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Análise Red Orchestra 2 Heroes of Stalingrad (PC)

Um dos episódios mais sangrentos da 2ªGrande Guerra Mundial foi, na Frente Russa, o combate por Stalingrad. Filmes já foram produzidos, livros escritos e, agora, mais um videojogo foi lançado. Red Orchestra 2: Heroes of Stalingrad é um jogo que representa portanto essa critica batalha pelo controlo da cidade de Stalingrad, num dos eventos mais marcantes da 2ªGrande Guerra.

Permitindo-nos jogar, primeiramente ao lado das forças nazis e posteriormente ao lado das forças soviéticas, Red Orchestra 2: Heroes of Stalingrad (RO2) leva-nos a reviver esses confrontos brutais pelo controlo da cidade e arredores, levando-nos a lutar rua a rua, casa a casa num ambiente de frenética tensão.

Gráficos: 8,2

Red Orchestra 2: Heroes of Stalingrad é um jogo que representa a 2ªGrande Guerra Mundial, num dos cenários mais sangrentos e difíceis desse conflito. Como tal, seriam de esperar cenários repletos de destruição, morte, destroços e afins. RO2 tem isso tudo. Embora em alguns cenários se pudesse exigir um pouco mais de conteúdo, a verdade é que na grande maior parte dos mesmos, temos tudo o que poderíamos esperar. Carros nas ruas, casas destruídas com o seu mobiliário e electrodomésticos, armazéns com as suas ferramentas, … tudo isto com uma texturação bastante boa e coerente.

Os soldados, por sua vez, aparecem bem equipados para o conflito. No entanto, falta-lhes alguma emotividade e expressão estando ausente aquela sensação de representarem seres vivos. No entanto, os seus movimentos, desde posições de cobertura, ultrapassagem de obstáculos, saltos, … estão tremendamente bem-feitos.

As armas são réplicas autênticas das usadas no conflito e são imensas. Desde os inevitáveis Rifles, às Metralhadoras pesadas, passando pelas próprias granadas estão todas muito bem representadas e com pormenores incluídos, como por exemplo o simples lançamento das granadas ser bastante detalhado. Os veículos também eles se encontram com cuidado.

RO2 representa um grito de revolta de Unreal Engine 3 em como se encontra ainda em boa forma, embora aqui ou ali o jogo mostre um grafismo algo cansado.

Som: 8,3

Bem, o que posso dizer quanto ao som … bom… muito bom. Estamos efectivamente dentro do conflito. Disparos ao longe, granadas perto, morteiros a estoirarem a 50 metros … autêntico cenário de guerra e com os sons característicos das armas da altura. Muito bom.

As vozes dos nossos camaradas ou inimigos encontram-se também elas bastante conseguidas, conseguindo ajudam a criar aquele ambiente de camaradagem, com incentivos constantes e em variadas ocasiões dando dicas úteis sobre o que se passa.

As introduções aos diversos cenários no modo Singleplayer, encontram-se num formato cartoonesco com locução do que se supõe, ser um alemão primeiro e russo depois a explicar os eventos dessa missão. Embora a ideia seja perceptível, as vozes … enfim … nota-se perfeitamente que se trata dum britânico a tentar simular um alemão/russo a falar inglês, propositadamente carregando nos Rs e outras letras. (afinal na guerra também é preciso humor)

Jogabilidade: 8,4

Tenho de reconhecer que testar RO2 foi um misto de sensações. Primeiro pois foi RO2 é um Senhor Jogo na sua jogabilidade, em particular no modo Multiplayer. Em segundo pois o modo Singleplayer consegue, de certa forma, ferir essa excepcionalidade.

A explicação é simples … os mapas e suas dinâmicas usados no modo Multiplayer são os mesmos que usado no modo Singleplayer e, tal facto consegue torná-los em experiências ocas, confusas e chatas no Singleplayer. No entanto, e como tem vindo a ser apanágio da série, o modo Multiplayer impera e é a grande mais-valia do jogo.

O modo Singleplayer consiste em fazer os mesmos mapas do Multiplayer mas, com objectivos, que passam por tomar o edificio x ou limpar a área y, que têm de ser concluídos por uma determinada ordem, cenário a cenário. Embora haja alguma variedade, acaba um pouco por irmos ao sabor da corrente e irmos atrás dos restantes soldados que nos acompanham, pois perdermo-nos é algo fácil.

