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Análise Call of Duty: Black Ops … o chamamento da guerra!

Um dos jogos mais esperados deste ultimo trimestre de 2010, foi precisamente este Black Ops. Com o peso de possuir como antecessor na série Call of Duty, um Modern Warfare 2 que granjeou inúmeros títulos e louvores da comunidade gamer, era com alguma expectativa que se aguardava por Black Ops, e para saber se a Treyarch iria conseguir manter ou mesmo superar o valor do seu antecessor.

As armas estão carregadas. A mira está fixa. Será que o tiro se revela certeiro?

Com uma história baseada no ambiente tenso do pós-guerra em plena Guerra Fria, Black Ops coloca-nos inicialmente numa sala de interrogatórios na pele de Alex Mason, um Operacional das Forças Especiais norte-americanas que pouco se lembra do seu passado.

Durante o interrogatório e através de inúmeros flashbacks tentamos descobrir o que sucedeu a Mason bem como o porquê de súbitas recordações de alguns números que Mason possui. Numa viagem pelo tempo, através dos flashbacks das missões em que Mason esteve metido, Black Ops leva-nos a cenários representativos da Guerra Fria, que vão de Cuba (Baia dos Porcos), à Rússia, passando pelo Vietname (Khe Sanh).

Um pormenor interessante é a inclusão da personagem (não jogável nem interactivo) de Jonh F. Kennedy, que aparece numa ocasião e que apresenta um bom trabalho estético.

Gráficos – 8,9

Os gráficos de Black Ops não desiludem, antes pelo contrário, atingindo alturas em que deslumbram. Contudo, e face ao que se esperava depois do lançamento de Modern Warfare 2, apresentam aqui ou ali alguns sinais de cansaço mas no computo geral apresentam-se quase sempre bastante convincentes e criando os diversos cenários de guerra de forma bastante sólida.

Desde os cenários gelados do Artico, telhados citadinos de Hong Kong, confrontos em Khe Sanh, ou mesmo às profundezas duma mina na Rússia, encontramos sempre mais que motivos suficientes para nos fazer crer que estamos efectivamente em guerra.

Tanto as introduções e flashbacks introdutórios das missões, encontram-se deliciosamente criadas, muito ao bom género de World at War (também da Treyarch) e conseguem transmitir às memórias de Mason, toda aquela áurea militarista típica da altura, embora não de forma tão grandiosa e esplêndida como a encontrada em World at War.

Som – 8,8

Ed Harris, actor conhecido da 7ªarte encaixa perfeitamente na sua personagem (Operativo da CIA Jason Hudson, também uma personagem principal do jogo) e, apenas com a sua voz, consegue adicionar ao jogo toda uma sensação de profundidade e naturalidade perfeita.

Não sou nenhum perito em armas para determinar se os sons de todas as que aparecem no jogo (e não são poucas) são os mais realistas, mas cada qual tem uma sonoridade diferente quer no disparo, quer no acto de recarregar. Também os diferentes veículos têm sonoridades distintas quer nos seus sons de movimentos, quer nos disparos.

De resto, muitos tiros, gritos, ordens, explosões, sons de veículos, … e tudo feito de forma o convincente o suficiente para que a linha da frente soar mesmo à nossa frente.

Jogabilidade – 8,8

Black Ops, um pouco contrariamente ao que eu poderia supor inicialmente, tem um ritmo de acção bastante frenético. Com algumas pausas na acção desenfreada, o que é certo é que o seu ritmo é por vezes, quase demasiado frenético. No entanto, os inúmeros Checkpoints espalhados pelos mapas acabam por evitar repetições demasiado maçudas de níveis inteiros.

Quanto às diferentes missões que Black Ops apresenta, existe variedade. Desde missões de defesa de bases e repressão de ataques NVC durante o conflito do Vietname, a dramáticas fugas de minas de trabalhos forçados na antiga União Soviética os cenários vão variando agradavelmente e trazendo assim um rumo e um sentido à história principal.

Já as dinâmicas dentro das missões acabam por se repetir um pouco, baseando a sua mecânica no tradicional avanço-cobertura-fogo-cobertura-avanço. No entanto, é de louvar a intercalação com algumas sequências de acção que nos deliciam com alguma variedade. Por exemplo, é possível conduzir diversos veículos (mas com mecânicas bastante rudimentares e mesmo irreais), ou mesmo tomar as rédeas a armas fixas em veículos como Jeeps, BPMs ou até mesmo num avião.

Não deixa de ficar, no entanto, a sensação de que a Treyarch poderia ter assumido um pouco mais o desafio de possibilitar ao jogador ter diferentes caminhos e modos de completar as missões. Fica muito no ar aquela noção de script based, que é sempre um pouco castradora de liberdade de movimentos.

Penso que a existência de algumas missões mais low profile poderia beneficiar o jogo uma vez que retrata uma altura da História Militar em que a espionagem foi uma ferramenta bastante utilizada pelos Países mais fortes (nomeadamente Estados Unidos e ex-União Soviética).

As sequências de acção nas quais a velocidade do jogo abranda momentaneamente para nos permitir disparar (com os nossos movimentos também de forma mais lenta) está muito bem implementada e capaz de gerar cenas épicas como uma na qual descemos em slide desde o alto dum edifício e entramos por uma janela a dentro de arma em punho e a matar tudo o que se mexe. Uma daquelas sequências que merece bem ser jogada e saboreada ao pormenor.

Alguns bugs, como é normal subsistem, como por exemplo, soldados vietcongs (ou do Exército Regular Norte Coreano) por vezes caírem do cimo dos prédios e ficarem a disparar entalados entre as paredes de dois edifícios, como se estivessem a planar, mas nada que ofusque em demasia a experiência do jogo. Até porque, na generalidade das vezes, nem há muito tempo para apreciar a paisagem.

Longevidade – 9,1

Embora a campanha solo seja curta, com não mais de 10 horas, a possibilidade de se repetir as missões serão sempre um bom motivo para jogar a solo. Se a isto adicionarmos um delicioso e enervante modo Zombie e todos os modos multiplayer (Team Deathmatch, Search and Destroy, Free for All e Sabotage entre outros) então teremos Black Ops até à próxima Guerra Fria.

Nota Final- 8,9

Resumidamente, Black Ops é um grande jogo de guerra. Não é perfeito, mas está mais perto da perfeição que do contrário. É um jogo que quer no singleplayer, quer no multiplayer consegue criar um frenesim, excitação e que acompanhado por uns efeitos visuais e sonoros muito bons consegue colocar o jogador em plena frente de batalha. Fica no entanto a sensação, a qual a que a série Call of Duty já nos habituou, de que o modo Campanha se esgota rapidamente e uma certa falta de audácia da Treyarch em arriscar ainda mais nas dinâmicas das missões. Fora isso, é um jogo que se recomenda e que dará uma óptima prenda para o Natal que se avizinha.

O tiro embora não tenha sido Headshot, foi certeiro.

Site Oficial Call of Duty: Black Ops. Género: First Person Shooter Plataforma: Playstation 3.

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