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Análise Kinect: Disney Adventures (Xbox 360)

Costumo dizer que a evolução, a que nível e em que área for, é algo que temos de encarar como normal e inevitável mas, também costumo afirmar que à medida que a evolução se dá, maiores sentimentos de nostalgia aparecem quando pensamos nos tempos passados.

Creio que os tempos da TV e, mais especificamente os desenhos animados não fogem à regra. Sou do tempo em que haviam apenas dois canais na televisão e em que os desenhos animados, ou davam ao sábado de manhã, ou então em alturas muito escassas no meio da programação (como por exemplo o Agora Escolha com a Vera Roquette). Por falar em Vera Roquette, o que será feito dela? E já agora lembram-se do ícone dos desenhos animados, um senhor chamado Vasco Granja, que infelizmente nos deixou recentemente. Esses tempos agora, olhando para trás parecem tão distantes e mágicos que receio que as gerações de hoje não possam ter momentos idênticos.

Enfim … hoje em dia não há 2 canais de televisão, mas 200 … e as nossas TVs são bombardeadas diariamente por inúmeros desenhos animados e séries para jovens o que dispersa e muito as atenções, mas no entanto há uma palavra … uma simples palavra que continua a fazer a magia, não só dos mais pequenos como dos mais graúdos, como eu: Disney.

Uma simples palavra que, ao longo dos anos parece que nunca perdeu a sua magia e carisma e tenho mesmo de admitir que ainda gosto de ler um livro dos quadradinhos, dos quais guardo uma imensa colecção da minha infância/adolescência.

Foi lançado agora para a Xbox 360, este Disney Adventures, que com o recurso ao Kinect, tenta levar-nos numa aventura pela Terra Mágica da Disneyland (não confundir com a EuroDisney).

Será que a viagem vale a pena?

 

Disney Adventures não tem uma história ou enredo à vossa espera, pois são vocês que as irão construir a partir do momento que atravessarem os portões virtuais do recinto. Preparem-se pois vão entrar num mundo de magia e divertimento, com inúmeros personagens vossos favoritos (dos quais não faltam os vilões também) e brincadeiras para descobrir.

Gráficos: 8,7

Dos criadores de Kinectimals, Disney Adventures é um mundo de cor e de movimento. A partir do momento em que entramos na feira vemo-nos rodeados de dezenas, centenas de famílias inteiras a passearem pelo parque desejosos de ver as atracções.

Embora haja um grande movimento, é um pouco errático e as pessoas apenas andam dum lado para o outro, mas o objectivo de criar o ambiente do parque é conseguido com grande sucesso. Barraquinhas de compras de pipocas, repuxos e fontes, os edifícios das diferentes ruas, lojas de souvenirs, restaurantes … apresentam-se realisticamente detalhados e se virmos as fotos da original, é fácil encontramos pontos comuns.

As próprias pessoas que andam pelo parque são variadas e com estilos e atitudes próprias e bem detalhadas.

Mas a cereja em cima do bolo são os diferentes personagens Disney espalhados pelas zonas do parque. Mickey, Disney, Pateta, Capitão Gancho, Branca de Neve … todos eles estão lá e, em vez de representarem pessoas mascaradas, não, são os próprios personagens. Com enorme detalhe, como não poderia deixar de ser, todos estes nossos amigos se apresentam tal e qual como os idealizamos. É uma boa sensação.

No entanto, existe uma outra parte, talvez a mais importante que são as atracções da Feira (que estão quase todas no jogo) e que Disney Adventures transforma em mini jogos divertidos e que levam o Kinect a ser a estrela do momento. O grafismo nesses mini-jogos que são variados, em ambiências e dinâmicas está à altura do resto do jogo com muita cor, e detalhe, havendo apenas alguns momentos de loading mas nada de preocupante.

Som: 8,3

Creio que a primeira coisa que se tem de mencionar neste capítulo são as vozes dos personagens e estas estão simplesmente perfeitas. São os próprios personagens que ali estão a falar connosco e se fecharmos os olhos a meio duma conversa facilmente idealizamos uma conversa com os reais heróis da Disney. Não há imitações baratas, são os sons a que nos habituámos a ouvir ao longo dos anos.

Durante as nossas aventuras pelo parque (grande e que podemos descobrir na quase totalidade) somos acompanhados pelas músicas dos altifalantes e, embora tenha de admitir que nunca tive oportunidade de visitar o DisneyWorld, e como tal não sabendo se as melodias que se ouvem no parque são pelo menos semelhantes com as do jogo, penso que entram bem no ambiente isso é verdade.

Nos diversos mini-jogos os efeitos sonoros estão também bem-criados e facilitam a nossa entrada no fantástico mundo de DisneyWorld.

Um aspecto que não me canso, nem nunca cansarei de mencionar e atribuir como ponto negativo é a ausência de localização para o português. Este jogo por tudo o que envolve e toda a magia que respira merecia ter tradução para português …

Jogabilidade: 8,5

Ao entrarmos no parque criamos o nosso perfil. Sexo, cor de cabelo, roupa … algo bastante simplificado não permitindo muita personalização mas competente.

