desenvolvimento por uma equipa de estudantes do curso de Animação e Videojogos da ETIC que ganha particular interesse: BloodLinks.
Venham conhecer este projeto Edutainment orientado para a Área da Saúde.
Este é um dos temas que, durante os últimos meses, tem estado constantemente presente no nosso quotidiano. Infelizmente, o Covid-19 ganhou os primeiros assaltos, mas a maré está a virar.
Apesar de a batalha estar longe de poder ser dada como totalmente vencida, os avanços quase diários que são revelados pelos inúmeros laboratórios clínicos espalhados pelo mundo na procura de curas e/ou vacinas, deixa um sentimento generalizado de esperança no ar.
É, portanto, neste contexto de luta contra a pandemia que surge a ideia de um grupo de estudantes do curso de Animação e Videojogos da ETIC para um videojogo: BloodLinks.
Em BloodLinks, o jogador vai estar mesmo no meio do combate contra vírus, bactérias e afins. Isso porque, o jogo acompanha a vida do Glóbulo Vermelho e do Glóbulo Branco na sua luta contra as várias infeções que atacam o corpo humano. Desde a Hepatite A até o mais recente COVID-19, nenhum vírus está seguro.
Este jogo de plataformas que apresenta uma forte componente cooperativa procura desta forma, criar uma maior consciencialização sobre os efeitos destas doenças no nosso sistema.
Segundo Raquel Neves, a game artist do jogo, “com BloodLinks, queremos representar um tema que não costuma ser abordado nas mídias criativas”, acrescentado que, “sendo a saúde um dos temas mais importantes da atualidade, devido à pandemia, torna-se essencial compreender como o nosso corpo reage no combate às infeções”.
Eis as principais premissas e BloodLinks:
- Ação Cooperativa: Trabalhar em equipa é crucial para resolver os vários puzzles do jogo
- Cuidado com o Oxigénio: É crucial apanhar bolhas de oxigénio e distribui-las pelas diversas partes do corpo mediante as dificuldade e sintomas apresentados.
- Edutainment: O objetivo de BloodLinks é o de explicar, através de um jogo educativo e empolgante, os fundamentos sobre as células que habitam o nosso corpo e as doenças que nos podem fragilizar.
Para melhor conhecimento da equipa da Spooky Cookie e melhor compreensão do seu projeto, colocamos-lhes algumas questões.
Pplware: Primeiro, e para os nossos leitores ficarem a conhecer melhor a Spooky Cookie, gostava que nos dissessem quem são os elementos da equipa?
Spooky Cookie: A nossa equipa é constituída por 3 elementos. Raquel Neves (Game Artist), Henrique Souza (Game Developer) e a nossa freelancer Mariana Tereso (Sound Designer). Somos quase todos, estudantes de videojogos na ETIC.
Pplware: A temática do jogo é bastante interessante especialmente nos tempos que correm. Como surgiu a ideia? Já tinham a ideia pré-definida ou o aparecimento do Covid-19 veio dar um empurrão?
Spooky Cookie: A ideia foi gerada no início de Outubro de 2019, como trabalho acadêmico, onde tínhamos que apresentar a ideia para um jogo educativo. O tema foi inspirado nas séries Cells at Work e Era uma Vez a Vida. Quando começamos a trabalhar no projeto não tínhamos ideia de que iria aparecer uma pandemia como o Covid-19 mas, mais tarde, acabamos por decidir implementá-lo no BloodLinks pois considerámos que era importante abordar o tema.
Pplware: Em BlookLinks vamos poder derrotar de vez o Covid?
Spooky Cookie: BloodLinks vai abordar desde alguns do vírus e bactérias mais comuns, até doenças mais recentes/graves, e achamos uma boa oportunidade para falar sobre o Covid-19. O jogo no fundo tem o objectivo de dar o máximo de informações sobre temas que nos deparamos por vezes no nosso quotidiano. É importante afirmar que o Covid-19 não será um tema principal ou um foco, a nossa intenção é falar brevemente apresentando uns níveis com esse perigo.
