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Análise WRC 2 (Playstation 3)

O Campeonato Mundial de Rallies é uma das competições motorizadas que mais adeptos tem, em parte graças à espectacularidade dos cenários onde se passam, ou pelas fantásticas performances dos pilotos nos mais variados e adversos tipos de terreno ou pela maior proximidade que se tem com os protagonistas.

Embora seja uma modalidade que esteja actualmente a passar momentos mais conturbados, há uma beleza primitiva em ver Sebastien Loeb acelerar com o seu Citroen DS3 WRC, Mirko Hirvonen no seu Ford Fiesta RS WRC ou no nosso Armindo Araújo com o seu MINI John Cooper Works (Super 2000).

E é em forma de celebração dessa beleza mais primitiva, mais sedenta de velocidade, de poeira, de lama, de adrenalina que foi lançado WRC 2.

Gráficos: 8,4

WRC 2 tem os principais circuitos do Mundo. Com os 13 principais Rallies incluídos, num total de mais de 80 etapas e com mais de 30 carros bastante bem detalhados pode-se dizer que o jogo está bem recheado. No entanto, ainda residem aqui ou ali alguns problemas.

As inúmeras pistas, de praticamente todos os Continentes, encontram-se retratadas duma forma bastante real, mas também apresentam algumas lacunas. Em todo o ambiente circundante nota-se a falta de alguma …. vida, ou mesmo de emoção vinda do exterior do cockpit.

Uma vez que o motor gráfico é praticamente o mesmo da edição do ano anterior começam-se a sentir os primeiros sinais de cansaço e as texturas dos cenários pecam por ser algo datadas. Um dos principais indícios de tal é a dificuldade ocasional do motor gráfico em desenhar ao longe, havendo assim dificuldade em nos apercebermos de certos obstáculos, ou mesmo curvas.

No entanto, tal não indica que os cenários estejam definitivamente pobres. Começam a apresentar sinais de idade mas, conseguem mesmo assim se manter ricos e com algumas particularidades interessantes como por exemplo o facto de em algumas etapas portuguesas, bastante bem retratadas, chegar-se ao ponto de ver postos dos CTT em algumas localidades.

Quando falamos dos veículos, aí a história é diferente, pois existem mais de 35 modelos diferentes e apresentando-se todos eles vestidos a rigor quer em temos de detalhes quer de beleza, no que toca ao exterior. Os interiores estão também eles bem representados, mas não houve uma grande vontade da equipa de designers de representar os interiores mais frios e em bruto dos carros, com os painéis repletos de botões e visores, tal como vemos nos carros de Rally reais.

Os efeitos de luz e sombra estão bastante perfeitos e um dos exemplos perfeitos de tal acontece por exemplo, quando conduzimos numa estrada de terra batida a 120Km/h ou mais, subimos uma ladeira e de repente deparamo-nos com o sol de frente. Brutal … e que muitas vezes acaba com um acidente brutal, também.

Quanto a outros efeitos que são obrigatórios num jogo dedicado a Rallies, tais como pó, areia no ar, gravilha a saltar, fumo ou splash na água, estão bons mas outros títulos conseguem-nos representar de forma mais realista.

A experiência de condução dentro do cockpit é muito semelhante à de GT 5, por exemplo, e é altamente exigente. Por outro lado, e também com grande importância terei de mencionar os efeitos visuais dos acidentes que estão, muito bem desenhados. Cada veículo é composto de inúmeras partes isoladas que quando sofrem um toque, apresentam os seus efeitos individualmente e esses pormenores são agradáveis de ser verem bem retratados.

Som: 8,5

WRC 2 é uma autêntica melodia para os ouvidos de quem gosta dos motores dos carros transformados para Rally bem altos. O roncar dos motores antes da partida, o esganiçar dos motores quando estamos numa mudança demasiado acima, o rugir quando lhe damos uma mudança abaixo, o motor em sofrimento quando já tivemos a nossa quota parte de acidentes … enfim, uma autêntica sessão de terapia para todos os amantes de Rallies. E escusado será dizer que todos os veículos têm os seus próprios sons, embora em alguns casos, bastante semelhantes.

Uma das particularidades obrigatórias num jogo de rally é a existência e competência dum co-piloto. WRC 2 tem um dos melhores co-pilotos que já se (ou)viram num jogo. Embora em inglês, apesar de podermos indicar a sua nacionalidade as suas dicas são preciosas e ao fim de algum tempo são mais importantes que os avisos visuais no ecrã de aproximação de curvas e afins.

Em jogo, o resvalar na gravilha, o derrapar na neve, as travagens bruscas na areia, o chapinhar na água são efeitos sonoros que soam bem e encaixam na jogabilidade e no que se passa no ecrã.