Ao inicio indiquei que, espalhados pelo parque se encontram quase todos os personagens Disney. O que não disse é que é possível interagir com todos eles e trocar algumas brincadeiras tal como faríamos se lá estivéssemos em carne e osso, quer seja tirar fotos, dar mais 5, abraçar, … é um pouco repetitivo ter as mesmas acções para todos os personagens, mas cada um tem sua mística e acaba por ser divertido. Nessa interacção por vezes os personagens atribuem-nos tarefas diversas que podem variar de tirar fotos com outros amigos, ou pedir autógrafos, cozinhar algo …. São quests fáceis e divertidas de fazer.

Como já referi a aventura divide-se em duas partes distintas. A primeira é a descoberta do próprio parque em si e a segunda a das atracções (ou mini-jogos). Contudo acho que a interacção com os personagens poderia ainda ser mais aprofundada.

Começando pela aventura da descoberta do parque e de todos os seus cantos, temos muito para descobrir e duma forma fácil. O movimento é simples, bastando usar o nosso braço como indicador de direcção. Braço estendido para a frente, vamos em frente, braço estendido para a esquerda, vamos para a esquerda e estendido para a direita, vamos para a direita. Não há como andar para trás, mas também não é, na maior parte dos casos necessário.

A interacção com os personagens que se encontram nas mais diversas zonas do parque é simples e baseia-se em imitar o que nos surge no ecrã. Por exemplo para abraçar, aparece-nos uma animação a mostrar como se faz com os braços e temos de o imitar para que o Kinect o transforme num abraço sentido. É simples e fácil.

No entanto, mesmo quando não temos quests para completar temos ainda inúmeras moedas espalhadas pelo recinto que podemos apanhar para comprar variados items, como novas roupas ou pins da feira.

A viagem pelo parque leva-nos obrigatoriamente a passar pelas atracções e podendo aceder a elas por esse caminho, há também um alternativo e mais imediato. Por vezes podemos encontrar-nos longe de determinada atracção e assim sendo podemos aceder ao mapa do recinto (levantando ambos os braços) e seleccionar logo onde queremos ir).

As atracções são talvez a parte mais divertida do jogo, e embora algumas sejam semelhantes acabam por trazer diversidade e divertimento ao jogo. Missões tão variadas como descer a Big Mountain numa vagonete a alta velocidade e ter de ir dando à mão para dar mais velocidade enquanto temos de abrir os braços ocasionalmente para apanhar moedas, ou voar com o Peter Pan pelos céus de Londres e indo-nos desviando dos edifícios, ou descer os rápidos de Jungle Cruise e afugentarmos os hipopótamos ou mesmo a atirar bananas a gorilas no Livro da Selva são bem exemplo disso.

O Kinect é, sem dúvida, a outra estrela deste jogo e encontra-se perfeitamente encaixado neste em todas estas dinâmicas apresentando poucas imperfeições de detecção de movimento.

Uma das coisas que poderia ser mais alargado era o caminho em alguns mini-jogos. Falta alguma liberdade de movimentos. Por exemplo, os mini-jogos de voo, como o do Peter Pan acabam por deixar um pouco a sensação de limitação embora se viaje por um céu enorme, pois estamos limitados a um caminho pré-definido e invisível. Seria interessante deixar-nos viajar livremente.

A jogabilidade dos mini-jogos é simples e não terá grandes atractivos para jogadores que prefiram algo mais competitivo ou que sejam adeptos de jogabilidades mais viscerais.

Longevidade: 8,8

Escusado será dizer que este é um jogo que tanto agradará a graúdos como a miúdos, talvez principalmente aos mais pequenos. No entanto acredito que também os adultos, não sendo necessários ter a minha paixão pelo universo Disney, também usufruirão do jogo quando jogarem com os mais pequenos.

Com múltiplos mini-jogos para se fazer a sós ou acompanhado, diversas quests e inúmeras mais para se desbloquear e, muito para descobrir, Disneyland Adventures terá sempre bons motivos para se voltar a jogar.

Com o Kinect em boa forma haverá sempre divertimento à espreita.

Nota Final- 8,5

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O próprio facto de não haverem filas para entrar nas atracções só por si dar-lhe-ia uma boa nota. Agora mais a sério, Disney Adventures é um bom jogo de aventura e diversão para a família toda. Para os mais novos será certamente como que um Santo Graal do divertimento e para os mais graúdos, especialmente os que se identificarem com este universo, será um reviver o passado. Disney Adventures é uma viagem mágica pelo Universo imaginário da Disney. Uma pena que não tenha sido traduzida para a língua de Camões.

É sem dúvida um dos grandes jogos de diversão para a família deste ano e talvez um dos melhores lançados para Kinect.

 


Género: Party Game
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