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Análise Brave: The Videogame (Playstation 3)

Há cada vez, uma mais íntima relação entre a indústria de animação e o mundo dos videojogos e há bastantes exemplos no mercado, dessa ligação.

Filmes ou séries televisivas de animação como, Inazuma, Pokémon, Spiderman são apenas alguns dos exemplos possíveis e certamente que esta parceria se manterá durante muito mais tempo.

Recentemente o Pplware teve o prazer de testar para a Nintendo 3DS, o jogo que representa um dos maiores sucessos de bilheteira de animação dos últimos tempos, Brave: The Videogame (ver aqui).

Desta feita temos para apresentar a análise feita à sua congénere para Playstation 3.

A história, um pouco no seguimento do filme, gira em redor da pequena Mérida, uma jovem princesa que é especialista no uso do arco e flecha que se vê de repente envolvida numa demanda pela salvação do Reino e da sua própria mãe, transformada em urso. Partimos então com essa missão em mente numa aventura repleta de cor, acrobacias e diversão.

 

Gráficos: 8,1

Brave apresenta um grafismo, de modo geral, bastante bom, onde a cor ganha particular destaque.

Mérida, à semelhança do que se passa com a versão para a Nintendo 3DS encontra-se resplandecente. Apesar de a vermos quase sempre numa perspectiva mais afastada, dá para perceber perfeitamente que se encontra bem criada. As animações dos movimentos de Mérida são elegantes e ágeis e o uso, quer do arco e flecha, quer da espada estão bons, apesar destes últimos por vezes serem algo confusos quando há muitos inimigos no meio do caminho. No entanto algo que me deixou algo perplexo foi o facto de, na versão 3DS, Mérida apresentar uns cabelos soltos de grande leveza e beleza também e aqui não haver essa atenção á personagem principal.

A maior parte dos diferentes ambientes por onde passamos encontra-se interessante e acima de tudo deve-se realçar a existência de muita cor e vivacidade. Os ambientes de gelo e neve, as florestas mais luxuriantes, … enfim após a nossa passagem tudo fica bem mais luminoso e vivo.

O jogo não apresenta quase slowdowns alguns e a fluidez é quase constante. Mesmo quando mais de 10 inimigos surgem no ecrã o jogo avança num bom ritmo.

Durante as pausas e intervalos de explicação da história, são-nos apresentadas sequências de artworks que também nos apresentam, com um ambiente muito celta, a história desse capitulo ou dessa parte do jogo.

 

Som: 8,5

Dado que tanto o filme como o jogo se situam algures num ambiente com grandes influências celtas, seria de esperar que a banda sonora trouxesse consigo também um pouco desta mística e dessas influência. Tal acontece e com um equilíbrio bem conseguido de forma a não se tornar chata nem monótona. Verdade seja dita, na maior parte dos casos até passa despercebida.

Os efeitos sonoros do jogo, sejam as sequências de combate, as magias, os elementos, … estão funcionais e sem grandes brilhantismos mas sem falhas também.

Não consegui perceber se as vozes do jogo correspondem às do filme, mas no que toca aos sotaques e outros pormenores, encontram-se todos no jogo e a interpretação por parte dos actores foi bastante bem conseguida.

Novamente, tenho a lamentar o facto de o jogo ser em inglês e, apesar de poder ser jogado quase na totalidade, ignorando a língua, o certo é que ganharia muito mais se fosse traduzido para português.

 

Jogabilidade: 7,7

Tal como se exige num jogo que seja preferencialmente dedicado aos mais novos, a jogabilidade de Brave é simples. Apesar de ter alguns elementos de estratégia, como por exemplo a compra de itens ou de novas habilidades para a nossa Mérida, o jogo foca a sua atenção num misto de aventura e de acção simplificado.

Contrariamente ao que se passa com a versão Nintendo 3DS, Mérida não se desloca meramente num plano lateral, e é pelo caminho, que nos é indicado pelo jogo, que vamos encontrando os nossos adversários, arcas com tesouros (novas armas, roupas, …), potes de moedas, ramos de flores para colher e outros objectos …

Conforme mencionei acima, o caminho é praticamente único e somos encaminhados por ele até ao fim. Enfim, isto torna o jogo um pouco limitativo, é certo, mesmo apesar de em alguns cenários termos de fazer um circuito circular para desbloquear algo que se encontra a meio e que nos permite passar a outra área daquele mapa.

No entanto, para crianças concordo que este seja o método mais eficaz devido à sua extrema simplicidade.

À medida que avançamos na aventura com Mérida vamos encontrando e defrontando variados inimigos. Apesar de haver várias classes de inimigos, existe ainda um outro factor que os diferencia e que corresponde a uma das mais-valias do jogo, os elementos.

Mérida ao longo da sua aventura vai encontrando umas gemas especiais que representam os quatro elementos (ar, floresta, terra e fogo). Estes elementos revestem-se de particular importância pois em determinadas secções do nosso caminho temos inimigos, ou armadilhas a remover apenas com a gema específica. O jogo foi muito bem desenhado neste capítulo, pois as criaturas que nos vão aparecendo surgem com um ícone por cima das cabeças, ilustrativo do elemento que deve ser usado para as derrotar. Assim é uma questão de escolher bem a gema activa na altura, e os nossos ataques serão feitos com base nesse elemento.

