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Análise Medal of Honor: Warfighter (Playstation 3)

Medal of Honor é uma daquelas sagas de jogos que desde sempre conseguiu manter uma grande legião de fãs e que se pode orgulhar de já possuir um historial bastante antigo no Reino dos Videojogos, especialmente no PC.

Como não poderia deixar de ser, cruzei-me por diversas vezes com Medal of Honor ao longo do meu percurso gaming, e olhando para trás sinto uma certa nostalgia em alguns momentos. Assim de repente lembro-me de grandes jogatanas que fazia com colegas meus (com os nicks CaoBabao, Fatassa, JonasRaptor ou FarmLand) no velhinho Medal of Honor: Allied Assault, onde um dos mapas Multplayer preferidos era o Estalinegrado. Velhos e bons tempos, sem dúvida.

Nostalgia à parte, recebi recentemente este WarFighter para análise e a chama voltou a acender-se. No entanto, devo confessar que além da chama de entusiasmo, também a chama do receio foi acesa. Entusiasmo pelo facto da Electronic Arts apontar para este Warfighter como um dos mais realistas e imersivos de sempre e receio de Warfighter não me conseguir transportar para um cenário de guerra onde a sensação de campanha, ou a excitação de combater em confrontos em larga escala não existissem.

Bem, mas peguei em Warfighter e fui para a guerra…

 

Medal of Honor: Warfighter apresenta-nos um enredo que, apesar de semelhante a muitos outros de outros títulos acaba por sempre um bom motivo dar largas ao gatilho. No entanto, é uma história já um pouco gasta, a do terrorismo. O primeiro contacto com Warfighter é, no mínimo, algo confuso. A história apenas mais para o final é que ganha contornos mais compreensíveis  e ao inicio, os sucessivos recuos no tempo fazem um pouco de confusão. Começamos assim o jogo na pele de dois soldados das forças especiais norte-americanas (Tier 1 Operators), Stump e Preacher. Fazendo missões alternadas, vamos avançando na história, e aprofundando mais o nosso conhecimento sobre a trama que se passa a nível mundial. As missões passam-se essencialmente no Médio Oriente, Europa de Leste e na Ásia, e a história central anda em redor duma organização terrorista e do contrabando dum material altamente perigoso, PETN.

 

Gráficos: 8,5

Um grande trabalho foi feito em Medal of Honor: Warfighter ao nível do grafismo. Gostei do que vi.

Gostei bastante do trabalho que foi feito nos diversos cenários criados para o jogo, apenas sentindo um pouco de exagero num do Sudeste Asiático onde avançamos pelo meio duma cidade inundada na qual as ruas mais se assemelhavam a rios. De resto os cenários foram criados com enorme sentido de realidade e de coerência. Desde as ruas de bairros de lata na Somália, a um porta-contentores no meio do oceano ou passando por aldeias fortificadas no meio de montes no meio do deserto, a sensação de realismo está sempre presente.

Os personagens com os quais vamos interagindo, sejam nossos camaradas ou inimigos estão, no que toca a pormenores muito bem detalhados também e com movimentos fluídos e credíveis, como por exemplo a saltar de parapeitos ou passar por outros obstáculos. O motor Frostbite 2 consegue arrancar em Medal of Honor: Warfighter uma grande salva de palmas, sem duvida.

Gostava de realçar ainda as sequências animadas entre as missões, e que nos vão dando alguma informação extra sobre o que se passa e sobre o que vamos fazer de seguida que estão, simplesmente soberbas.

No entanto, há alguns bugs … comuns tanto ao Singleplayer como ao Multiplayer. Por exemplo, aconteceu-me por mais que uma vez, um inimigo surgir vindo do céu e cair precisamente à minha frente. Alguns outros problemas de texturas fecham os pontos que graficamente serão menos bons.

 

Som: 9,0

Fiquei deliciado com o som. E não digo isto apenas pela música ou efeitos sonoros, que estão bons. Aliás, a música teve inclusive a participação de Mike Shinoda dos Linkin Park mas, especialmente pela qualidade e realismo que os actores emprestaram aos seus personagens.

