Esta é uma guerra diferente de todas as outras que conhecemos, ou melhor, uma guerra que junta outras armas. Como temos referido várias vezes, esta é uma guerra híbrida, que envolve equipamento militar, mas que também acontece no campo do digital com ciberataques e fake news.
Recentemente os piratas informáticos conseguiram colocar num site de notícias um vídeo falso onde Zelensky, Presidente da Ucrânia, rende-se perante a ameaça russa.
Zelensky pede para militares baixarem as armas? É mentira!
A guerra entre a Rússia e a Ucrânia no mundo digital continua forte e há registos que vários ciberataques de ambas as partes. Além disso, a contra informação tem também circulado, o que torna tudo ainda mais difícil.
Recentemente os piratas informáticos conseguiram “injetar” na TV ucraniana um vídeo onde Volodymyr Zelensky se rende à Rússia e pede aos seus soldados para baixar as armas.
A deepfake of Ukrainian President Volodymyr Zelensky calling on his soldiers to lay down their weapons was reportedly uploaded to a hacked Ukrainian news website today, per @Shayan86 pic.twitter.com/tXLrYECGY4
— Mikael Thalen (@MikaelThalen) March 16, 2022
Não se sabe ainda propriamente a origem do vídeo, mas o vídeo até chegou a ser difundido numa emissão de um canal televisivo ucraniano. Zelensky não perdeu muito tempo e respondeu de imediato.
#Ukraine Hackers published a deep fake of @ZelenskyyUa urging citizens to lay down their arms. He responded immediately:
"If I can offer someone to lay down their arms, it's the Russian military.Go home.Because we're home. We are defending our land, our children & our families." pic.twitter.com/TiICf3Z5Te— Hanna Liubakova (@HannaLiubakova) March 16, 2022
O Facebook, o Twitter e o Youtube eliminaram o vídeo, e o presidente da Ucrânia publicou uma mensagem no Telegram onde esclarece que: “Estamos a defender a nossa terra, as nossas crianças, as nossas famílias. Portanto, não temos planos de baixar as armas. Até à vitória!”.
A presidência russa (Kremlin) rejeitou hoje a ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), o tribunal superior da ONU, para que a Rússia suspenda imediatamente as suas operações militares na Ucrânia.
A Rússia recusou-se a comparecer nas audiências do TIJ sobre o caso, realizadas a 07 e 08 de março e refutou a jurisdição do tribunal sobre a reivindicação da Ucrânia.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.