Jogabilidade: 8,5

Uma das coisas que tenho de admitir é que WRC sempre foi um jogo que primou pela diferença e pela prestação de vassalagem aos detalhes importantes numa competição da natureza do Rally, e esses detalhes são os tunings e afinações dos veículos para cada tipo de piso e ambiente. WRC 2 consegue manter a tradição com e com boa nota. No entanto tal apenas serve para indicar que WRC 2 tem uma curva de aprendizagem para os mais novos e inexperientes algo difícil de iniciar, embora depois do primeiro empurrão se torne mais simples. Aqui ganha grande importância a recente Academia de Rally, semelhante do modo de licenças Treino de GT 5, e que apresenta uma boa forma de apresentar os conceitos básicos aos jogadores mais inexperientes.

Quanto à condução em si, uma das coisas que salta algo à vista é que a condução dentro e fora do cockpit são completamente diferentes. Por fora do cockpit e com uma natural maior visibilidade os carros apresentam uma condução mais leve e mais arcade. Enquanto por dentro do cockpit é muito mais terra-a-terra e com um grau de exigência muito superior. É a verdadeira experiência do Rally. E tal experiência também é possível em parte pela grande variedade de configuração dos veículos antes de cada etapa e que acaba por ser um dos pontos mais complexos do jogo e, a meu ver, uma das mais-valias desta série. São inúmeras as opções de parametrização, desde caixas de velocidades, pneus, suspensões, … e consegue-se notar as alterações de comportamento do carro em plena corrida. Para todos os amantes de Rally este tipo de detalhes e pormenores são decisivos e trazem uma maior imersão à experiência.

Contudo, e por vezes, no decorrer das corridas ocorrem fenómenos estranhos que desafiam um pouco as leis da física, mas nada de preocupante pois na generalidade dos casos os carros respondem tal e qual deveriam responder em corrida.

Uma das coisas se pode esperar que aconteça durante uma etapa de Rally é um ou outro toque, certo? Em WRC 2 também os há, mas neste capitulo as coisas poderiam estar algo diferente de forma a tornar a simulação ainda mais real com níveis de danos melhor diferenciados pois há acidentes e acidentes e em alguns casos o veículo deveria ficar imediatamente excluído da etapa. Mas … todos nós queremos chegar ao fim, certo?

Também aqui existe a inclusão da opção de rewind que nos permite retomar a nossa performance a partir dum momento anterior ao acidente. É interessante e porreiro para melhorar a nossa performance, mas é algo ….. pouco natural na dinâmica do jogo. (no entanto é também usado em outros jogos)

As etapas são grandes e apresentando níveis de dificuldade distintos e indicados na própria etapa. Por exemplo alguns trajectos da Alemanha ou Portugal são bem mais simples que alguns na Argentina ou Jordânia, que são autênticas dores de cabeça e exigem bastantes treinos antes de os atacarmos a sério.

O jogo no entanto apresenta-se bastante simpático para com os novatos, pois além do Rally Academy permite múltiplas combinações de opções de AI, de danos ou assistentes de condução que permitem ao jogador ir gradualmente aumentando o nível de dificuldade.

Longevidade: 8,7

WRC 2 tem um modo principal, modo carreira se assim quiserem chamar-lhe que é o WRC 2 World Championhip e que está bastante completo e que demorará muito e muito tempo a conseguir dominar. Começando com a criação do nosso avatar de piloto, equipa e elementos do staff e vamos avançando no campeonato e ganhando experiencia, duma forma gradual, começando em competições locais, evoluindo até podermos entrar nas competições mais prestigiadas. É um modo carreira tal como deveria ser, com montes de opções e carros a desbloquear e podendo ser acusado de ser algo longo, a verdade é que é normal que assim o seja.

De resto teremos outros modos de jogo, Modo Hot Seat, simpes Etapa, apenas um Rally e suas etapas e, claro está, um modo Multiplayer.

Quanto ao modo multiplayer creio que poderia ter mais algumas opções e tipos de jogo. Basicamente é apenas uma sucessão de corridas de até 16 jogadores online, em que durante a nossa prestação vemos a sombra da performance dos nossos adversários e assim sabemos sempre se estamos a ir mais ou menos bem, ou terrivelmente mal. É extremamente competitivo e permite-nos ir ganhando experiência ao longo das corridas, não só pelas vitórias nas etapas, mas como nas diferentes secções dentro de cada etapa. É a luta metro a metro.

Nota Final- 8,4

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WRC 2 não apresenta grandes inovações face ao seu passado recente e essa pode ser o principal aspecto negativo do jogo mas, continua a ser um dos ícones dos jogos de Rally. Embora apresentando um grafismo a necessitar de algo novo, WRC 2 continua a conseguir trazer uma experiência altamente profunda aos amantes de Rallies. Com um Modo de Carreira profundo e longo, e vários modos mais imediatos, WRC 2 consegue trazer a magia (e poeira) até às nossas casas e salas de estar.

WRC 2 é um hino ao Rally e uma das melhores representações da modalidade.

 

Género: Simulador Automóvel Plataforma Analisada: Playstation 3 Outras Plataformas: Xbox 360, PC Homepage: WRC 2 Homepage World Rally Championhisp
Download Patch 1.1 para PC aqui

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