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Análise FIFA 16 (Xbox One)

A época desportiva já começou há uns meses, mas só agora vamos poder começar a nova época virtual do desporto mais amado do mundo. Tal como o coração de João Manuel Pinto, esta divide-se em duas “cores”, Pro Evolution Soccer e FIFA.

Todos os que acompanham o futebol sabem da rivalidade entre Benfica e Sporting, Real Madrid e Barcelona, Ronaldo e Messi, Mourinho e Wenger… E quem acompanha o futebol virtual conhece bem a rivalidade entre FIFA e PES. Este último tem vindo a recuperar terreno para o FIFA nos últimos anos. A última iteração chega mesmo a aclamar em anúncios televisivos que é o melhor simulador de futebol de sempre!

Resta-me a mim analisar o jogo da EA Sports e descobrir se realmente o FIFA perdeu o trono no qual já se sente confortável hà demasiado tempo.

Antes de enumerar as novas adições em FIFA 2016, quero dizer que este é o FIFA com maior curva de aprendizagem dos últimos anos, e não me refiro apenas à configuração dos botões. As alterações são mínimas nesse campo.

Os passes bonitos são agora feitos com o gatilho esquerdo, e o botão previamente usado para o efeito é usado agora para os passes “bala”. Estes passes, são, tal como o nome sugere, passes com mais força e velocidade que o habitual, e não é qualquer jogador que consegue fazer uma recepção orientada com um passe destes. Um pouco mais de força que o pretendido e é ver a bola a ressaltar de forma imprevisível nos pés do jogador ou a sair completamente ao lado.

É essencial dominar esta nova mecânica, uma vez que a EA tornou um qualquer defesa de segunda categoria num super homem de antecipação. Numa partida consegui “secar” o Messi com o quase reformado e lento Demichelis. Para mim esta mudança foi bem vinda, se bem que se encontra um pouco exagerada.

Se o Terry conseguisse apanhar o Ronaldo na vida real tal como acontece no jogo, certamente que não andava pelo banco do Chelsea.

Na iteração anterior os jogadores e principalmente os defesas eram muito mais estáticos, o que fez com que as bolas picadas para os jogadores com mais velocidade fossem literalmente as únicas táticas usadas em inúmeras partidas contra oponentes humanos.

Felizmente a EA ouviu as queixas dos jogadores e reduziu bastante a importância da velocidade, agora existe um maior equilíbrio entre outras características importantes de um jogador, como o passe, visão de jogo, capacidade física, da resistência, etc. Tudo isto transforma o jogo em partidas de futebol mais táctico em vez de uma correria desenfreada para a baliza do adversário, como acontecia em FIFA 2015.

No entanto nem em todos os aspectos existiram melhorias, os árbitros continuam a apitar por tudo e por nada e atribuem cartões sem grande lógica. Aconteceu levar um cartão amarelo por um encosto de ombro no meio campo adversário, e segundos depois o meu jogador sofrer um carrinho por trás e nem falta ser marcada.

Se a EA tem o cuidado de não marcar as mãos na bola porque é algo que os jogadores não possuem qualquer controlo, também tem de ter o cuidado de não prejudicar o jogo com situações destas, que já vêm de arrasto dos títulos anteriores e que aparentemente só continuam a piorar.

Para se adaptarem a esta mudança de jogabilidade, podem usar os jogos de habilidade. Não são mais que mini-jogos que vos ajudam a treinar e a aprimorar as vossas capacidades enquanto futebolistas virtuais, desde o simples passe, marcação de livres e até contornar vários defesas com fintas como o Neymar fazia no brasileirão.

A principal inovação e mais publicitada é o futebol feminino, que aparece pela primeira vez num jogo de futebol da EA. Vamos poder assumir o controlo de 12 seleções femininas, como a selecção Sueca ou Alemã, infelizmente a portuguesa não se encontra presente, e os jogos apenas podem ser feitos entre as seleções femininas, ou seja não podem enfrentar a selecção feminina do Brasil com a selecção masculina.

As mudanças na jogabilidade não são tão drásticas como estaria à espera, basicamente é igual a jogar com os homens, mas como a compleição física das jogadoras é menos robusta que o dos homens isto traduz-se numa maior sensação agilidade quando as estamos a controlar.

Outra novidade é a inclusão do modo draft no famoso ultimate team. Aqui os jogadores escolhem uma formação tática e depois escolhem um jogador de entre cinco disponíveis para cada posição, tanto vos pode calhar o Cristiano Ronaldo como outro qualquer.

Por exemplo, num draft pude escolher entre o George Best, ou a carta em forma do Cristiano Ronaldo, como tinha jogadores da Premier League em algumas das posições, decidi ir pela antiga glória do Manchester United para poder aumentar a química da equipa. Ou seja, nem sempre escolher o jogador com melhores características se traduz numa melhor opção.

Vão poder usar esta equipa num máximo de quatro jogos, assim que ganhem o quarto jogo ou percam um podem voltar a fazer um novo draft, desde que tenham um token que custa 15.000 moedas.

Draft

O modo carreira também sofreu algumas alterações. Agora podem fazer torneios de pré-época em vez dos habituais amigáveis aleatórios. Outra das novidades é puderem fazer treinos individuais com os jogadores da vossa equipa de maneira a os evoluírem mais rapidamente.

Visualmente o jogo prossegue na linha do anterior, não vão notar grandes diferenças para o FIFA 15. O que posso dizer de positivo é que existem ainda mais jogadores com as caras e penteados recreados no jogo. E não só nos homens, todas as jogadoras estão também fielmente recreadas.

O ambiente nos estádios continua excelente, com cânticos de apoio e o habitual “ooooh” de quando se atira uma bola aos ferros a fazerem sentir que estamos mesmo num estádio de futebol.

 

 

Nota Final- 9

[0…....10]

É verdade que FIFA estagnou um pouco nas últimos tempos e o jogo anterior quase me fez largar os jogos de futebol por uns tempos. Felizmente onde realmente importa, que é a jogabilidade FIFA mudou para melhor, já não estamos dependentes de jogadores velocistas, agora o equilíbrio entre os vários tipos de jogadores proporciona muito melhor a sensação de jogar uma verdadeira partida de futebol.

Não sei se o que disse para trás é suficiente para se manterem fiéis à série, ou se é suficiente para vos fazer mudar de clube, o que sei é que este é o melhor FIFA dos últimos anos!

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