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Análise Brave: The Videogame (Nintendo DS)

Já por várias vezes discutimos no Pplware a temática sobre os lançamentos de filmes e respectivas adaptações para videojogos. São bastantes os exemplos no mercado, e por diversas razões nem todos correram tão bem como seria de esperar.

Um dos mais recentes sucessos de bilheteira da Disney, foi Brave: Indomável. Uma aventura de animação, passada no ambiente místico das Terras Altas da Escócia, no qual uma pequena rapariga, Mérida, com dotes excepcionais de arqueira, acaba por trazer uma maldição sobre a sua família  após desafiar os costumes locais do Séc.X e assim se transforma numa improvável heroína, na tentativa de corrigir as coisas.

O filme estreou em meados de Junho e com ele veio este Brave: The Videogame, lançado para várias plataformas, entre elas a Nintendo DS o qual tivemos a oportunidade de o testar.

Gráficos: 7.4

Brave, sendo uma adaptação direta dum jogo acaba por ficar um pouco limitado no que respeita aos ambientes por onde a aventura decorre, no entanto traz-lhe também a mais valia de já ser território conhecido.

O jogo apresenta no campo dos cenários, um grafismo elegante e com bastante detalhe mas com pouca profundidade.

O jogo decorre numa perspectiva lateral na qual nos deslocamos para a direita, esquerda e ocasionalmente para cima ou para baixo (para passar por portas e caminhos). Tanto os caminhos e pormenores (por exemplo há pedras que se encontram repletas de neve e para as movimentar temos de remover neve) estão bastante bons, no entanto, os cenários de fundo poderiam ter sido um pouco mais trabalhados.

A nossa heroína, Mérida encontra-se soberba e bela. Com movimentos bastante fluídos, e bastante graciosidade (os seus cabelos a ondularem ao vento) torna-se numa heroína que dá gosto ver, especialmente quando lança os seus ataques de várias flechas em fogo ao mesmo tempo, ou quando se lança no ar com a espada em punho e acaba com um final fulgurante.

Os monstros com os quais nos vamos deparando acabam por ser os elos mais fracos, embora tenha gostado particularmente das Hárpias.

Som: 7.5

Banda Sonora do filme acompanha o jogo e as vozes encontram-se perfeitas … pena que em inglês. O jogo encontra-se totalmente em inglês, apenas apresentando o manual em português …

Jogabilidade: 7.4

Jogar Brave é o mesmo que jogar um filme de animação … tem os condimentos necessários para tal … tem uma personagem simpática, com uma voz cativante … tem monstros fáceis de dominar … tem diversos desafios e puzzles fáceis de ultrapassar … enfim, é um jogo que é objectivamente, apontado aos mais jovens. (daí ainda ser mais grave a ausência de língua portuguesa.)

A mecânica do jogo é simples … tem um caminho a percorrer usando as teclas direccionais ou o analógico e temos depois os botões para saltar, atacar com espada, atacar com arco e flechas ou rebolar. Temos ainda a oportunidade de usar os gatilhos para ataques especiais ou em alguns casos premir um botão durante pouco mais de tempo para um outro ataque mais potente.

Assim vamos avançando na aventura e de vez em quando, duma forma inteligentemente implementada para evitar a monotonia, surgem um ou outro puzzle, que são para serem jogados no touchscreen. Estes desafios são na sua maioria bastante simples de ultrapassar (para um adulto) e acabam por ser interessantes e aumentar um pouco a diversidade. Por exemplo, um dos desafios consiste em tocar uma melodia pela mesma ordem que o jogo nos mostra. Ou então, num tabuleiro de quadriculas, deslocar determinadas peças de forma a chegar ao destino com uma runa (parecido com o jogo Box). Geralmente ao se completar esse puzzle, algum caminho é mostrado ou algum tesouro aparece para o abrirmos.

Pelo caminho vamos encontrando então, algumas arcas de tesouro e geralmente dão-nos dinheiro, ou então alguns itens novos para usarmos (novas armaduras, espadas ou arcos). Após encontrarmos um novo item ele é automaticamente equipado, mas nos intervalos das missões podemos trocar por outro.

Com o dinheiro que vamos angariando podemos ir comprando Upgrades para a nossa personagem, como por exemplo, disparar setas em simultâneo sobre 5 inimigos, ou atacar com a espada todos os inimigos em nosso redor. Este simples toque de RPG consegue também transmitir um pouco mais de diversidade ao jogo, mas há que realçar que é um sistema de inventário e de upgrades bastante básico.

Um outro pormenor importante que ainda não mencionei é o facto de ao longo da aventura irmos encontrando Runas especiais relacionadas com os elementos (Água, Terra, Ar e Fogo) que ganham particular importância ao longo do jogo. Essas runas podem ser escolhidas a qualquer momento no touch-screen e servem para embeber as nossas armas do elemento escolhido. Há determinados inimigos ou interruptores na aventura para os quais apenas funcionam as armas quando embebidas pelo elemento adequado. (geralmente esses inimigos têm um ícone por cima deles com a cor do elemento certo).

Esses mesmos combates são demasiadamente básicos e consistem apenas num eterno repetir de ações … ou martelar no Y ou no A para a espada ou flechas e ocasionalmente uma ou outra necessidade de inovar.

Os diversos monstros que defrontamos e que são bastante variados, tanto na sua “pele” como na sua agressividade, acabam por ser mera carne para canhão pois na sua maior parte, mesmo os bosses, acabam por se limitar a vir atrás de nós sem estratégia ou critério.

Isto na perspetiva dum adulto, pois para uma criança estes pormenores acaba por passar ao lado do divertimento.

Tenho de reconhecer que uma análise a um jogo orientado para mais jovens é sempre algo muito delicado, pois embora se tenha a tendência para o fazer perante uma perspetiva mais séria e adulta, temos de ter sempre em conta que quem o irá jogar mais certamente serão os mais jovens.

Longevidade: 6.3

O jogo apresenta perto de 4 horas para chegar ao fim, pelo menos por um adulto … no entanto, por uma criança, teremos de duplicar por 2 … pelo menos. (já não esquecendo o tempo a traduzir o que surge nas caixas de texto quando os personagens falam).

 

Nota Final-7,3

[0…....10]

E chegamos ao final da análise. Aquele momento em que o preto no branco revela o real valor do jogo. Mas acontece que como variadas coisas neste mundo, o valor depende um pouco da perspetiva da análise. Brave: The Vieogame é um jogo que, para um adulto se torna simples, demasiado fácil e demasiado rápido … e aí mereceria sem dúvida menos 1 valor pelo meno mas, acontece que este é um jogo para crianças e nesse sentido é que a nota final lhe é atribuído. Para um jogador menos exigente ou para uma criança, o jogo é empolgante, desafiante e extremamente divertido … mesmo com o ponto negro que é a ausência da Língua portuguesa.

Género: Aventura/Acção Plataforma Analisada: Nintendo DS Outras Plataformas: Playstation 3, Xbox 360 Homepage: Brave: The Videogame

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