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Análise: DOOM 2016 (PC)

Originalmente anunciado como Doom 4 em 2004, passando para apenas Doom em 2014, finalmente chega às nossas mãos.

Sendo o jogo um ícone no género que ajudou a criar e a popularizar, será que consegue sobressair no meio de tantos outros do mesmo tipo? É isso que vamos hoje descobrir!

Para os mais desatentos, Doom é um jogo de tiros em primeira pessoa desenvolvido pela id Software e publicado pela Bethesda Softworks.

Esta nova versão de DOOM não é uma continuação do DOOM 3, mas sim um remake do primeiro titulo lançado em 1993.

História

A história não é das melhores que podemos esperar, é aliás bastante genérica, servindo apenas como uma simples ligação entre as várias áreas do mapa e os vários tipos de inimigos que encontramos.

A nossa personagem é um soldado sem nome, que acorda no centro de investigação da Union Aerospace Corporation em Marte. A ganância natural da humanidade, ao tentar extrair energia do submundo, fez com que estas instalações de investigação fossem invadidas por entidades demoníacas, que dizimaram por inteiro todos os trabalhadores lá existentes.

Como não podia deixar de ser, cabe à nossa personagem restaurar o equilíbrio, eliminando todas as criaturas infernais. Essa campanha dura aproximadamente 12 horas, sem contar com os vários segredos e conteúdos extra espalhados pelos mapas, bem como os vários níveis de dificuldade do jogo.

Apresentação

Toda a apresentação é toda ela cuidada, com mapas bem estruturados, modelados e com texturas bem definidas, com um excelente uso de iluminação e efeitos de partículas.

Por vezes, quando chegamos a uma nova área, queremos simplesmente parar e apreciar todo o cenário apresentado. É também evidente o cuidado no design dos inimigos, cada um deles único, com animações próprias e sempre bem assustadores. A banda sonora, como não podia deixar de ser, é composta essencialmente de heavy-metal, indo buscar as origens do jogo, adaptando-as para o presente.

Mesmo não sendo o tipo de musica que alguns escolheriam para ouvir, em DOOM assenta como uma luva, principalmente durante os confrontos. Existem também algumas secções mais calmas, principalmente nas secções com corredores, criando uma sensação de isolamento sombrio, fazendo lembrar o DOOM 3, mas sem ser o elemento principal do jogo.

Os efeitos sonoros são também bem realizados, onde os sons das armas transmitem bem a sensação de potência e onde é possível distinguir os vários inimigos que se aproximam, apenas pelo som da sua passada.

Mecanismo de jogo

Este é um jogo rápido, onde o jogador não tem tempo para ficar parado a planear a próxima jogada, onde a única maneira de sobreviver é mesmo mantendo um nível constante de agressividade para com os inimigos.

No início do jogo começamos com uma simples e “fraca” pistola, de munição ilimitada, onde rapidamente somos introduzidos ao sistema Glory Kill – quando enfraquecidos, os inimigos ficam a brilharem azul ou laranja, e é aí que podemos activar uma animação, eliminando de vez o inimigo.

Este mecanismo é importante pois é assim que no calor da batalha, quando estamos em apuros, podemos receber munições e pacotes de energia/ armadura extras, para além de nos trazer uma certa gratificação visual na maneira como estes demónios são enviados de volta ao inferno.

O antigo sistema de energia e armadura volta onde, ao contrário de muitos shooters modernos, a nossa energia não se recupera passado algum tempo, é preciso cuidar bem da energia que temos, procurar na área por packs ou eliminar inimigos como mencionado anteriormente. É muito comum entrarmos em combate sem estarmos completamente restabelecidos, o que provoca uma sensação de urgência. Para evitar grandes frustrações, existem vários checkpoints espalhados pelo mapa, evitando ter de voltar muito atrás sempre que morremos.

O jogo está idealizado para obrigar ao movimento constante, onde apenas podemos progredir quando todos os inimigos de determinada área forem erradicados. Existem muitos segredos e desafios por descobrir, permitindo aumentar as características de combate da nossa personagem.

As armas foram também melhoradas, com a possibilidade de fazer modificações/upgrades, além de cada uma delas ter um modo de disparo alternativo. Estes upgrades não são apenas cosméticos e fazem-se mesmo sentir durante o jogo.

Multiplayer e Snapmap

O multiplayer é relativamente genérico apesar dos seus seis tipos modos de jogo, apenas três é que sobressaem.

De salientar que o jogo está bem equilibrado, onde sentimos que as nossas mortes são o resultado da perícia dos adversários, não do jogo. Snapmap é uma das novidades do DOOM, que nos permite criar e publicar os nossos próprios níveis, bem como jogar as criações de outros jogadores, aumentando assim longevidade do jogo.

Existe um bom tutorial que nos ensina a utilizar todas as ferramentas para podermos criar os nossos mapas, mas atenção que estamos sempre limitados ao sistema do DOOM, por isso o Snapmap não é uma ferramenta para a criação de mods.

Veredicto

Este é o DOOM que temos estado à espera, com acção do princípio ao fim, muitos monstros grotescos e muito, muito sangue.

A campanha é um pouco repetitiva pois cada nova zona parece ser apenas uma arena para destruir a próxima vaga de demónios e podermos avanças à próxima zona, mas nada que estrague a diversão. O multiplayer não se destaca dos muitos outros títulos do género uma vez que os seus modos de jogo são apenas modificações do que já existe. Já o Snapmap é uma excelente adição ao jogo, potenciando a criatividade da comunidade.

Embora não tenha o mesmo impacto que original teve na industria, ou o mesmo tipo de suspense e claustrofobia de DOOM 3, DOOM 2016 consegue cumprir os objectivos definidos: acção rápida e violeta, rios de demónios para matar, bons visuais e muitos segredos por descobrir.

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