Por outro lado, há certas armadilhas que vamos encontrando pelo caminho que necessitam também de certa gema. Por exemplo, numa masmorra, uma ponte levadiça levantada. No entanto, por cima da ponte levadiça existe um ícone laranja que indica que se atingirmos esse ícone com uma seta usando a gema do fogo, baixamos a ponte e passamos.

O uso das gemas não se fica por aqui e pode ser usado para desbloquear determinado caminho como por exemplo, usar uma seta com o Fogo para queimar vegetação que bloqueia a passagem, ou usar uma seta com o Gelo para gelar um pedaço de água num rio para podermos passar. São ideias bem pensadas e incluídas em zonas do jogo de forma bastante normal.

Dada a importância das gemas, deixem-me assegurar-vos que é quase impossível não apanharem alguma. O jogo encarrega-se disso, não se preocupem.

Entretanto não foi apenas a mãe que foi transformada em urso. Também os irmãos de Mérida foram apanhados pelo veneno da bruxa e estes surgem aqui ou ali durante o jogo em secções de puzzles. Estas secções implicam quase sempre mecanismos simples de, puxar ou empurrar alavancas, rodar algo, saltar para cima de qualquer coisa, … devo confessar que alguns não são tão imediatos na sua resolução e podem levar alguns minutos a perceber. Interessantes.

Em determinadas alturas surgem-nos grandes Bosses pela frente. Apesar de serem muito mais resistentes que a maior parte dos inimigos, quebram-se rapidamente a partir do momento que lhes apanhamos os pontos fracos.

À medida que vamos nos aproximando do final surgem com maior frequência, hordas de inimigos em simultâneo, pertencentes a mais que um elemento. Estas secções de combate exigem alguma destreza e são entusiasmantes.

Infelizmente são demasiado fáceis também … aliás, um dos problemas do jogo é a sua facilidade gritante para um adulto ou jogador mais experiente. De qualquer forma pode ser que esta facilidade seja para permitir que no modo cooperativo, pais possam jogar com os filhos e assim ajudarem duma forma mais equilibrada. Aliás, um outro aspecto que ilustra o que acabei de escrever é o facto de haver um eficaz piloto automático das setas. Basta estarmos apontados na direcção do inimigo que a seta encontra o caminho.

Mencionei inicialmente que encarnamos a personagem de Mérida em Brave, e isso é verdade, mas não ficamos por aqui. À medida que seguimos a nossa mãe (transformada em urso) pela floresta há determinadas secções dos mapas em que passamos para a pele (e pelo) dela.

Trata-se de determinadas secções onde normalmente surgem imensos adversários em que as especialidades da mãe-ursa (investir, atacar com as garras) se tornam bem mais práticas e, digamos, bastante divertidas.

A aventura avança sempre a bom ritmo e tenho d referir que a câmara é bastante prática durante o nosso caminho. Embora por vezes se esconda por detrás de alguma árvore ou objecto mas na maior parte do tempo está bem colocada. Existem é diversas secções em que a câmara faz um Zoom Out bastante acentuado que dificulta alguns movimentos, como os saltos por exemplo.

Mencionei acima a compra de upgrades para os nossos poderes e isto acontece em certas zonas onde temos acesso a um comerciante. Os upgrades são variados e incluem ataques mais fortes com a espada, com as setas, magias, … para as compras desses upgrades contamos com moedas que vamos apanhando pelo caminho, seja por derrotarmos inimigos, por destruirmos objectos e troncos caídos, por cortarmos flores, …

Creio que Brave é um jogo muito bem pensado e passado do papel para o computador. Apesar de certas limitações, facilmente compreensíveis pelo público alvo especifico, o jogo está coerente, está simples, entusiasmante, belo graficamente …

 

Longevidade: 8,0

Mérida, para salvar a sua mãe, irmãos e o seu reino terá de limpar 8 regiões diferentes para tal. A sós ou em modo cooperativo local abarcamos numa aventura que não demorará menos de 7 horas.

Existem ainda alguns mini jogos para se usar com o Playstation Move e que são interessantes. Estes mini jogos passam essencialmente por simular o uso dum arco e flecha e tentar atingir alvos estáticos ou em movimento, num determinado espaço de tempo. Estão interessantes e fazem mais sentido quando jogados com alguém.

 

Nota Final-8,0

[0…....10]

 

Francamente, gostei de jogar Mérida. Já o tinha feito e gostado na Nintendo 3DS e voltei a repetir a dose na Playstation 3. Uma aventura com uma ambiência muito celta e natural, com um grafismo de grande beleza e com uma jogabilidade que se quer acima de tudo, simples e eficaz. Brave tem tudo isso. É uma história interactiva contada duma forma divertida, que satisfará a graúdos e miúdos, especialmente se a jogarem em simultâneo. Pena não ter localização para o português.

Género: Aventura/Acção Plataforma Analisada: Playstation 3 Outras Plataformas: Xbox 360, Nintendo 3DS, Nintendo Wii Homepage: Brave: The Videogame

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