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Análise Freedom Wars (Playstation Vita)

Desde que saiu que a Playstation Vita se tornou palco de alguns jogos bastante inovadores. Apoiando-se nas suas características únicas, as equipas de desenvolvimento conseguem trazer para a palma da mão, jogos com qualidade nada inferior a muitos outros das consolas-mor.

Desenvolvido pela Japan Studios para a Playstation Vita, Freedom Wars era um dos jogos mais esperados deste ano para a consola portátil da Sony.

Tal como a equipa de desenvolvimento já nos habituou no passado, com os lançamentos de Tokyo Jungle (ver análise do Pplware aqui) ou com Soul Sacrifice (ver análise do Pplware aqui), Freedom Wars é um jogo diferente, passado num futuro também ele diferenciado daqueles que costumamos ver em jogos do género.

O Pplware já experimentou Freedom Wars … vejam aqui…

Freedom Wars passa-se num futuro longínquo, na PT Era 102014, no qual a Terra foi devastada pela poluição atmosférica e o planeta encontra-se sem recursos para toda a população. O ser humano sobreviveu apenas nas Panopticons, autênticas Cidades-Estado (como na Antiga Grécia), que se degladiam entre si pelos últimos recursos disponíveis.

Estas Panopticons funcionam como autênticos estados independentes e nos quais os seus cidadãos têm como principal objectivo de vida, o de fazer crescer e evoluir a sua Panopticon. Aliás, durante todo o jogo, somos bombardeados por propaganda constante em como devemos ser leais para com o Bem Comum, em como a nossa Panopticon é mais importante que a nossa individualidade, …

Tenho de fazer aqui um aparte para louvar a existência da Panopticon de Lisboa, que claro está, foi a minha escolhida.

Estas Panopticons são habitadas por Citizens (cidadãos comuns que usam os seus dons individuais para trazer mais valia ao Bem Comum) e pelos Siners (cidadãos que se encontram a cumprir pena e que representam o braço armado da Panopticon).

Nós encarnamos um Siner que tem de cumprir uma pena de … 1 milhão de anos. Sim, 1 milhão de anos de pena que parece nunca mais ser cumprida.

Começamos então o jogo, numa sequência inicial na qual entramos num combate com um Abductor (robots gigantescos) e no qual somos nocauteados. Quando voltamos a acordar estamos presos numa Cela … que vai passar a ser o nosso ponto de partida durante o jogo e de onde saímos para levar a cabo diversas missões.

À medida que vamos evoluindo em missões (singleplayer ou em multiplayer) a nossa pena vai sendo corrigida, e nem sempre para baixo.

 

Após sermos presos é-nos apresentado o nosso Acessório, um droid que nos acompanha em todos os momentos. Este acessório que pode ser personalizado como o nosso avatar, pode também ser equipado com armas e itens e acaba por ser uma boa ajuda no decorrer do jogo.

Por exemplo, durante um combate podemos dar-lhe ordens, bastando um toque no ecrã frontal e escolhendo a ordem a dar (começamos com 4 ordens básicas como Follow Me“, “Carry Citizens“, Drop Citizen” e “Stand By“) mas depressa aprendemos mais. Torna-se ainda bastante útil, quando caímos em combate e precisamos de alguém que nos socorra.

Conforme referi em cima, o nosso ponto de partida em Freedom Wars corresponde à nossa Cela e é a partir dela que avançamos na história.

No primeiro par de horas o nosso Universo restringe-se apenas à nossa Cela (e Acessório que se encontra connosco também) e daí só saímos para as missões de CODE 1 (CODE – contribution oriented distribution of entitlements, e que corresponde ao nosso nível de Siner). Ao longo do jogo vamos fazendo testes para passarmos ao próximo nível de CODE e evoluindo assim na aventura.

No entanto à medida que completamos essas missões iniciai (que incluem um tutorial bastante completo e útil), desbloqueamos o acesso a outras áreas da nossa Panopticon as quais poderemos depois visitar e interagir com os restantes Siners.

No entanto nem tudo é simples e para podermos viajar pela nossa Panopticon há determinados requisitos a serem cumpridos. Uma vez que somos um Siner e temos direitos inferiores aos Citizens temos de adquirir alguns desses direitos, denominados por Entitlements. Por exemplo, se quisermos visitar a Panopticon e pensarmos em fazê-lo a correr … incorremos num agravamento de pena de 10 anos por exemplo. Assim sendo, a única forma de dar a volta a essa questão é a compra de um Entitlement que permita correr mais que 5 segundos.

Os Entitlements vão aos poucos conferindo-nos direitos que enquanto Siners não possuímos. É como se, aos poucos e poucos, nos fossemos tornando Citizens.

Existem inúmeros exemplos destes e os Entitlements não se restringem apenas ao nosso dia-a-dia na Panopticon. Também servem para melhorar as nossas condições de combate, como por exemplo o Entitlement de poder levar mais acessórios para as missões.

 

 

Apesar dos objectivos de cada missão serem algo variados, no final de cada uma temos a hipótese de doar parte dos ganhos para o Bem Comum da nossa Panopticon e essa doação funciona como redução da nossa pena. Quanto menos doarmos, quanto menos reduzimos a pena e maior a probabilidade de sermos castigados por isso. No entanto, qualquer tipo de problema ou objectivo não cumprido no decorrer da missão, aumenta por sua vez essa mesma pena.

