O final do mês de Agosto trouxe consigo King of Fighters XIV, o novo titulo da série King of Fighters, que regressa assim em força e, tal como o Pplware aqui revelou, com algumas novidades … .
Este titulo da SNK, é um dos jogos de luta mais emblemáticos e empolgantes do universo gaming do género e durante os meses que antecederam o seu lançamento, levantou algumas questões acerca das técnicas gráficas utilizadas.
O Pplware já entrou em combate e eis o nosso testemunho.
O primeiro contacto que tive com a série The King of Fighters (KOF) foi numa arcade, num restaurante perto da minha localidade. Teria os meus 10/11 anos quando passei a hora da refeição a extorquir moedas de cinquenta escudos ao meu pai, para jogar um jogo onde tinha que escolher uma equipa de lutadores em vez de apenas um, uma novidade para mim naqueles tempos.
Não sei precisar a versão de KOF que estava naquela máquina, mas recordo que na altura fiquei impressionado com os visuais e com o número de personagens disponíveis. Também recordo que não foram poucas as vezes que esta rotina aconteceu, nem tão pouco as moedas gastas.
Algo que sempre caracterizou a série, e que me agradou desde o primeiro contacto, foi sem dúvida os sprites dos personagens e as animações dos mesmos, bem como o facto de nenhum personagem parecer semelhante a outro, existindo uma distinção notória, seja no estilo de luta, nas vestimentas ou aparência física do personagem. As mais recentes iterações mantiveram estas características, conservando a jogabilidade clássica de KOF, mas com um aspecto visual mais definido, mais detalhado e com mais efeitos visuais.
Talvez por ser a primeiro KOF da actual geração de consolas, a SNK achou por bem deixar para trás os visuais 2D para apostar agora no 3D e tentar modernizar a série. Leiam a nossa análise para ficarem a saber o que achámos desta reformulação de uma série icónica dos jogos de luta.
Antovov, um bilionário russo com uma força física acima do normal, é um dos novos personagens introduzidos em KOF XIV e o principal impulsionador da história do jogo. Basicamente, este abastado personagem adquiriu os direitos para organizar o famoso torneio: “The King of Fighters”, convidando os melhores lutadores do mundo para o disputar.
Neste torneio equipas de três lutadores, independentes do estilo de luta e sexo, enfrentam-se entre si para passar à próxima eliminatória da competição, a fim de reclamarem para si o título de melhores lutadores do mundo.
É perceptível desde o primeiro contacto com o modo história que esta é bastante simples e desenrola-se sempre num tom descontraído, tal como nos KOF anteriores, e diga-se que se enquadra perfeitamente para este tipo de jogos.
Apesar da modernização ao apostar nos modelos 3D para os personagens e para os cenários, os combates continuam a ser efectuados no clássico plano 2D, ou seja, o personagem não consegue rodar em torno do adversário, preservando assim a jogabilidade clássica da saga. Quem já dominava a duas dimensões, vai continuar a dominar a três dimensões.
As alterações à jogabilidade são mínimas. O modo MAX está de volta, ao utilizar uma parcela da barra de energia vai permitir usar ataques especiais enquanto esta estiver activa. Ao utilizar o ataque supremo do personagem, vão ser consumidas as três parcelas da barra de energia. Foi introduzido também uma técnica apelidada de Rush Mode, que consiste em combos feitos automaticamente ao pressionar repetidamente o botão de murro fraco. Associado a esta técnica está a barra de energia, que conforme o nível em que se encontra, vai alterar o quarto ataque do combo automático e consequentemente consumir a barra de energia. Felizmente, por questões de balanceamento, estes combos automáticos tiram muito menos barra de vida ao adversário do que um combo normal que necessite de várias combinações de botões. Para os novatos esta é uma boa maneira de se introduzirem mais facilmente nas mecânicas de combate de KOF, sem se sentirem frustrados por não conseguirem executar os combos mais complicados.
Os modos a acompanhar esta versão são já os clássicos do género, modo de sobrevivência, modo versus, modo história, etc. Na vertente online surge um divertidíssimo novo modo, o Party Battle, que consiste em três jogadores enfrentarem outros três como uma equipa. É extremamente gratificante estarmos a ouvir alguém que não conhecemos a torcer por nós, ou a dar indicações para alcançar a vitória da equipa. Sem dúvida uma excelente adição e o modo mais divertido da componente online, principalmente se tiverem amigos com quem o jogar.
Encontrar jogadores com ligações decentes é que parece ser uma missão quase impossível. A grande maioria dos combates não foram feitos com ligações estáveis, uma vez que com o filtro regional activo, era raro encontrar um oponente.
A maior diferença de KOF XIV para os anteriores é obviamente o novo motor gráfico. Numa tentativa de modernizar a série, a SNK desistiu na utilização do 2D. Agora tanto os personagens como os cenários são a três dimensões. Ao principio, a sensação nostálgica pode interferir e talvez desejemos os sprites de volta, mas a verdade, é que não há razão para existir uma aversão à mudança para o 3D. Os modelos dos personagens não perderam o detalhe e mantiveram-se fieis aos seus homólogos 2D, deixando a reformulação em procura de um aspecto mais realista de fora.
É positivo verificar que apesar de um novo motor, a SNK conseguiu colocar KOF XIV a correr a 1080p e a uns estáveis 60 fps.
Veredicto:
King of Fighters XIV pode ter mudado de aspecto, mas não mudou de alma, e continua a ser um dos melhores e um dos mais gratificantes jogos de luta da actualidade. A nova mecânica de auto combos facilita a introdução a novos jogadores, e a mudança para o 3D assenta que nem uma luva, é a lufada de ar fresco que a SNK estava à procura para a série, foi sem dúvida nenhuma uma aposta ganha.
Se gostam de jogos de luta, é praticamente obrigatório darem uma oportunidade a este jogo.