Pplware

Análise Dead Island Definitive Edition (Playstation 4)

Numa geração tão prolifera em remasterizações, surge esta edição “definitiva” de Dead Island, um FPS (first person shooter) com mecânicas de RPG (role playing game), desenvolvido pela Techland e que ficou mais célebre pelo seu fantástico trailer de revelação do que propriamente por qualquer outra característica enquanto videojogo.

Mas quão definitiva é esta versão? É sem dúvida nenhuma, uma definitiva oportunidade perdida! Quaisquer possíveis melhoramentos a problemas técnicos e de jogabilidade dos originais foram completamente ignorados nesta versão, sendo a única novidade a utilização do motor de jogo de Dying Light, o sucessor espiritual de Dead Island.

Esta edição para além do original e da expansão, Dead Island: Riptide (ver análise do Pplware aqui), também traz um novo jogo em 2D, Dead Island: Retro Revenge, inspirado nos clássicos beat ‘em up do passado, como o Golden Axe ou Double Dragon, onde desancar em zombies é o prato do dia.

Ambas as histórias são genéricas quanto bastem, no original, encarnamos a pele de um de quatro personagens, que passavam férias num resort de uma ilha paradisíaca. Após uma noite de festa e sem se perceber muito bem porquê, esta ilha acaba infectada por um vírus devastador, que transformou quase todos os visitantes da ilha em zombies. Após este choque inicial, o nosso personagem é salvo de uma morte certa por um outro sobrevivente desta epidemia, que nos delega com a missão de arranjar provisões e de tentar encontrar uma forma de sair da ilha.

Sem revelar muito, para além da campanha normal, também é possível jogar uma campanha especial, onde se assume o papel do coronel Ryder White, que expõe um outro lado da história que se desenrola na ilha de Banoi, e que cruza caminhos com campanha original.

Em Riptide, a história é uma continuação directa de Dead Island, progredindo a narrativa na mesma linha do original, sem grandes surpresas no enredo, introduzindo apenas alguns personagens e novas localizações.

A estrutura das missões em Dead Island é do mais genérico que existe, são todas muito à base de ir ao ponto A, adquirir o item B e retornar ao personagem que vos delegou com esta árdua tarefa. Este género de missões apenas se torna menos entediante quando jogado em cooperação, com amigos, pelo simples facto de que se consegue concluir missões mais eficazmente, e em consequência disso, subir o nível do nosso personagem mais rapidamente.

É neste ponto que entram os aspectos de RPG do jogo. Ao completar missões e ao aniquilar mortos vivos, vai-se ganhando experiência, que permite depois desbloquear habilidades e tornar o personagem mais forte, como aumentar de forma eficiente as armas ou a barra de energia.

Para o combate contra o exército de zombies de Banoi, temos um imenso número de armas, não só de fogo, mas principalmente armas de corpo a corpo, e como se não bastasse, ainda podemos artilhar estas armas com modificadores ao estilo de Dead Rising… Quem nunca desejou andar à pancada com zombies com uma katana eléctrica ou com um taco de basebol com uma serra na ponta?

Também nas armas é necessário ter em conta as suas características, como a durabilidade ou a força, sendo a conjunção deste aspecto com os modificadores destas que tornam a jogabilidade de alguma forma interessante e viciante, porque vai-se querer progredir e estar sempre a encontrar a melhor e mais letal combinação possível contra os tipos de zombies que se vai encontrar.

Para além dos zombies mais comuns, existem também os ‘especiais’, sofredores de uma mutação mais agressiva e que lhes confere habilidades peculiares, sendo estes os que mais trabalho dá a derrotar e sendo também os que promovem uma outra abordagem do jogador em relação aos zombies comuns.

Graficamente não é uma maravilha, apesar do esforço da Techland em alterar o motor de jogo para o mesmo usado em Dying Light, os modelos do jogo e nas animações continuam pobres, principalmente notório nas expressões faciais dos NPC’s. Onde se ganhou mais com esta alteração de motor foi na iluminação e nas texturas mais detalhadas. Já no aspecto técnico, continuam alguns bug’s, onde por vezes se fica preso ao cenário ou a esbarrar contra uma porta. Também é uma desilusão o facto de um jogo da geração passada não correr a 60 frames por segundo, estando ‘trancado’ nos 30.

Veredicto

É uma pena esta edição não trazer melhorias significativas que mereçam um claro investimento.

Os que já jogaram não vão encontrar nada de novo, mas se nunca jogaram e matar hordas de zombies é o prato que vos tira a fome, então esta edição traz exactamente o que procuram, principalmente se tiveres amigos com quem partilhar a experiência.

Exit mobile version