Um mês depois do lançamento das duas primeiras missões (Prólogo e Paris) que o Pplware teve a oportunidade de analisar aqui, eis que nos chega às mãos o segundo episódio de Hitman.
Este jogo, como já foi noticiado, terá uma release em suporte físico no início do ano de 2017 mas, enquanto essa altura não chega, as várias missões vão sendo lançadas, com uma periodicidade mensal, apenas como DLC’s (Downloadable Content).
Será o nosso Agent 47 capaz de levar a cabo a sua missão e impedir a disseminação desta ameaça? O Pplware foi a Sapienza e conseguiu, sem ser detectado, acompanhar o Agent 47 nos seus esforços.
Tendo tido a sua primeira release no passado mês de Março, eis que o fim de Abril traz o lançamento da segunda missão de Hitman. E se valeu a pena a espera!!
A Square Enix presenteia-nos com algo que apenas pode ser descrito como sublime. Por onde começar? Se na sua primeira missão, em Paris, o nosso agente se deparava com uma mansão de dimensões assinaláveis – onde era possível explorar tudo e mais alguma coisa – nesta sua missão no sul de Itália, o Agent 47 tem à sua disposição uma vila inteira para explorar, inúmeros locais onde se esconder e formas absolutamente novas de passar despercebido.
Aqui reside um enorme contraste com a primeira missão: Sapienza é gigantesca, tem praia, cafés, lojas, WC’s públicos, uma praça central e uma igreja. Tem ainda inúmeros edifícios típicos onde é possível entrar. Melhor, é possível passar de uns edifícios para os outros pelos telhados, subindo muros ou saltando através dos seus terraços.
Depressa nos apercebemos que, antes de passarmos à acção, é fundamental conhecermos bem o terreno, explorarmos todos os recantos e todas as possibilidades e percebermos quais são os melhores esconderijos.
Isto oferece uma complexidade adicional a Hitman: se não tivermos feito bem o “trabalho de casa”, a probabilidade de sermos descobertos é enorme. Afinal, a missão é realizada em plena luz do dia, num local onde os NPC’s abundam e onde é necessário algum cuidado quando tentamos destrancar uma porta ou quando nos disfarçamos depois de colocarmos alguém KO.
Em Hitman – Sapienza, a Square Enix oferece-nos um modelo de jogo mais stealth, onde é mesmo necessário sermos pacientes e explorarmos bem o meio envolvente para uma melhor noção das oportunidades que temos para conseguir levar a cabo os nossos intentos. Só através de uma exploração cuidada e calma conseguiremos descobrir NPC’s que podem ser importantes para a acção e diversos objectos que nos podem facilitar a tarefa.
Trata-se, sem dúvida, de um jogo onde é necessário haver alguma aprendizagem: as primeiras missões serão, inevitavelmente, apenas de exploração, já que se leva algum tempo até perceber a melhor forma de nos movermos neste mundo gigantesco.
Não vale a pena, no início da nossa missão, levarmos uma arma de fogo, mesmo quando munida de um silenciador. Muito mais útil será levarmos uma ferramenta que nos permita destrancar portas mas, lá está, teremos de ter bastante cuidado com olhares indiscretos que nos poderão denunciar.
A Square Enix também inovou relativamente à primeira missão na oferta de um maior número de possibilidades diferentes para atingirmos os nossos objectivos. Podemos disfarçar-nos de psicólogo e fazer uma pequena sessão com o nosso alvo ou dispor de uma sniper-riffle e subir ao campanário da igreja da vila num disfarce de padre. As possibilidades são imensas e teremos oportunidade de as explorar na sua (quase) totalidade.
Hitman – Sapienza é um jogo ímpar que traz ao de cima o que a série tem de melhor. O cenário onde a acção se desenrola foi pensado de forma a introduzir o jogador no jogo e faz com que, a determinada altura, nos sintamos o verdadeiro protagonista da história. Todo o ambiente de vila piscatória no sul de Itália foi criado com mestria e rapidamente nos faz entrar na pele da personagem. A banda sonora ajuda à festa, sendo mais intensa em momentos de maior suspense e mais calma se estivermos a andar pelas ruas solarengas da vila.
A Square Enix conseguiu corresponder às expectativas lançando uma release que excede a anterior e colocando a fasquia num patamar bastante elevado. Cá estaremos à espera do próximo lançamento, cuja acção se desenrolará em Marrocos.
O sentimento de “vazio” no final desta missão é mitigado com as inúmeras possibilidades existentes em Sapienza, que convidam o jogador a repetir a missão inúmeras vezes, tentando novas formas de cumprir a missão ou tentando abater outros alvos (modos “Contract Mode” e “Elusive Taget”).
Veredicto
Hitman – Sapienza é uma magnífica continuação para um primeiro lançamento que já tinha sido excelente. Com uma componente stealth bastante intensa, o jogo encontra a sua complexidade nas inúmeras formas de cumprirmos a missão e no seu gigantesco mundo materializado numa pequena vila na costa do Mediterrâneo. É um jogo que nos convida a repetir as missões vezes sem conta e com uma longevidade bastante grande. Mais uma vez a atenção ao detalhe levou este jogo a um patamar altíssimo, estando a fasquia bastante elevada para o que aí vem.