A qualquer momento do jogo, seja nas sequências animadas, ou durante os combates, as vozes encontram-se perfeitamente enquadradas no que se passa no ecrã e com o sentimento mais adequado.

 

Jogabilidade: 7,0

Medal of Honor: Warfighter por vezes, assemelha-se a Call of Duty na sua dinâmica. Parece seguir um aquela mecânica de, animação explicativa seguida de missão relativamente curta mas intensa, seguida de nova animação explicativa e de nova missão e aí por adiante.

É claro que isto não tem nada de mal, servindo aliás para colar de forma coerente e simples as diversas secções e missões e tal está muito bem pensado. Apenas de lamentar que, como indiquei mais acima, as coisas nem sempre se passem de forma mais simples.

Antes de avançar com a análise queria deixar a indicação que Warfighter desapontou-me numa coisa. Estava à espera de encontrar algures no meio do jogo, alguma missão onde se pudesse ver grandes doses maciças de tropas, mas o cariz mais virado para as Special Forces do jogo, desde o inicio me sugeriram que tal não iria haver. E não houve.

No entanto houve muito mais que me deixou surpreendido. Por exemplo, em termos de missões a variedade foi um dos pontos fortes. Apesar de existirem missões em que temos de percorrer do ponto A ao ponto B a pé lutando o nosso caminho até lá, existem outras secções que revelaram alguma imaginação e vontade de surpreender.

Por exemplo, há uma missão em que vamos alocados a uma metralhadora num Helicóptero de ataque dando apoio a tropas terrestres que tentam tomar uma aldeia fortificada no alto dum monte. Outro exemplo é o duma missão na qual temos de conduzir um barco a alta velocidade pelo meio dos canais duma cidade inundada, no Sudeste Asiático. Outro exemplo, é quando nos é dada a ordem para limpar um prédio repleto de soldados com o recurso a uma sniper. Mas o melhor exemplo é uma determinada missão na qual temos de fazer um autêntico jogo do gato e do rato com tropas inimigas … de carro. Basicamente temos de conduzir de forma a não sermos detectados pelos veículos inimigos e ajudados pelo GPS.

Existem ainda algumas secções de condução de carros que estão muito boas. Aliás, não de poderia deixar de exigir nada menos uma vez que a equipa por detrás de Need for Speed ajudou nessas partes. A sensação de velocidade, de realismo, de adrenalina está demais, apesar de se notar que o carro é um pouco resistente demais.

Um jogo de Forças Especiais não o seria na plenitude se não tivesse também a opção de podermos fazer mortes silenciosas e em Warfighter também se pode matar numa forma mais stealth. Com recurso ao R3, basta acercarmos-nos do inimigo sem ele nos ver (o que acontece por vezes de forma estranha) e depois … zás … pescoço partido, faca no peito …

Uma vez que Warfighter é um jogo de guerra, grande parte dos combates passa-se em terrenos abertos mas também há bastantes secções passadas em interiores e nestas ocasiões acontece algo que, apesar de estar bem implementado no jogo, acaba por ser algo exagerado. Por vezes (demasiadas????) encontramos portas fechadas e é necessário arrombá-las. Quando a arrombamos, um colega nosso atira lá para dentro um flashbang que nos possibilita alguns segundos para liquidar quem quer que se encontre no seu interior. Essas sequências estão brutais e muito bem feitas, especialmente se tivermos em conta que quanto mais Headshots conseguirmos fazer novas opções de arrombamento desbloqueamos. O estranho que achei foi o facto de haver em determinadas alturas, tantas portas para arrombar.

Durante um combate é necessário, por vezes, protegermos-nos e em Warfighter essa afirmação é bem verdade (especialmente nos níveis de dificuldade mais elevados), e o jogo permite-nos usar os obstáculos, paredes e outros pormenores do cenário para nos cobrirmos enquanto reagrupamos e permite inclusive atacar da segurança da cobertura duma esquina, por exemplo. Muitas vezes, os nossos camaradas refugiam-se connosco atrás destes pontos de segurança o que nos dá a possibilidade de lhes pedir munições caso estejamos a ficar nas lonas. Está interessante esta mecânica, apesar de ficar a ideia de que eles têm sempre munições a mais a pensar em nós.