Um dos pontos fortes de Freedom Wars é a variedade de escolhas que o jogador tem à sua disposição. Desde o armamento, até à própria indumentária do Avatar, passando pelo desenvolvimento de Facilities para investigação, o jogador tem uma miríade de alternativas à sua disposição e que fazem com que cada jogador seja um individuo e não apenas mais um.

Por exemplo, as armas. Existem dezenas de armas em Freedom Wars o que já por si transmite uma enorme sensação de variedade mas, se tivermos em conta que todas podem ser melhoradas ou que podem receber novos módulos então rapidamente chegamos à conclusão de que tal parametrização leva a que, não existam 2 armas idênticas. Esta gestão, apesar de ser potencialmente complexa e de consumir bastante tempo a avaliar todas as variáveis em jogo, acaba por ser extremamente interessante e de dar gozo.

Existe ainda a possibilidade de construirmos na nossa Panopticon, edifícios de investigação e desenvolvimento como por exemplo, edificio de construção/melhoria de armamanento.

O jogador tem então uma grande variedade de armas à sua disposição que lhe permitem uma abordagem completamente diferente em cada missão. Se por um lado temos as habituais metralhadoras e hand cannons, existem ainda armas de proximidade e luta corpo-a-corpo, como espadas.

Os ataques melee (corpo-a-corpo) baseiam-se no uso e abuso do quadrado (promovendo um ligeiro martelar de botões), enquanto que com o triângulo se podem lançar combos potentissimas.

 

Existe no entanto uma outra que é deveras interessante, o Thorn (gancho). Este Thorn é um dispositivo que se divide em 3 categorias. Binding, Healing e Shielding Thorns. Os Binding Thorns permitem-nos dar grandes saltos, lançar ataques em pleno salto e permite ainda derrubar adversários ao chão. Este acessório é extremamente importante num combate, com um Abductor por exemplo, pois se o conseguirmos derrubar pode dar-nos tempo precioso para o inutilizar e assim resgatar o Citizen que ele possa ter preso. Os Healing Thorns permitem-nos criar uma aúrea que revitaliza todos os nossos camaradas de armas que se encontrem por perto e os Shielding Thorns permitem criar um espectro defensivo em nosso redor, protegendo assim os nossos companheiros. A inclusão dos Thorns no terreno de batalha é talvez o ponto forte do jogo uma vez que possibilita-nos uma variedade de opções completamente novas. Por exemplo, podemos com acesso ao Thorn saltar para uma posição mais elevada imediatamente atrás de um Abductor e, enquanto os nossos colegas o distraem, usar novamente o Thorn para o derubar.

Por todos os mapas encontram-se espalhados pontos de munições e temos acesso a essas localizações durante o preview da missão, antes do inicio da acção. À medida que os niveis se vão tornando mais dificeis, vai-se tornando essencial memorizar essas zonas pois as munições rapidamente se esgotam.

O Multipayer de Freedom Wars é um dos pontos fortes do jogo. Pode-se jogar em multiplayer de duas formas, online ou ad-hoc.

Devo confessar que desde o momento em que desbloqueei o acesso ao online que se tornou no meu modo preferido. É extremamente viciante entrar em Co-op e, se tivermos sorte, encontrar outros jogadores que sabem e querem jogar em equipa. É viciante e gratificante também, pois nestas missões online, geralmente conseguimos adquirir armas, itens e acessórios extremamente valiosos, para além de conseguirmos grandes reduções à nossa pena.

Com uma pena tão grande (1 milhão de anos) para cumprir, estes encontros online servem em grande escala para a reduzir uma vez que podemos entrar em encontros de níveis de dificuldade mais elevados e assim conseguir rewards bem mais avançadas.

Há ainda outro motivo para ingressarmos nestas missões multiplayer: armas. Sim, à medida que vamos derrotando os inimigos vamos desbloqueando também novos itens e armas que, consoante o nosso nível, poderemos pensar em utilizar de imediato. Não nos podemos é esquecer de doar sempre parte do que ganhamos para o Bem Maior pois caso contrário … a nossa pena volta a aumentar.

No entanto gostaria de ter encontrado mais modos diferentes de jogo online.

Por fim, gostava de mencionar que existem Leaderboards que nos permitem acompanhar a nossa evolução individual no Universo Freedom Wars e verificar em que posição nos encontramos no ranking global como também há ranking por cidade (Panopticon) e é interessante verificar a evolução da nossa Lisboa no ranking global. Pena que, por alturas em que vos escrevi estas linhas ainda estivessemos em 37º lugar.

 

 

Nota Final- 8,7

[0…....10]

Uma muito agradável surpresa. Sendo um jogo de acção (na terceira pessoa) gostei da forma extremamente subtil e interessante como os Japan Studios domesticaram essa jogabilidade de forma a aceitar as fortes influências de RPG que o jogo apresenta e encaixar na perfeição num enredo interessante e cativante o suficiente para dar suporte ao que se passa no ecrã. Freedom Wars é inteligente na forma como adapta a jogabilidade à história e na forma como incentiva o jogador a querer sofregamente reduzir a sua pena, o que parece uma missão impossível. Um dos melhores jogos para a Playstation Vita que já tivemos oportunidade de jogar.

Género: Acção Plataforma Analisada: Playstation Vita

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