Quando morremos no Singleplayer, ao invés de terminar o jogo reincarnamos na pele de outro soldado do nosso pelotão e retomamos aí a acção. Com a dose maciça de reforços que vamos recebendo quando alguns objectivos são alcançados o jogo tende a nunca terminar, e vamos simplesmente passando de soldado para soldado. É uma mecânica que não gostei particularmente. Vê-se que o modo Singleplayer foi praticamente feito em cima do modo Multiplayer e que houve muitas questões que não foram trabalhadas, apenas escondidas. A IA dos adversários, bem como dos nossos companheiros varia entre o credível e o absurdo. Enfim, o Singleplayer entretém um pouco, mas o Multiplayer sim … é a verdadeira estrela da companhia.

Ao entrarmos num combate Multiplayer de RO2 uma das frases que bem nos podem surgir à mente será “This is War!” e só faltam os 30 Seconds to Mars como música de fundo. No entanto a música é outra…

Embora ainda com alguns bugs que algum futuro patch consiga resolver, trata-se duma das mais frenéticas e realistas representações Multiplayer da 2ªGrande Guerra Mundial que já tive oportunidade de jogar. Realista e exigente em inúmeros os aspectos … os mapas encontram-se tremendamente bem-feitos e duma dimensão que permite até 64 jogadores em simultâneo criarem as suas tácticas para enfrentarem o inimigo da melhor forma. E acreditem. É crucial arranjarem uma estratégia. RO2 e um jogo cruel, onde se morre quando se é demasiado curioso, irresponsável, ou simplesmente quando estamos no local errado à hora errada.

Noutros títulos de guerra a acção muitas vezes passa-se de forma demasiado rápida e duma forma individualista mas, em RO2 convém pensar que fazemos parte duma equipa. É claro que a postura Rambo também pode ser adoptada mas, nesses casos, um ecrã escuro de Respawn, será certamente o mais visto.

A jogabilidade de RO2 é excelente e, devo dar os parabéns ao magnífico sistema de cobertura que foi introduzido e que se demonstra essencial no decorrer da acção, que nos permite escondermo-nos atrás de objectos e disparar protegidos. Com um simples toque numa tecla, ficamos abrigados do fogo inimigo e mesmo assim numa posição em que podemos ripostar. E podemos fazer mesmo fogo de cobertura enquanto escondidos, sem termos de nos levantar ou expor. De vez em quando aparece uma ou outra situação em que pensamos estar devidamente protegidos e não o estamos mas, no cômputo geral está impecável.

A sensação de estarmos num conflito verdadeiro é imensa, e tudo, desde a artilharia, às acções combinadas com os restantes jogadores, ás granadas de fumo, às lutas rua a rua, … inspiram qualquer jogador a vestir a farda.

O jogo tem ainda uma outra propriedade que acaba por encaixar bem no que se passa à nossa volta, que é o facto de quando nos encontramos sob ataque das forças adversárias podermos ficar desorientados/pânico, em que o ecrã fica obscurecido e perdemos temporariamente o norte.

O sistema de ordens poderia estar implementado de outra forma. Apresenta-se num esquema semelhante ao Operation Flashpoint: Dragon Rising, torna-se algo complexo, especialmente por termos de pressionar várias teclas em simultâneo ou de usar uma roda que surge no ecrã com as diversas opções. De qualquer forma, acaba por ser funcional.

Queria também referir que cada arma tem as suas características e que temos de ajustar os nossos disparos consoante a arma que temos. Por exemplo, um tiro de sniper terá de ter em conta que a bala ao final de algumas centenas de metros começa a descer na sua trajectória e assim sendo correcções têm de ser feitas.

Longevidade: 8,1

Conforme tive oportunidade de mencionar acima o Singleplayer de RO2 não me cativou. De qualquer forma, com a campanha do lado dos Nazis (primeiro) e do lado do Exército Vermelho (depois) acaba por ser uma aventura bastante longa e também exigente e que nos consegue de certa forma, preparar para o intenso Multiplayer.

Singleplayer que sim, é o que em RO2 nos fará voltar, voltar e voltar mais uma vez a jogar. A exigência, responsabilidade, concentração e divertimento que RO2 nos consegue exigir tornam-no num jogo altamente viciante e com muitas e muitas horas de guerra.

Nota Final- 8,2

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Red Orchestra 2 Heroes of Stalingrad é um bom jogo de guerra, sobretudo na sua vertente Multiplayer. Embora o modo Singleplayer pareça algo deslocado o modo Online consegue fazer esquecer facilmente essa fragilidade do jogo. É um jogo difícil e que para os jogadores mais habituados a correr-matar-morrer doutros títulos não satisfará certamente. É um jogo que requer um pouco mais de ponderação antes de tomarmos as decisões. Que exige cautela e trabalho de equipa. Quem pensar que é entrar e matar … arrisca-se a … morrer. Será um jogo que agrada mais a quem pretenda realismo cruel e exigente.

 

Género: First Person Shooter Táctico Plataforma Analisada: PC Homepage: Red Orchestra: Heroes of Stalingrad

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