Tenho pena que os combates em larga escala tenham desaparecido do mapa em Medal of Honor. Seria algo que me traria bastante satisfação.

Houve, contudo, algo que desgostei em Medal of Honor: Warfighter e que retira bastante à excitação de guerrear com Preacher ou Stump e que é o facto de se notar na grande maior parte do jogo que o mesmo é demasiado scriptado. Por exemplo, quando morremos, fazemos load do ultimo checkpoint (graças a Deus existem em abundância) e quando ao chegamos ao local onde morremos podemos contar de caras com os mesmos inimigos a surgirem das mesmas zonas e com os mesmos tipos de armamento. Ficaria bem melhor se houvesse um carácter mais aleatório neste aspecto.

No entanto, o bug que mais me aborreceu talvez tenha sido o da detecção de colisões, nomeadamente em esquinas. Está bem que, como vimos, a opção de nos escondermos atrás de obstáculos e paredes e de poder espreitar para disparar é bastante útil mas, se por vezes, os nossos tiros não conseguirem sair da esquina da parede onde nos escondemos, então algo está mal, certo?

Tenho de referir também um outro aspecto que os criadores de Warfighter quiseram atribuir ao jogo, o Drama. À medida que evoluímos no jogo, vai-se demonstrando um outro lado dum soldado de combate, o lado familiar. A equipa fez questão de mostrar e reforçar esse mesmo lado mais dramático, paralelo à história principal e que envolve Preacher, sua mulher e sua filha e que serve de mote para um final emblemático onde se celebra a coragem, dedicação e esforço de todos os soldados norte-americanos bem  como das suas famílias.

 

Longevidade: 7,0

Medal of Honor: Warfighter só não tem uma melhor nota neste capitulo pois a campanha Singleplayer é absurdamente curta. Terminei-a em menos de 6 horas o que acho sinceramente pouco, muito pouco.

Contudo a vertente Multiplayer consegue equilibrar as contas. O Multiplayer online está brutalmente viciante e faz-nos querer voltar uma e outra vez, com a maior parte dos tradicionais modos de jogo, há duas coisas que gostaria de destacar.

A primeira é o facto da Electronic Arts ter incluído no multiplayer um conceito de team algo diferente. Aquando da criação do jogo online, e independentemente da facção escolhida, somos emparelhados com um camarada de armas. A particularidade desse nosso camarada é o facto dele ser o nosso ponto de Respawn quando morremos e assim levar (na teoria) a um maior cuidado e atenção enquanto jogamos. Além disso, as kills desse nosso camarada também contam numa pequena parte a nosso favor de forma a que vamos evoluindo e desbloqueando mais items como armas, classes de soldado ….

O segundo ponto que gostaria de referir é o facto de na grande maioria das vezes que me conectei não ter tido quase nenhuns problemas de lags ou de ligações instáveis (ao contrário de FIFA 13, por exemplo).

 

 

Nota Final- 7,5

[0…....10]

 

Como podem ver pela análise, gostei do que joguei. Não gostei da rapidez com que se chega ao fim da campanha, mas gostei do multiplayer. Não gostei da Inteligência Artificial algo obtusa por vezes, mas gostei da sensação de não estar só em combate. Não gostei de ver soldados inimigos caírem do céu de vez em quando, mas gostei dos efeitos das explosões e do combate. Contudo tive pena de não encontrar combates de larga escala como gostaria. Como tem vindo a ser seu apanágio, Medal of Honor é um misto de sensações e, apesar de algumas delas serem objectivas, outras dependem de quem o joga. Eu gostei, apesar das gaffes que enunciei ao longo da análise, no entanto, creio que há bastantes pontos a serem melhorados ainda.

Como dizia a minha avó, quando eu era pequeno, “quem vai à guerra dá e leva”, e Warfighter apanha um pouco mas consegue ainda dar mais e isso é o que importa. Agora será isso o suficiente para ombrear com os pesos pesados do mercado??

 

Género: First Person Shooter Plataforma Analisada: Playstation 3 Outras Plataformas: Xbox 360, PC Homepage: Medal of Honor: Warfighter

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