Pplware: Qual será a dinâmica do jogo? O jogo terá uma história que irá colar a ação ou será uma sucessão de missões (combates a doenças) mais “desgarrados”?
Spooky Cookie: O jogo conta com uma premissa principal, onde apresenta os protagonistas, entretanto o seu foco não é a narrativa, mas sim, a jogabilidade.
Pplware: Vão haver várias infeções (provocadas por vírus e bactérias) a combater, certo? O grau de dificuldade de ataque a cada um estará relacionado com a sua perigosidade real?
Spooky Cookie: Sim, temos em mente apresentar várias infeções para serem combatidas em BloodLinks, algumas com um grau de dificuldade maior que outras. E essa vai ser baseada na vida real, e também vamos utilizar de alguma liberdade artística para a nossa representação dessas infecções no jogo. Também tem que se ter em conta que os vírus e bactérias podem ser mais ou menos prejudiciais dependendo que cada pessoa, como no caso do Covid-19 que afeta mais os idosos e aqueles com uma saúde fragilizada.
Pplware: Já estou a ver alguns power-ups a serem apanhados a meio do jogo, como, por exemplo, bombas de Remdesivir. Está previsto algo do género?
Spooky Cookie: Temos em mente abordar a utilização de medicamentos contra o Covid-19 e outras doenças, mas não como um power-up. Em vez disso, queremos demonstrar as consequências que determinado medicamento causa, não só no vírus mas também nas células do corpo, tendo em conta a informação que conseguirmos obter de médicos especializados no assunto.
Os nossos dois personagens também têm mecânicas que os diferenciam e não temos intenção de criar power-ups pois, se uma célula ficar demasiado forte, ela pode ficar fora do controle e tornar-se prejudicial para o seu organismo.
Pplware: Como vai funcionar o multiplayer coop? Que diferentes tipos de mecânicas estão previstas para o jogo?
Spooky Cookie: O Co-op em BloodLinks vai ser extremamente essencial, temos 2 personagens que se destacam pelas suas funções únicas, uma que se destaca pelo capacidade de resolver puzzles e interagir com o cenário, enquanto a outra é mais ofensivo pois está dedicado a combater os diversos inimigos.
Pplware: E será coop local ou online? Se local, será em split screen ou nu único ecrã?
Spooky Cookie: Por enquanto temos em mente fazer o jogo somente co-op local. O online depende dum investimento diferente. Mas, se eventualmente conseguirmos arranjar as condições suficientes, pode ser uma opção. Por enquanto, temos planeado que BloodLinks seja em split screen, pois haverá momentos que as personagens terão que se separar.
Pplware: Nesta época pela qual estamos a passar, existe cada vez mais pessoas interessadas nesta temática que o jogo aborda. Estão a pensar em acrescentar ao jogo algum tipo de enciclopédia com informação interessante relacionada?
Spooky Cookie: Sim, o jogo vai conter uma enciclopédia onde fala brevemente sobre todos os inimigos e aliados apresentados no jogo, além disso, também contamos com alguns colecionáveis espalhados durante a aventura que vão proporcionar alguns factos interessantes e conteúdo adicional desbloqueável.
Pplware: Para finalizar a pergunta que não posso deixar de perguntar. São jogadores habituais? O que gostam de jogar e o que andam a jogar agora?
Spooky Cookie: A nossa equipa conta com um gosto variado, Henrique Souza está deslumbrado com Hollow Knight enquanto que a Raquel Neves não larga o The Legend Of Zelda: Link’s Awakening.
Bem, resta-nos agradecer à equipa da Spooky Cookie a sua disponibilidade e desejarmos-lhes a continuação de um bom projeto até ao lançamento do jogo.
BloodLinks encontra-se em desenvolvimento pelos estúdios Spooky Cookie para PC, PlayStation 4 e Nintendo Switch, sem data concreta de lançamento.